Um terço do ano já se vai e "como o tempo passa, hein?". Pois é, estou no fim de algumas tarefas acadêmicas e avançando nesse quesito. Ainda tenho dois assuntos que me incomodam nessa área. Um deles é que ainda não tenho uma pesquisa bem definida. E essa incerteza de qual caminho tomar me angustia, visto que o tempo passa rápido. No meu mestrado passei pela mesma coisa, mas a exigência da profundidade de um projeto é bem menor do que tenho agora.
O outro fato é que naturalmente surgem oportunidades de viajar, por conta desses compromissos acadêmicos. Até agora eu consegui sair pela tangente sem contar o real motivo, mas estou vendo a hora que não conseguirei mais omitir o fato de que não consigo entrar num avião há quase 3 anos. E essa dificuldade me impede de aproveitar oportunidades incríveis, que talvez fossem mais difíceis se eu não estivesse na condição de pesquisador. Mas não sei o que fazer quanto a isso, ainda na espera de vaga no serviço de terapia oferecido pela faculdade.
As outras coisas estão melhores. Mudei para um bom local, onde tenho tido paz quando não estou na rua. Ter um local para cuidar, e tenho feito isso diariamente, tem sido uma coisa boa. Mas, como tudo tem um outro lado, o fato de ter mais conforto agora às vezes me estimula a não sair de casa e trabalhar daqui mesmo. O que para muitas pessoas pode ser uma coisa boa, para mim não é, visto que preciso interagir com pessoas. Todos nós, é claro. Mas eu tenho que me "forçar" a fazer isso.
Tenho tido alguma regularidade nos exercícios físicos e isso tem sido uma coisa boa. Ando mais satisfeito com meu corpo e tenho progredido nos exercícios. Parte das dores que tenho, na cervical e na cabeça ainda não foram resolvidos. Vou voltar num ortopedista daqui a 2 semanas e espero que meus exames possam revelar algo. Eles passou dois remédios para tomar, um relaxante muscular e outro anti-inflamatório. O primeiro eu não tomei por medo e o segundo eu não comprei porque estou sem dinheiro. Vamos ver se depois de ver os exames ele vai manter os remédios.
A tontura melhorou bastante e hoje foi o primeiro dia que tive uma sensação forte, depois de alguns dias sem nada. Estava fazendo uma tarefa deitado, sem óculos e quando levantei veio aquela sensação, com a parte de trás da minha cabeça bem tensa e tensão também entre os olhos. E isso funciona como um gatilho para a minha ansiedade e fiquei bem agitado. Não cheguei a tomar remédio e me pus a escrever nesse blog, agora sentado e com meus óculos. Não sei se tem a ver com a postura e a falta dos óculos, já que tinha feito isso outras vezes nessa semana e não senti nada, mas pode ter relação. O fato é que ando super atento a qualquer sensação corporal e qualquer coisa fora do normal já dispara um estado super agitado em mim.
Além da super atenção ao meu corpo, continuo com medo de que algo aconteça a mim e à minha família. Para se ter uma ideia, nessa quinta eu fiz uma tarefa com um grupo e eu fiquei responsável por enviar os dados a todos. Quando cheguei em casa, a primeira coisa que fiz foi mandar, porque estava com medo de algo acontecer comigo e eles nunca receberem os dados, já fantasiando várias tragédias. Algum sintoma físico que indicasse isso? Nada. Mas esses pensamentos não me largam e não consigo evitar e nem sei como lidar com eles.
Como tenho interagido com pessoas, seja na faculdade ou na academia, é natural que converse com mulheres. Embora possa me sentir atraído, vem aquela fantasia de "o que eu digo a ela quando tiver uma crise de ansiedade?". Inconscientemente eu coloco a ansiedade como um fardo muito grande que eu carrego e nenhuma mulher ficaria comigo sabendo que eu passo por isso.
Sabe quando você lê aquelas descrições de aplicativos de encontro e umas pessoas colocam algo como "pessoas complicadas apertem X"? Quando eu leio essas coisas, de certa forma já me sinto como alguém que não vai servir para ninguém, por causa dessa minha condição. Eu sei que não sou a ansiedade, mas acho que tenho muito mais preconceito com isso do que talvez as pessoas tenham.
Ainda sobre mulheres, ando refletindo sobre a minha percepção de que sou fútil, de que só dou "like" naquelas mulheres reconhecidamente bonitas, como se não houvesse beleza em outras coisas. Me acho uma pessoa ruim por isso, principalmente porque não sou exatamente a pessoa que receba "likes". Acho melhor eu dedicar um post só para isso porque não muitas reflexões.
Muitas coisas avançaram nesses primeiros 4 meses do ano, sem dúvida. Mas eu trocaria esses avanços por dias de paz, sem viver todo dia com medo de ter um treco e de me sentir um lixo perante os outros.
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