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domingo, 30 de agosto de 2015

Mistérios da Cabeça

Eu tento mas não consigo entender certas coisas que acontecem comigo. Analisando de fora, ando numa fase que posso chamar de boa. Outros até diriam que eu deveria comemorar tanta coisa. De fato as coisas estão se encaminhando: vida acadêmica indo muito bem, apesar de ter muito trabalho até o final do ano, situação melhor no trabalho e boas perspectivas para os próximos meses e 2016, financeiramente estou conseguindo me organizar e até guardar dinheiro, relações com as pessoas têm ido bem. Olhando essas coisas, não tenho muito do que reclamar. Diria até que, dada a conjuntura atual, o cenário para mim é muito bom.

Mas incrivelmente tenho andado mais ansioso. Não que eu esteja associando ansiedade a problemas mas, no meu caso, acho que ela sempre esteve ligada a alguma coisa ruim na minha vida. E não posso dizer que minha esteja ruim, muito pelo contrário.

Só que ando agitado, recorrendo a SOS com frequência e com medo de acontecer algo. Poderia associar isso às várias coisas em que estou envolvido e às grandes decisões que vem pela frente. Mas as coisas estão caminhando como tem que andar, com um ponto ou outro fora do planejamento.

Tive meu período de descanso que, de fato, me fez muito bem fisicamente e mentalmente. Menos reflexos no corpo, menos mau humor e tenho até sido bem produtivo nesses dias pós-descanso.

Mas por que ando agitado assim, então?

Minha ex-psicóloga muitas vezes apontou ao fato que eu me sabotava porque tinha medo de uma vida sem problemas. De fato fiz muitas cagadas que me fazem pagar até hoje. Mas tenho, no meu ponto de vista, acertado nas coisas. Estou com uma atitude muito mais positiva do que andava há tempos atrás. E começo a ver, minha vida organizada de vez, em todos os aspectos, pela primeira vez em muitos anos.

Será que minha ex-psicóloga estava certa, ao afirmar que não resolvia as coisas por ter medo do que encontraria depois? De ao invés de ocupar minha cabeça com os vários problemas, sem eles ter que olhar para mim exclusivamente? A pergunta dela, que não sei responder até hoje, era: "Do que vc tem medo de encontrar quando os problemas acabarem?"

Talvez seja essa expectativa (ainda falta muito mas já vejo uma luz no fim do túnel) de terminar de pagar as escolhas erradas que fiz que esteja me causando essa ansiedade.

Li muito e vi muitos vídeos em que todos falam que os ansiosos vivem muito no futuro e quase nada no presente. Talvez eu precise praticar isso de forma organizada e deixar os pensamentos do futuro apenas na medida certa.

Preciso viver mais o hoje. Logo.




sábado, 15 de agosto de 2015

Coisas que não faço por mim

Por contas das minhas constantes dores de cabeça, minha médica sugeriu que poderia ser algo relacionado à coluna e indicou um neurologista. Depois da consulta com ele (5 minutos), ele disse que precisaria verificar se é algo referente à coluna ou enxaqueca mesmo. Achei estranho ele não pedir outros exames mas como minha médica recomendou, resolvi dar o voto de confiança e não procurar outro.

Esse médico pediu que eu fizesse um raio-x da coluna e uma ressonância magnética da cervical. Lembrei que esse tipo de exame é aquele que vc entrar numa máquina e todas as vezes que fiz me senti bem incomodado, mesmo quando foi só da face, ou seja, apenas parte do seu corpo fica dentro do tubo.  No caso da cervical teria que ser o corpo inteiro, o que foi um tempero extra para a minha ansiedade.

Enfim, como a dor está sendo diária e estou bem preocupado, resolvi fazer o exame, Estive lá nessa quinta e fiquei mais "animado" quando a moça me disse que ia durar um pouco mais do que a tomografia da face, cerca de 25 a 30 minutos. Quando comecei a entrar na máquina, por um momento me veio o pensamento de estar num caixão. Para não desperdiçar a oportunidade do exame, tentei ignorar esse pensamento e começar a pensar em coisas que me deixassem bem.

Incrivelmente eu consegui manter minha mente controlada a maior parte do tempo e gostaria de ter esse controle na maior parte das vezes em que me sinto agitado. Mas isso é assunto para outro post. O ponto é que enchi minha mente de pensamentos de situações alegres que passei e boa parte desses pensamentos foi de momentos com uma ex, que voltei a ter contato desde que terminei com a última namorada.

Me vi sorrindo, no meio das lembranças dos momentos com ela, e até sentindo saudade daqueles momentos. Vamos até nos encontrar nos próximos dias, mas estou tentando treinar minha mente para não esperar nada mais do que um reencontro de velhos amigos. Estranho isso né? Preferir não alimentar certos pensamentos (que são bons) por medo de rejeição. Como diria aquela música do Lulu Santos: "como uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor obrigação de acontecer".

Além de pensar nela, pensei em outros momentos bons que aconteceram na minha vida, em momentos que eu estava me divertindo e que me deixavam alegre. Saí do tubo e fui caminhando para o transporte, pensando em quanto tempo eu não tenho feito nada por mim, que não seja relacionado a dinheiro, trabalho ou carreira, fora a academia. Me refiro a busca de momentos como esses que lembrei no tubo, onde estava sorrindo e vivendo os momentos sem pensar em mais nada, a não ser em curtir.

Acho que muito do que acontece comigo tem a ver com o fato de que eu dor mínima prioridade a minha felicidade. São sempre obrigações (minhas e relacionadas à outras pessoas) e tarefas, prazos, etc.

Hoje estava em um curso e estava ouvindo duas colegas comentarem sobre suas experiências no Canadá. Mesmo morrendo de medo de voar, sempre pensei em viajar pra fora e gosto de fazer isso, de aprender sobre outros lugares, outras realidades diferentes das minhas. E por uns momentos, pensei que isso talvez não seja mais possível para mim, que talvez eu tenha perdido o timing de ter essas experiências, já que não posso me ausentar por muito tempo de perto da minha mãe.

Relembrando meu histórico, acho que essa característica sempre esteve presente em mim. Estava lembrando hoje da ocasião em que uma enfermeira me descreveu como ninguém nunca fez na vida. Acho que já contei aqui e sei que o post tá longo, mas vou resumir: durante um exame para verificar labirintite (logo no início das minhas crises de ansiedade), ela começou a me questionar de uma maneira como se conhecesse toda a história da minha vida. Me perguntou coisas como "o que vc tem feito por vc?" ou "há quanto tempo vc não cuida de vc mesmo?" que parecia que ela lia a minha mente e sabia tudo sobre mim.

Esse relato foi para demonstrar que parece que não faço mesmo, ou dedico pouco esforço a coisas que sejam unicamente com o objetivo de curtir. Sem estar preso a um relógio, pensamento em outros lugares e obrigações e etc.

Todos esses acontecimentos recentes, somados às dores, ao cansaço por falta de férias, as várias pendências em todas as áreas da minha vida, me fazem lembrar que a vida pode acabar em um instante e a qual propósito estou dedicando a minha vida. O que ando fazendo com ela...

Queria tanto virar esse jogo mas exatamente hoje eu tenho: capítulos da dissertação para escrever, ajustes em artigo aceito para congresso, tcc de especialização para terminar, trabalhos antigos que deixei pendentes, muitas contas para pagar, dinheiro para juntar para operação da minha mãe...

Fico me questionando; paro tudo literalmente e tiro um tempo para pensar na minha vida? Escolho o que não irei fazer no prazo e foco apenas no essencial (o que invariavelmente vai me trazer problemas)? Começo aos poucos a colocar momentos "curtir" na minha vida e ver se isso não aliviaria as minhas crises e pensamentos ruins?

Não sei a impressão de quem me lê, mas esse que vos escreve se vê como extremamente cansado, desmotivado para dar conta disso tudo, se sentindo fracassado em vários pontos da vida, e querendo que o mundo pare um pouco só para eu poder respirar.

Para terem uma ideia, hoje depois do curso fui ao cinema. Sozinho mesmo. Além do fato que não lembro a última vez que entrei numa sala de cinema, tem o que pode parecer absurdo e um indício de como as coisas andam na minha vida: hoje foi a primeira vez que assisti a um filme 3D na vida.

Uma semi-parada vai acontecer nos próximos dias. Não sei ainda de quanto tempo e o que poderei parar de atividades... Mas pararei e vou tentar administrar essas coisas de modo que eu realmente consiga aliviar a minha cabeça.

Mas preciso realmente começar a fazer mais pela minha felicidade... realizar meus sonhos, usar meu trabalho, carreira e estudo como meio e não fim. Talvez essa seja a grande mudança que eu precise fazer em mim...













sábado, 8 de agosto de 2015

A rejeição

Posso dizer que já experimentei bastante a rejeição no campo amoroso. Acho que isso é um dos motivos que me fazem ser o cara que dificilmente toma a iniciativa para procurar ou me aproximar de uma mulher. Talvez por isso também, boa parte dos meus relacionamentos tenham começado pelos meios virtuais, onde a gente se sente mais corajoso e se importa menos com o que o outro lado está pensando de vc. Ou melhor, dá a devida importância.

Mas eis que essa sexta me trouxe um tipo de rejeição que não é comum para mim: no campo profissional. Tomei um não de uma oportunidade que estava quase dando como certa, graças as informações que um amigo que trabalha lá me fornecia. E mesmo concordando que o meu perfil não era o melhor para a necessidade da empresa (precisavam de uma experiência que eu não tenho), não deixo de me sentir mal por receber esse não.

E eu, no meu mundo de mil cenários criados por minuto, me vi sem uma possibilidade de mudança, de tentar algo novo e aprender coisas novas. Estava com o pé no freio no meu trabalho atual porque além do trabalho estar muito chato e do clima estar muito pesado, minha cabeça estava no mundo novo que se desenhava para a minha carreira.

Além do fato de estar muito cansado e isso me impedir de andar com minhas tarefas acadêmicas fora do meu horário de trabalho, me vi sem alternativas, ou sem a alternativa que mais me agradava. Não vou dizer que estou inteiramente triste por nessa negativa, porque estava lamentando que a saída desse trabalho atual me afastaria de algumas pessoas, especialmente de uma, que voltei a me aproximar depois do término do meu namoro.

Então, estou numa fase confusa... busco a parada que minha cabeça pede cada dia mais, antes de afundar todas as coisas da minha vida, ou tento alternativas para ter paradas menores sem ficar sem o emprego. Apesar do do que falei do trabalho, o salário me dá algumas tranquilidades que eu estava sem antes.

Enfim, nova etapa de especular, especular e especular. Criar mil cenários na minha cabeça e tentar tomar as decisões, estando bem consciente das perdas que elas invariavelmente nos trazem. Mas como ter a tal serenidade para avaliar os cenários com calma, se o mundo não pára e não deixar de te trazer demandas.. prazos, prazos e prazos. Cobranças, cobranças e cobranças.. Eu só queria um tempo , que não sei dizer quanto, para esquecer do mundo e o mundo me deixar em paz um pouco, para assim poder avaliar as coisas com calma.

E minha cabeça não pára de doer... farei novos exames essa semana, já que minha médica acha que pode estar relacionada à minha coluna. Mas no fundo, acho que a razão principal é a minha estafa mental que certamente afeta meu corpo...

E com tantos prazos, como fazer isso. Como dizer ao mundo que preciso parar porque penso que as coisas podem piorar se eu não fizer isso...Não sei. Decisões importantes a serem tomadas..



terça-feira, 4 de agosto de 2015

As batalhas do dia a dia

Lendo os posts das pessoas queridas que acompanho nesse mundo de blogs, me identifico muito com cada post que leio. Não conheço pessoalmente nenhuma das pessoas que acompanho frequentemente, mas sinto muito carinho e desejos de melhoras para todas essas pessoas. Vejo as batalhas de cada um e também me vejo no meio dessa guerra, também com minhas batalhas. Por que temos que batalhar todo dia contra essas coisas? Não sei...

O que sei, e espero que isso seja uma mensagem positiva, é que a opção que nos resta é lutar. Também tenho meus momentos de desânimo, em meio a tantos problemas que criei, que ganhei e os são gerados pelas tais crises de ansiedade. Tem horas que realmente penso: "para que lutar tanto, acabo me rendendo a porra de um SOS".

Estou tão cansado.. física e mentalmente. Tão esgotado que tomei uma decisão que muita gente chama de loucura nesses momentos tão difíceis em nosso país: abrir mão do meu emprego. Minha mente precisa urgente de descanso e no meio de tanta coisa, não consigo pensar em nada. O resultado tem sido crises diárias de ansiedade, em maior ou menor grau, mas ela tem me visitado sempre.  E por isso tudo, preciso parar. Em outro momento da minha vida, quando conheci a ansiedade, eu ignorei os vários sinais que meu corpo estava me dando... e tudo explodiu. Dessa vez, e isso não significa retroceder, não vou deixar isso acontecer de novo. Se minha cabeça pede parada, então ela terá que ter.. custe o que custar.

Por conta de tudo que fiz de errado no passado e por precisar ajudar a pessoa que mais amo no mundo, não ficarei muito tempo sem emprego. Só espero é que esse intervalo sirva para eu colocar um pouco as coisas em ordem na minha cabeça.

E assim vamos batalhando... tomando decisões que podem parecer loucas para os outros... mas só quem sente o que sentimos, tem ideia do quanto sofremos e de tudo que passa pela nossa cabeça. Por isso, não espero que as pessoas que não sabem o que eu sofro, entendam minhas decisões. Mas eu preciso cuidar de mim e, nessa batalha nossa diária, precisamos reavaliar algumas coisas e dar "uns passos atrás", sempre que necessário. Refletir e seguir em frente.

Depois que expus sobre a situação profissional para as pessoas que tinha que expor, digamos que ando um pouco melhor. Por "um pouco melhor" entendam "tomei rivotril apenas unas 3 ou 4 vezes nos últimos dias". Mas sei que isso vai melhorar. Sei que estou tomando a decisão certa e coisas boas virão para mim, porque estou lutando para isso. E vou conseguir, como todos nós.

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Quase 3 semanas depois de eu ter pedido um tempo para a namorada, tenho absoluta certeza que fiz a coisa certa. Ela estava certa e estava com ela apenas pela pessoa maravilhosa que ela é, mas era só um amigo...com a parte namoro acontecendo quase que de forma protocolar e isso é uma merda. Eu sei...e nenhum de nós dois merece isso. Repassando algumas coisas que ela me disse quando estávamos para dar essa parada (que logo será um término), vi que ela estava absolutamente certa. Falava que sentia que de mim faltava atração, faltava desejo...E eu já tinha percebido isso, antes dela falar.

Quando comecei a perceber isso, pensei logo em se tratar em possíveis efeitos do Olcadil. Mas bastou essas semanas longe dela para perceber que meu desejo não diminuiu em nada, muito pelo contrário. Ando com muito mais vontade do que antes...pena que não é em relação a ela. E não deixo de lamentar isso.. de verdade. Porque queria muito que desse certo com ela...Mas, como ela mesmo disse, ninguém é obrigado a amar ninguém e faz parte se isso não acontecer. Lamento muito.

Devo encontrar com ela na semana que vem para colocarmos o ponto final na relação, embora eu tenha certeza que ela já sabe disso. Só não serei cretino a ponto de falar para ela o que escrevi aqui. Isso dói muito e a última coisa que quero é causar mais tristeza. Só preciso pensar muito bem nas palavras que usarei.

Vida que segue... mas certamente muito aprendizado antes de embarcar em novas relações.