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sábado, 11 de maio de 2019

Três meses sem alprazolam

Hoje completei 3 meses sem pedir socorro ao alprazolam. Estou tentando buscar na memória aqui, mas não lembro de quando foi a última vez que fiquei tanto tempo sem recorrer ao SOS. Tive períodos de um mês a pouco mais de um mês, mas 3 meses realmente não lembro. Acho que a última vez que comprei esse remédio foi em julho do ano passado e ainda devo ter quase uma caixa. Algo para se comemorar, não?

Tenho andado menos ansioso? Bem, não tenho tido dias bons nas últimas semanas, mas acho que há uma evolução. Acontece de vez em quando alguns momentos de ansiedade de pensamentos ruins, mas nada que me leve a recorrer a um SOS.

Acho que duas coisas foram fundamentais: ando com muito compromisso na faculdade e tenho mantido alguma regularidade nos exercícios físicos. Se não me curou, pelo menos tenho tido menos crises do que no último ano, ou mesmo de janeiro a fevereiro desse ano.

Os pensamentos de morte e doenças não me largam. Qualquer dor que sinto já é motivo para pensar em algo muito ruim acontecendo comigo. Se leio uma notícia ruim sobre alguém, já  imagino o mesmo acontecendo comigo. De ontem para hoje fiquei sentindo dores no perto, que começaram enquanto malhava ontem. Embora a explicação mais lógica foi que eu trabalhei justamente essa área ontem, a persistência nas dores me incomoda o tempo todo, a ponto de eu ficar a toda hora tocando meu peito para saber se a dor se é no osso mesmo. Já tive isso outras vezes da minha vida e acho que já devo ter publicado nesse blog como me senti.

E, embora tenha muito a comemorar sobre os 3 meses sem SOS, esse sentimento de vigília constante me incomoda muito, pois são raros os momentos que me sinto em paz sem pensar se estou morrendo, sozinho ou me sentindo fracassado. A maior parte do meu dia é tomado com pensamentos como esses. Tem dias que fico sem vontade de sair de casa, mesmo quando tenho compromissos fora. Já me vi dando desculpas para algumas ausências, coisa que fiz bastante nos anos de 2010-2012, o que fechou muitas portas para mim. Preciso lutar contra isso.

Acho que preciso manter o que tem dado certo e tentar fazer terapia. A partir da outra semana, vou tentar atendimento psicológico em um posto de saúde perto de onde moro agora. Se não der certo, vou ter que pensar em outra forma de atendimento.