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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Pensar em coisas boas

Quando alguém sabe que temos alguma coisa relacionada a depressão, sempre nos traz aquele conselho clássico "tente pensar em coisas boas". Como se realmente fosse fácil, né?

Nem culpo essas pessoas e na verdade agradeço pelo desejo de ajudar, mas infelizmente "ficar feliz" não é um botãozinho que apertamos na nossa cabeça e um mundo de pensamentos positivos surgem.

Mas o fato é que temos que tentar de alguma forma. Vou dar um exemplo: estava na quinta-feira muito chateado porque me dei conta que uma pessoa que amo muito não anda se cuidando, dando prioridade para si mesma. Já perdi uma pessoa querida porque essa não se cuidou e não quero perder outra. Então minha tristeza era porque por mais que eu falasse, não via mudanças de atitudes dessa pessoa.

Na quinta à noite eu tenho aula de natação e tem sido uma coisa maravilhosa na minha vida. Eu não sei nadar, então vou falar do ponto de vista de quem está aprendendo.

No meu caso pessoal, a natação tem sido o melhor exercício possível para dar uma folga para a minha mente. Na academia, enquanto fico malhando, não deixo de pensar nos problemas. Mesmo na yoga não atingi um nível que me permitisse desligar completamente. Lembrando que isso vai de cada um, ok?

Mas na natação eu consegui isso, por um motivo muito simples: quando estou tentando nadar, não me sobra tempo para pensar em qualquer outra coisa do que tentar nadar. Uma hora é "já deu 3 braçadas, tenho que respirar." "Ih, esqueci de soltar o ar pelo nariz" ou ainda "será que fiz a braçada direito". E todos os pensamentos sempre estão concorrendo com a necessidade básica: respirar.

Não sei como vai ser quando eu realmente estiver nadando, mas nessa fase eu não tenho como pensar na morte de bezerra. Porque se penso outra coisa, eu engulo água e me afogo. Ou seja, por necessidade básica do corpo humano (respirar) eu sou forçado a só pensar naquilo que estou fazendo.

Então, nessa última quinta, eu saí de lá completamente relaxado, pensando mais que não tinha feito as braçadas corretamente. O motivo da minha chateação não tinha sido resolvido mas ao menos, por uma hora, eu relaxei minha cabeça, o que todo mundo diz que é importante para quem tem qualquer tipo de transtorno.

Não é uma fuga dos nossos fantasmas, mas sim ocupar nosso cérebro com outras coisas e tentar dar aos problemas o máximo de atenção que eles pedem e nada mais.

Tenho procurado outras coisas para preencher meu tempo. Outras coisas que me façam rir ou "pensar coisas boas". Acho que buscar isso diariamente talvez seja uma maneira de ensinar ao nosso cérebro que "pensar coisas positivas" não é tão difícil assim.




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