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segunda-feira, 30 de março de 2020

Hipocondríaco na quarentena

Para quem se imaginou com diversas doenças ao longo dos últimos doze meses, imaginem como tem sido meus dias nessa época de coronavírus.

Passei 2019 inteiro com medo, ficando atento a cada sensação corporal e passando por diversas especialidades médicas ao longo desse ano. 2020 não começou de forma diferente, comigo buscando dessa vez exames com um urologista. Apesar de dores e de estar urinando muito, nada foi encontrado nos exames.

E aí chega o COVID-19 no Brasil, logo no final do carnaval, e com isso vai embora a esperança de dias mais tranquilos. Entrei em quarentena desde o dia 13 de março e são dias bem complicados. Como tenho muitas coisas para fazer que posso fazer via internet, então profissionalmente essa parada não está sendo ruim.

Evitei sair nesses dias. Acho que saí no máximo 5 vezes de casa desde então, indo a comércio aqui perto comprar coisas para fazer comida em casa. E, nas vezes que saí, tomei todos os cuidados de higiene para evitar contato com secreções de outros. Logo, racionalmente falando, tenho uma possibilidade muito pequena de pegar essa doença. Mas quem disse que hipocondríaco dá muito atenção à razão?

Cada espirro, cada tosse ou mesmo um nariz entupido já é motivo para achar que estou com algo. São sintomas que acontecem normalmente comigo, em todos os meses do ano. Mas quem disse que hipocondríaco dá muito atenção à razão?

Como tenho tentado me cuidar?

Bem, tenho feito exercícios em casa, praticamente todo dia. Procuro manter uma rotina, mas sem exigir muito do meu corpo, apenas para manter algum condicionamento e não ficar o tempo todo na cama.

Também tenho me divertido cuidando das minhas plantas. Tenho 3 aqui e recentemente uma lentilha que joguei num vaso brotou e isso me fez bem. Todo dia tenho cuidado das plantas e elas parecem melhor do que estava antes, quando eu molhava uma vez por semana.

Tenho sentido muita falta da minha mãe, mesmo ligando pra ela todo dia. Esses dias fiz chamada de vídeo com ela, para que ela não se sentisse muito só, mas eu fiquei muito mal, saudade apertando muito.

Dizem que o mundo será outro quando essa pandemia passar. As pessoas se transformarão e as relações também. Comigo também não será diferente. Tenho sentido tanta falta de estar com pessoas e com a natureza que percebo que algo tem que mudar em mim. E está mudando.

Vamos em frente






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