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sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Final de ano chegando

Mais um ano se encerrando e geralmente fico menos animado nessa época do que em outras. Talvez seja porque é uma época que as pessoas fazem planos e eu perceba que fiz muito pouco do que pensei no ano anterior. Ou a sensação de que estou ficando mais velho e a sentimento de solidão me dói mais do que o normal.

Aliás, essa questão da idade tem sido recorrente nas minhas reflexões diárias. Tem dias que sinto que a vida está acabando e daqui pra frente é só esperar a morte chegar. Ou vem a sensação de que vou envelhecer sozinho. Tem dias que bate desespero ao imagina que, se não mudar tudo, estarei completamente só porque muitos da minha família e amigos terão ido e não terei mais ninguém pra conviver. Sem contar a questão financeira, já que não terei como me sustentar quando for idoso.

Racionalmente eu poderia trabalhar esses sentimentos trocando por viver mais o agora. Aproveitar as pessoas que estão comigo, trabalhar na carreira pensando no futuro, construir um colchão para que não passe fome quando idoso, e por aí vai. Até melhorei em algumas dessas coisas esse ano. Tenho me esforçado para procurar mais os amigos, trabalhado em várias iniciativas que serão boas para meu futuro, estado mais com a família..Tenho feito alguns planos que em muitos momentos me trazem boa animação e o sentimento de que estou contribuindo para um mundo melhor.

Mas aí aparece a angústia...

Angústia de que devo tanto que ficarei pagando dívida por no mínimo mais uns 6-7 anos, se continuar pagando o que pago hoje. Quando isso acabar, eu estarei perto dos 50 anos e tenho a sensação de que não existirá mais nada para fazer. Sei que isso é estupidez, pois tenho pessoas bem próximas a mim, com mais de 65, que são pessoas bem vibrantes, trabalhando incansavelmente e aproveitando a vida. Deveria aprender com a minha mãe, a melhor pessoa que eu conheço. E quando penso nela, me garganta aperta, porque não sei o que será da minha vida quando ela não estiver mais aqui.

Novamente, aqui eu poderia trocar esses pensamentos por tentar estar mais com ela.

Tenho feito coisas bem legais, que tem a vem com o que enxergo como meu propósito de vida. Mas nada disso resolve os problemas que tenho. Então, tem momentos que penso em parar tudo que estou fazendo e fazer como a maioria das pessoas: trabalhando pra pagar as contas, sem lutar por coisas "maiores". Porque foi tudo que fiz desde a época da faculdade: me achando especial demais para não fazer como a maioria e sempre buscando fazer algo "grande". Acho que no doutorado tem sido assim também. E o tempo vai passando...

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Essa semana completou 10 meses que não tomo alprazolam. Não vou dizer que estou com ansiedade zero. Vira a mexe me sinto ansioso, com dificuldade pra dormir em boa parte dos dias e muitas vezes desanimado. Mas não tenho ficado a ponto de recorrer a um remédio. Vou ficar feliz se conseguir completar um ano.

É fato que estou bem ocupado, mas sem a pressão de outros tempos. Além disso, faz 6 meses que não tomo café e tenho feito algum tipo de exercício de 2 a 3 vezes por semana.

E ainda tem o fator alimentação: ando estudando sobre isso e estou com um post-rascunho há uns dois meses sobre o assunto. Quero desenvolver mais sobre o que tenho aprendido para compartilhar com todxs. Mas, tudo tem passado por cuidar da minha alimentação, com raros abusos. Sem contar que ando cuidando bem da parte intestinal, consumindo iogurte de kefir. Além do benefício nutricional, ter esse bichos em casa nos faz também ter uma rotina, algo que é tão caro para mim.

Mas preparo um post melhor sobre o assunto assim que for possível. Caso tenham curiosidade: leiam a fundo sobre "o intestino é o nosso segundo cérebro". Quando se lê sobre a química dos transtornos, muitas coisas se encaixam.

2 comentários:

  1. 6 meses sem alprazolam é uma vitória. Sério, é mesmo. Você ainda tem muitos comprimidos disponíveis ou vai em psiquiatra e ele sempre te passa (e você não toma)? Estava vendo alguns relatos de pessoas que pararam com o tratamento com benzodiazepínicos no Youtube. Olha, é cada história. Eu achava que passar dias seguidos sem dormir foi ruim, mas vi cada relato de crise, viu? Essa vida com fármacos não é boa pra ninguém. Força aí, não sou médico, mas desejo desejo que você não precise disso a não ser que seja mesmo necessário.

    Tu ainda acha que vai conseguir formar uma família ou é algo que não quer mais?

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    1. Oi amigo, sempre bom ter suas visitas aqui. Então, já to indo pra 11 meses sem o alprazolam. Acho que devo ter uns 30-40 comprimidos ainda. A última vez que comprei foi em julho/2018. Preciso até ver se estão dentro da validade.

      Tem casos que os remédios são o único tratamento viável no momento. Em relação a crises de ansiedade, embora tenha alguns episódios leves de vez em quando, não tenho precisado. Quanto menos remédio melhor, mas só se o tratamento dá pra ser feito de outra forma.

      O que me assustou em relação ao alprazolam foi a opinião de dois médicos (os dois do serviço público) dos efeitos negativos com o uso por longo prazo. Por isso tenho me esforçado para não usar. Por enquanto tenho conseguido. Comecei a ler sobre a questão química do cérebro e vendo como a alimentação pode contribuir nisso. Ainda não sei como irei disponibilizar os resultados desses estudos, mas tenho um post rascunhado sobre isso tem uns 2 meses já.

      sobre família, penso pouco nisso de maneira concreta. Tenho um post para falar sobre isso tb hahaha

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