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domingo, 20 de dezembro de 2020

Hipocondríacos e esperança em tempos de pandemia

 A pandemia não está fácil para ninguém, mesmo para aqueles que acham que não existe pandemia e colocam a si e os outros em risco. Para pessoas hipocondríacas como eu, esses tempos representam pensamentos diários de "será que estou com a doença?".

Eu raramente saio de casa, nem para caminhar estou saindo mais. As minhas saídas restringem-se a mercado e estou me organizando para sair cada vez menos, fazendo uma compra semanal apenas. Mas quando saio é sempre um momento de tensão, já que cada vez menos pessoas tomam os cuidados básicos. Quando vem alguém sem máscara em minha direção, eu praticamente saio da calçada para me afastar ao máximo.

No mercado, se alguém se aproxima de mim na fila do caixa, eu sempre a olho de cara feia, mesmo a pessoa estando de máscara. As máscaras protegem mas a eficácia depende de vários fatores. Logo, usar máscara ajuda mas não é suficiente: tem que manter a porra da distância! Falei o palavrão aqui porque é o que queria dizer para esses indivíduos. Mas é perda de tempo, pois os negacionistas são, antes de tudo, selvagens. Se irritar com essa gente só pode nos trazer mais riscos ainda. 

Ontem pedi umas esfihas em casa e o entregador estava de capacete e sem máscara. Na hora nem me liguei de falar algo, pois estava me desculpando por ter feito o pedido e logo depois ter começado a chover. Voltei para dentro de casa, tirei óculos e máscara, lavei bem as mãos e tomei todo cuidado manuseando os produtos. Mas hoje acordei e lembrei que não tomei banho logo depois de ter atendido o entregador. 

Aí minha cabeça fica imaginando vários cenários e cálculos. Qual a distância que mantive dele na hora da nossa interação, em quantos dias eu poderia ter sintomas, etc. O risco deve ter sido mínimo, visto que eu estava protegido e não fiquei tão perto do entregador. Coisa de 1 metro mais ou menos. Mas existiu um risco ali e fiquei me lamentando por ter sido desatento.

Agora é uma semana em que ficarei monitorando meu olfato, paladar, temperatura corporal e por aí vai. Hipocondríaco nunca tem paz, mas em tempos de pandemia é muito pior.

Como não venho aqui só para reclamar, lembro também que há esperança de vida melhor para mim depois da pandemia. Renegociei a pior dívida que tenho e fechei dois contratos de trabalho. Com isso, vejo que conseguirei quitar essa dívida maior até dezembro de 2021. Tenho outra dívida grande e essa devo quitar ao longo de 2022. Aí sobrarão dívidas "menores" que tenho mais facilidade de negociar (bancos).

Para quem não tinha esperança de quitar as dívidas antes do 50, nada mal né?

Fiquei na sexta à noite imaginando como será minha vida quando não dever a mais ninguém, quando todo o dinheiro que receber vier só para mim mesmo praticamente. Pensar nisso me deixou animado, mesmo nesse caos em que estamos todos vivendo. 

Como disse ao meu amigo Skull, parece que a vida me deu uma nova chance de fazer as coisas certas. Espero aproveitar bem dessa vez. 





2 comentários:

  1. Obrigado pela lembrança nesse post, cara.

    Você por acaso está no grupo de risco? Tem hipertensão, diabetes, algo assim? Tenho certeza que você acha que se pegar covid, vai entrar naquela estatística das pessoas saudáveis mas que, por algum motivo, morreram pra essa doença. Eu quase já ia te falando pra não se preocupar tanto com isso, mas se preocupe sim e muito. É melhor pecar por excesso. Você vai tomar a vacina logo que estiver disponível? Eu acho que vou esperar um pouquinho.

    Sobre a divida, gostei de saber que conseguiu negociar. Agora tem que esperar que dê tudo certo nos próximos anos. Mesmo com essas dívidas grandes, passando fome você não tá então, quando quitar tudo, deve ficar com a vida bem mais folgada. Cara, 60k de dívida é uma quantia grande pra caralho! Pra tu ter uma ideia, por ano, com tudo o que consigo fazer nem 18 mil reais. Eu estaria completamente fudido com uma dívida dessas.

    Abraço e bom final de ano por aí, cara. Continue por aqui em 2021 se puder.

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  2. Hehehe, você já me conhece bem. Sim, é exatamente isso. Eu acho que se pegar certamente estarei nos 1% que infelizmente morre. Tenho um problema de saúde sim, mas não acho que vá entrar na lista de prioridades para vacina. Já estou imaginando que devo ter vacina lá pelo meio de 2021.

    Sobre a dívida, pois é, e ela era maior até o início do ano passado. Consegui quitar uma aos poucos até esse ano e a outra maior consegui renegociar. Basicamente são dívidas tributárias. Poucos impostos mas algumas obrigações acessórias que toda empresa tem que cumprir, senão paga multa alta. Eu larguei de mão por anos e aí a maior parte desse volume são multas por omissão de declarações. E o mais estúpido é que eram, na maior parte, declarações "sem movimento", ou seja, em meses que não faturei nada. Enfim, lição aprendida.

    Bom 2021 para vc tb! Espero sempre te ler por aqui ou no seu blog :-)

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