Os últimos tempos não têm sido nada fáceis de lidar...Estou, usando termos de futebol, em várias finais de campeonatos ao mesmo tempo. Assuntos acadêmicos chegando a reta final, mudanças no trabalho, pendências antigas demandando mais minha atenção, assuntos familiares precisando muito de mim e, não menos importante, namorada me questionando cada vez mais.
Semana passada, depois de vários dias estranhos, tivemos uma conversa bem franca. E, apesar dos pontos de crítica conhecidos, como a minha falta de tempo e dedicação ao namoro, ela tocou em um ponto crucial: que parece que estou vendo-a apenas como amiga e não como namorada, mal me interessando pela mulher e sim pela amiga maravilhosa que ela é.
Enquanto conversávamos isso, tive que ser sincero, mesmo sabendo que isso ia machucá-la: que não tinha certeza de nada quanto aos meus sentimentos em relação a ela, que minha cabeça está uma zona gigante em relação a tudo e que não tinha condições de dar respostas definitivas a ela. Estivemos quase a ponto de terminar naquele dia e só não aconteceu porque comecei a chorar muito, pedindo perdão por estar magoando-a, que lamentava ter esse monte de problemas e ser essa pessoa-problema, que nunca quis machucá-la e que queria que fosse tudo diferente.
A gente até namorou naquele dia, comigo presente ali de corpo e mente, tivemos uma semana mais agradável, mas mal senti falta dela nesse fim de semana. Só pensava nas coisas que tinha que fazer no fim de semana, nos desafios que estão se aproximando e calhando de serem todos ao mesmo tempo, em como estava cansado e não queria trabalhar amanhã, entre outras mil coisas que passam na minha cabeça a cada minuto.
Aliás, como já devo ter falado anteriormente, esse é o grande dom e grande mal do ansioso. A mente que borbulha milhares de coisas ao mesmo tempo, indo e vindo no tempo, elaborando mil hipóteses, mil situações e geralmente sofrendo com a maior parte delas. Nos últimos tempos, até pelas demandas, minha cabeça ainda muito mais a mil e só queria ficar um pouco quieto, aquietar esses meus pensamentos e relaxar, como as pessoas "normais" fazem. Acho que precisaria disso para refletir sobre as coisas, sem pressões de prazos, segundas-feiras, contas, etc. Talvez conseguisse acalmar a mente e entender melhor tudo o que se passa comigo.
Hoje é domingo.. tomei rivotril umas 3x no final de semana e estou agitado aqui, pensando na semana toda, nos meses até o final do ano, que amanhã é segunda e tenho que ir ao trabalho, porque não posso simplesmente largar tudo (pessoas dependem de mim). Penso também que mais tarde vou encontrar a namorada e dizer a ela que não dormirei de novo essa noite na casa dela, já que minha mãe está aqui, e já estou sofrendo porque sei que ela vai ficar triste... e tudo o que não queria seria deixá-la triste.
Preciso de férias no meu trabalho, mas não terei, devido a questões contratuais. Preciso de férias nos assuntos acadêmicos (que é a única coisa que me empolga no momento) mas não posso porque estou justamente na etapa mais crucial dos meus trabalhos (faço dois cursos). Preciso de férias da minha namorada porque hoje só estou sendo nocivo para ela, que também não passa por momento bom na vida. Mas tenho medo de falar de um tempo e não ter mais volta, que eu descubra que meus sentimentos são de amor de namorado e aí seja tarde demais. Que eu perca pra sempre uma pessoa que só quer o meu bem. Mas, por outro lado, enquanto fico tentando forçar uma coisa que não estou sentindo agora, estou machucando-a e me machucando. Não sei o que fazer, Penso em pedir um tempo para pensar sobre tudo e para que ela pense também. Afinal, ela tem todo o direito, por mais que me ame, de não querer estar perto de uma pessoa nessas condições.
Pensei em pedir demissão, para me dar o tempo que preciso para encerrar as pendências acadêmicas e ter um tempo para cuidar de mim. Mas quando faço as contas do que preciso ter ao final do ano (nada para mim.. só contas e caso de saúde na família), vejo que nem isso eu posso fazer.
Estou com muito medo de ficar cada vez pior.. de voltar a frequentar emergências, de ficar mais doente e estragar tudo que conquistei até aqui...Pensei em formas de levar um dia a dia menos corrido, sem perder o trabalho e nem atrasar minhas coisas... mas não sei se isso vai funcionar. Vou tentar mais um pouco no trabalho...
Mas o que mais me incomoda agora é o que eu faço com relação a namorada... Não é justo com ela ficar sendo um namorado protocolar e nem comigo...Sei que sou egoísta, porque mesmo sabendo disso tudo, fico pensando no meu medo de estar sem a amizade dela e não dar conta do que virá pela frente, porque ela me ajuda muito.
Preciso pensar em mim... mas preciso também pensar nela, no que estou fazendo com ela (ou deixando de fazer) e tomar decisões. Aliás, tomar decisões com relação a ela e em relação às outras coisas. Tomar certas decisões exigem coragem... e acho que é isso que está me faltando agora.
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