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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Meus desejos para 2015

Comecei a escrever há dias atrás... mas nada do que eu desejo dessa lista é mais importante do que:

  • Parar de sentir medo da morte o tempo todo
  • Não me sentir tão só
  • Aprender a lidar com o fato de as pessoas envelhecem
 Se eu tiver tudo isso, todo o resto da lista abaixo nem precisa vir...

Feliz 2015 para todos nós!

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Não estão em escala de importância mas fui escrevendo a medida que fui lembrando. Acho que muitas dessas coisas estão bem encaminhadas, outras não sei se conseguirei. Mas por que não colocar como meta? Aí vai a minha lista:

1) Aprender a controlar a minha ansiedade

2) Outros
  • Terminar mestrado
  • Terminar especialização
  • Fechar empresa
  • Quitar todas as dívidas
  • Ter um corpo q me deixe satisfeito
  • Ser chamado em um concurso
  • Arrumar uma namorada
  • Terminar pendências de trabalho antigas
  • Ajudar as pessoas de maneira constante
  • Ter uma vida social

Acho que as outras coisas de um jeito ou de outro são desdobramentos de eu conseguir a primeira da lista. As crises de ansiedade e os medos constantes de ter algo, me paralisam. Me impedem de estudar mais, de me arriscar mais, de ter disciplina e de resolver as minhas pendências. Preciso mesmo vencer essa grande batalha para poder ganhar as outras.

Feliz 2015 para todos nós! Que seja um ano de muita luz e que consigamos vencer cada vez mais as nossas batalhas diárias.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Satisfeito?

Eu sei que tive grandes conquistas nesse ano. Fiz realmente muita coisa e avancei muito... Mas internamente não consigo comemorar nada disso...

Me sinto cada dia mais sozinho...e acho que os dias sem os vários trabalhos para entregar têm me dado tempo para pensar e ver como eu sou uma pessoa solitária.

Sem planos para o fim de semana, porque não tenho amigos para sair. Sem pessoas com quem eu possa conversar mesmo que a distância. Sem ter alguém para dar e receber carinho. Para conversar bobagens e rir juntos. Para dar e receber prazer. Para fazer planos...

Me envolvi em tantos problemas que simplesmente não deixei espaço para pessoas na minha vida. E agora que as coisas parecem controladas (não resolvidas ainda) me sobra tempo para o que?

Muitos desafios pela frente, que certamente me tirarão grandes pesos das costas. Mas será q não estou deixando o principal de lado? Claro que sou muito ligado à minha família... mas eles tb têm os compromissos e amigos deles. E eu? Passo meus dias me preocupando e com medo passar mal e morrer.

Já passei da segunda metade da casa dos 30. Como recomeçar e preencher a minha vida? O fato é que a solidão tem me incomodado muito mais do que em toda a minha vida. Talvez aí esteja a origem de muita coisa que sinto. Mas como mudar? Como fazer diferente e vencer essa batalha? Não sei...

Na noite que conheci M., ouvi a música que colo no final. A música que me mostrou na época que precisava de alguém (e a vida me trouxe ela) e que tem me mostrado como a minha vida está vazia, independente do que tenho feito de bom na carreira acadêmica e profissional...








Só por hoje



Só por hoje

Legião Urbana

Só por hoje eu não quero mais chorar
Só por hoje eu espero conseguir
Aceitar o que passou e o que virá
Só por hoje vou me lembrar que sou feliz


Hoje eu já sei que sou tudo o que preciso ser
Não preciso me desculpar e nem te convencer
O mundo é radical
Não sei onde estou indo
Só sei que não estou perdido
Aprendi a viver um dia de cada vez


Só por hoje eu não vou me machucar
Só por hoje eu não quero me esquecer
Que há algumas pouco vinte quatro horas
Quase joguei a minha vida inteira fora


Não não não não
Viver é uma dádiva fatal!
No fim das contas ninguém sai vivo daqui mas
Vamos com calma!


Só por hoje eu não quero mais chorar
Só por hoje eu não vou me destruir
Posso até ficar triste se eu quiser
É só por hoje, ao menos isso eu aprendi


segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Amor maior - parecia perfeito demais...

Depois de cerca de 15 dias nos falando diariamente quase, estava tão envolvido por M. que achei que finalmente tinha encontrado o amor da minha vida. Parecia que era questão de tempo para nos encontrarmos e eu viveria tudo o que sonhei com a mulher dos meus sonhos. Parecia...

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M. parecia a pessoa que sonhei a vida toda. Engraçada, inteligente, sexy, carinhosa... Aliás, de tudo que sempre amei em M., a característica mais marcante dela era o carinho. Já tive outros relacionamentos mas em nenhum deles recebi tanto carinho e cuidado como o que M. me fazia ter.

Andava ansioso para nos encontrarmos mas andava difícil por agendas complicadas, tanto para mim quanto para ela. Principalmente ela, médica que andava em plantões. E eu, cada vez mais dependente dos nossos contatos via msn, praticamente ficava online o tempo todo, a espera de que ela aparecesse. E quase todo dia nos falávamos, já que ela quase sempre aparecia online.

Chegamos a falar algumas vezes ao telefone. Celular não era banal como é hoje mas ela me ligou algumas vezes em casa. Ah, a voz dela... Com um pouco de sotaque do Sul do Brasil. Lembro da voz dela ainda hoje. Voz de menina, alegre e tão doce aos meus ouvidos. Quanta saudade você deixou, M.

Morava em república na época e meus colegas diziam que eu não saía mais do quarto. Era do trabalho pro quarto e do quarto para o trabalho. Queria tanto estar com ela que simplesmente só queria esperá-la no msn para curtirmos nosso tempo juntos. Se alguém já viveu ao lado de alguém momentos que chamamos de mágicos, entende bem o que estou falando. Me faltam palavras para descrever como era cada minuto com ela, mesmo que através de uma tela de computador.

Mas em um final de semana, tudo mudou. Não o que sentia por ela e o que ela sentia por mim. Mas a mágica deu lugar a realidade*. Cansado de esperar por ela estar online e lembrando das críticas dos colegas de república, resolvi sair para caminhar, como fazia antes de conhecê-la. Dizia para mim mesmo: "não posso ficar online o tempo todo, tenho que sair para fazer qualquer coisa, pois vou enlouquecer".

E então saí para caminhar. Muitos anos depois, meu arrependimento por esse dia ainda parece tão grande como naquele dia. Ao voltar da caminhada, um colega disse: "M. ligou te procurando. Conversamos um pouco e ela parece legal. Disse que ia te escrever".

A gente tinha combinado de nesse final de semana se falar para combinar algo ao vivo. Então, quem me lê imagina como fiquei com ódio de mim por ter saído justamente no momento que ela ligou.

De qualquer forma, mal ouvi o que o colega falou e corri para o quarto para ver meu e-mail. M. tinha me escrito um mail longo dizendo que a mãe dela tinha tentado se matar e ela teve que partir em direção a cidade dela (Blumenau). Ela se desculpava mas estava desesperada e não sabia se voltaria para nossa cidade (Campinas), pois tinha que ficar com a mãe. Mas que queria muito viver tudo o que falávamos e que estava triste porque não poderia me encontrar naquele momento.

E então eu chorei como nunca chorei na minha vida. Fiquei horas e horas chorando, me lamentando por ter ido caminhar, por não ter confortado-a nesse momento, por não ter me oferecido para ir junto na longa viagem. O que teria acontecido se eu estivesse em casa e atendido o telefone? Por mais que eu especule, nunca irei saber..

Olhava o e-mail dela, chorava muito e escutava a música que ela dizia ser a preferida dela:



Chorava também por mim, por imaginar a possibilidade de não acontecer uma coisa tão maravilhosa como ela. Me lamentava por tudo, pelas coisas boas nunca acontecerem comigo. Me senti revoltado por tudo e estava desesperado, porque estávamos tão perto e acontecia uma coisa dessa. 

Rezava pela mãe dela, por ela e por mim. E me questionava se aquilo tudo ia acabar ou se teríamos nova chance...

Continua**...


* Um adendo importante: muito do que relato aqui não tenho como comprovar a verdade. Não me refiro ao que sentia e ao que vivemos. Mas o nome dela, a profissão dela, a casa dela, o que aconteceu com ela... talvez nunca saiba a verdade. E isso me mata a cada dia...

** Sempre choro muito quando lembro dela. E escrever isso tudo está sendo bem difícil para mim. Que saudade...

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Para ler desde o início:

1) http://writerapia.blogspot.com/2014/12/amor-maior-o-inicio-de-tudo.html
2) http://writerapia.blogspot.com/2014/12/amor-maior-voltando-sentir-o-coracao.html

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Um sentimento que podia me visitar sempre

Se me perguntarem hoje: "Você é feliz?". Certamente, eu diria que não. Provavelmente se me fizerem essa pergunta na maior parte dos momentos a resposta vai ser a mesma.

Tenho problemas? Certamente como todo mundo. Mas por que será que a mesma pergunta para outras pessoas certamente vai ter uma resposta diferente? Bom, devem existir várias razões. Quando eu achar a fórmula, eu juro que conto.

O fato é que em toda a minha vida sempre me senti só, pessimista quanto a minha vida e a maior parte das vezes não comemorando como talvez devesse as minhas realizações.

Falo isso porque nessa semana estava voltando à noite para casa e enquanto estava na condução, vim pensando em tudo que mudou na minha vida de um ou dois anos para cá: tenho um bom emprego, recebo em dia, estou realizando um dos sonhos da minha vida com o mestrado, convivo com pessoas diariamente e até tenho uma boa interação com elas, mesmo que "forçado" pelas circunstâncias do ambiente profissional. Ainda continuo com uma dívida imensa mas quitei muita coisa esse ano. As coisas caminham nas em várias áreas da minha vida como há muito não caminhavam.

Quando pensei nessas coisas durante a viagem de volta pra casa, me veio um sentimento tão bom de satisfação pessoal, de ver que meus esforços têm rendido bons frutos na minha vida. Nesse mesmo dia, tive uma noite de sono tão boa, ou seja, não tive nenhuma dificuldade para dormir. Estava me sentindo aliviado e quem sabe até feliz com todas as mudanças que empreendi na minha vida.

Mas por que esses sentimentos não estão sempre comigo? Por que, por exemplo, não estão hoje comigo? Não sei...sabemos que para certas coisas não existe um botão (maioria das pessoas não entende isso) que nos deixe feliz, que expulse a tristeza do nosso coração, que afaste os pensamentos ruins, que desligue uma crise de ansiedade ou pânico e por aí vai.

Será que a fórmula é falar sempre para mim mesmo o quanto de bom tenho alcançado? Não sei...e talvez me falte disciplina até para esse tipo de exercício.

Uma outra coisa que posso chamar de boa na minha vida é que pareço não estar morto por dentro. Me refiro a colega de trabalho, que citei em outros posts. Tenho tido vontade de estar perto dela, de fazê-la rir e acho até que estou dando bandeira. Junto com isso vem o sentimento de ficar incomodado em vê-la preparando as baladas do fim de semana, onde provavelmente vai ficar com alguém.

Na situação dela (recém separada), provavelmente eu faria a mesma coisa e ela  tem todo direito de viver a vida dela como quiser. O incômodo a que eu me refiro é com relação a vontade de eu querer ser o cara que ela deseje ficar ou que me veja mais do que como um colega de trabalho.

Dei muita volta para falar o principal: esse tipo de sentimento é de quem está muito vivo por dentro e na busca por alguém para estar junto. Se vai ser com ela, não sei. Mas isso tudo que têm acontecido me mostra que meu coração ainda pode bater por alguém com os ônus e bônus que isso sempre traz.

Na minha história isso também pode ser chamado de vitória. Só falta eu ficar feliz.


















domingo, 14 de dezembro de 2014

Amor maior - voltando a sentir o coração bater forte

Continuação da história que comecei a contar aqui:

http://writerapia.blogspot.com/2014/12/amor-maior-o-inicio-de-tudo.html

Incrível como certas coisas acontecem muito rápido. Carência? Amor a primeira vista? Não sei.. o fato é que após conhecer uma menina no chat do UOL, as coisas aconteceram numa velocidade espantosa. Para o bem e para o mal...

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Depois de conhecer M. no chat do UOL numa noite de abril/2005, trocamos e-mails, porque eu queria falar mais com ela. Aquela noite tinha sido tão legal que eu precisava falar com M. de novo e quem sabe evoluir nossos contatos.

Acho que escrevi para ela um ou dois dias depois, não me lembro exatamente o conteúdo. Alguns emails que trocamos eu acabei apagando, porque reler certas coisas me doem muito.

Ela demorou uns 15 dias para me responder, disse que tinha gostado de mim e falava sobre a carreira dela (médica), que tinha cogitado parar a residência, entre outras coisas. Sei que a respondi no mesmo dia passando meu msn e sugerindo que nos falássemos de novo, desta vez por lá.

Acho que nesse mesmo dia ela me adicionou e ficamos novamente horas conversando à noite. Eu tinha receio dela desistir quando visse minha foto (não mudei nesse ponto) no msn mas ela gostou de mim. E ela? Aquela pessoa que parecia linda por dentro também o era por fora.

Conversamos tanto nessa noite e descobrimos tanta afinidade que eu estava encantado e ela correspondia. Uma coisa que nunca esquecerei dela: ela sempre era tão carinhosa...Nunca mais tive na vida tanto carinho. Tiveram outras pessoas mas carinho como o dela, nunca mais...

Eu estava tão encantado que nem lembrava mais da ex, que terminou no ano anterior, e nem estava interessado na vida que estava levando antes de baladas toda semana. Só queria falar com M.

Passamos a nos falar diariamente, quase. Ela com seus plantões tinha uns horários diferentes mas eu sempre estava on para ela, porque minha carreira me permitia isso.

Como faz parte de mim, eu já sonhava com nosso encontro e com as coisas acontecendo...Estava empolgadíssimo e sentia falta imensa quando não estávamos nos falando. Um dia ela me mandou essa música:



Essa foi uma característica nos nossos 5 anos juntos. Sempre mandávamos músicas um para o outro. E cada uma delas reflete o momento que estávamos vivendo.

Acho que foram duas semanas com esses contatos quase diários com M. Dentre muitos momentos mágicos que tivemos, essas duas semanas talvez estejam entre os 10 mais da nossa história. Talvez seja difícil para a maioria das pessoas entender como conversas por msn possam ser mágicas mas só posso dizer que foram..

Estava totalmente encantado por ela e queria muito conhecê-la. Ela declarava o mesmo e eu achava que era questão de tempo para isso acontecer. Mas aí...

Continua...






sábado, 13 de dezembro de 2014

Disciplina

Depois daquela terça terrível, até que os outros dias não foram ruins. Um momento ou outro mais chato mas a semana terminou bem melhor do que começou.

Essa semana comecei uma dieta para perder uns quilos e principalmente para me alimentar direito. Tenho dificuldades com disciplina e a dieta por si só é uma maneira de eu tentar exercitar isso.

Na verdade, com um pouco mais de disciplina acho que muita coisa seria diferente na minha vida. Meus problemas financeiros, minha falta de cuidados comigo, as pendências de trabalhos antigos e quem sabe até a minha ansiedade.

Muitas pessoas disseram que para casos de ansiedade, exercícios de respiração ou exercícios físicos feitos com frequência podem ajudar. Mas para isso precisa disciplina, que é o que me falta.

E por conta de tudo isso, sou o rei dos projetos inacabados: trabalhos que não terminei, aulas de natação que só comecei, pilates, yoga, musculação, corrida e por aí vai.

Bom, essa semana comecei a dieta e voltei a caminhar nos fins de semana (esse é o segundo). Vamos ver como sigo com isso.

Uma coisa que me ocorreu agora é que nesse ano com a parte acadêmica e a nova situação profissional, bem ou mal eu tive que exercitar disciplina, seja com horários para acordar ou dormir, horas de estudo e tarefas.

Espero que tudo isso seja o início de uma mudança para eu corrigir um dos grandes problemas que tenho. :-)

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Dias em que a realidade dói mais do que o normal

Acho que isso acontece com todo mundo, mas sabe aqueles dias que você se acha uma droga, que olha sua vida e deseja uma outra bem diferente? Hoje foi assim...

Fui para o trabalho e não estava com vontade de falar com ninguém. Quando isso acontece, eu coloco meu fone e fico ouvindo música. Devo parecer estar com uma faixa na testa dizendo: "afaste-se". Estava bem pra baixo mesmo, pensando em como só trabalho para pagar meus erros do passado, escutando os outros falando de suas férias e eu lembrando que as minhas férias serão em casa, já que tudo que recebo é para consertar o que fiz de errado no passado.

Também me lembrei de como me sinto só, da preocupação constante com a minha mãe. Das chateações por não ver nos meus irmãos o mesmo empenho que estou tendo para ajudá-la..

Eram pensamentos tão ruins e só pioravam quando eu lembrava também que estou bem longe de resolver essas pendências do passado ($). E com isso comecei a ficar impaciente e qualquer coisa estava me irritando. Em um ambiente com muita gente, a gente escuta de tudo. Às vezes são coisas que me irritam mesmo nos meus dias "normais", mas nesses dias, ao menos, eu tento abstrair e lembrar que o mundo não é feito só de pessoas do bem.

Me chamaram para uma reunião de equipe e essa reunião piorou meu estado. Como eu estava em um estado intolerante, as discussões sem foco e as sucessivas interrupções quando um estava falando, estavam mudando a faixa na minha testa para "estou puto".

Além disso, parte de meus colegas de equipe resolveram hoje desencanar de qualquer sensibilidade que possam ter e falar coisas que eles não têm ideia de como machucam. Não falaram para mim (nesse caso "sorte" minha, pq eu teria mandado a merda e perderia o emprego) mas para uma colega que sente demais certas declarações. Não sou santo e já errei pra cacete no tema. Mas machismo me irrita tanto...Além de tudo, atingindo uma pessoa que gosto muito. Chegou a um ponto em que eu disse: "Jesus, deixem ela falar". Só que eles estavam tão preocupados em ouvir a própria voz que só ela percebeu o que eu falei.

Enfim, acabou a reunião e eu queria mandar todos a merda e falar o que estava sentindo. O problema é que graças aos meus erros do passado, não posso simplemente agir como deveria e ter mais problemas que atingiriam não só a mim, mas também a minha mãe, que tudo que não pode ter agora são mais preocupações.  Só que ir contra nossos princípios é uma violência tão gigante que fazemos, que sinto que terei dificuldades para dormir hoje.

Sei que isso acabou com meu dia. A única coisa boa de hoje foi ter ido a uma consulta e ter dado início ao meu plano de cuidar de mim mesmo em 2015. No caso, cuidar da minha alimentação.

Espero estar com uma cara melhor amanhã. Me isolar é a pior coisa que posso fazer e interagir com pessoas nem sempre vai ser uma maravilha. Mas não posso deixar de fazer. Senão acabo voltando para meu isolamento, que sei que só ferra mais com o meu transtorno.

P.S.: acho que fiquei chateado também porque mal falei com a outra colega esses dias. Preciso ter calma nessa questão e deixar as coisas acontecerem (ou não) no seu devido tempo.







sábado, 6 de dezembro de 2014

Amor maior - o início de tudo

Hoje, ao caminhar pela praia, encontrei pessoas conhecidas que de alguma forma me lembraram daquela que não consegui superar. Estava há tempos para escrever sobre tudo o que aconteceu, até para poder organizar meus pensamentos. Já fazem tantos anos e certos detalhes vão sumindo das minhas lembranças. Ela, que chamarei aqui de M., sempre está presente...

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No início de 2005 eu estava experimentando uma coisa que nunca aconteceu comigo (nem antes e nem depois do fato): estava ficando com mulheres com uma frequência maior do que o meu histórico. Nunca fui o cara que ficava com uma mulher diferente a toda semana mas isso estava acontecendo comigo.

Voltando alguns meses atrás no tempo, a minha ex-namorada tinha terminado comigo, depois de quase 4 anos juntos. Moramos juntos por 2 anos e vivemos como casal com tudo de bom e ruim que a vida de casado tem. Ela foi a primeira namorada que tive, foi com ela que tive minha primeira relação sexual e por aí vai.

Quando ela terminou, em novembro/2004, eu nem sofri tanto. Nossa relação já não andava boa fazia tempo e eu mesmo estava cansado daquilo. Mas nunca sou o cara que termina as relações e precisou ela fazer o que eu estava sem coragem de fazer.

O que aconteceu pouco tempo depois é que passei a procurar conhecer outras mulheres. E, incrivelmente, comecei a ficar com algumas em curto espaço de tempo. Cheguei ao ponto até de ficar com uma menina em uma viagem de ônibus de 6 horas. Quem me conhece, nunca imaginaria que eu ficaria com alguém em uma viagem. Mas enfim, aconteceu.

De novembro/04 até abril/05 eu passei a sair mais e conhecia mulheres que mantinha contato via internet. Esse é um ponto importante: fora a menina do ônibus, todas as outras eu conheci em salas de chat e marquei de encontrar. Com uma delas, cheguei até a ficar mais de uma vez, um visitando a cidade do outro, além de nos encontrarmos no carnaval de 2005.

Estava uma vida divertida, pois eu estava procurando viver, saindo com alguma frequência e buscando diversão. No entanto, por talvez eu ser o tipo de cara que prefira segurança a aventuras, comecei a me cansar disso e sentir falta de ter alguém todo o tempo, como era no meu tempo de casado.

Numa noite de abril de 2005, depois de voltar de uma balada, resolvi entrar no ambiente onde sou desinibido, atirado, descolado, etc: uma sala de chat. Entrei numa sala de chat da minha cidade, pois dessa vez eu queria conhecer alguém da minha cidade, já que estava ficando caro interurbanos e viagens pelo interior de SP.

Não demorei muito a ter a atenção de alguém. Uma menina muito simpática e ficamos conversando por horas. Ela parecia tão legal e estava tão divertido falar com ela que não vi o tempo passar. Pela primeira vez em meses estava tendo um tipo de contato com mulher que não era aquela coisa de conversar um pouco e ficar/não ficar.

Esse foi o dia que falei com M. pela primeira vez, numa relação que durou quase 5 anos. A pessoa que mais me fez sentir amado e que sempre dizia que eu nunca mais me sentiria só.

Continua...

"Mas se for para falar de algo bom, eu sempre vou lembrar de você. Difícil não lembrar do que nunca se esqueceu, fácil perceber que seu amor é meu, difícil não lembrar do que nunca se esqueceu, é fácil perceber que meu amor é seu"







sábado, 29 de novembro de 2014

Com ressaca e ansioso

Acabei indo na tal festa da empresa ontem. Até que foi divertido e a tal colega de trabalho estava lá também. Ando mesmo encantado com ela mas não sei se isso é só de carência ou se tem realmente algo...

Minha cabeça fica arrumando várias desculpas para não tentar: minha vida complicada, a fase que ela está (recém-separada, procurando aproveitar as coisas boas da vida de solteira), meu receio de levar um fora e ficar estranho no trabalho, entre outras coisas...

Acho que principalmente é devido ao fato de que acho que não sou interessante para ninguém e sempre serei rejeitado. Essa minha falta de confiança se reflete muitas vezes em outras áreas da minha vida mas é muito mais forte quando se trata de mulher. Simplesmente acho que nenhuma mulher vai ser interessar por mim. Já tive namoradas e já morei junto, mas nem o histórico me convence do contrário.

Não sei o que será com relação a ela. Meu lado ansioso fica querendo que as coisas se decidam logo, esquecendo que as coisas têm seu tempo pra acontecer ou não.

Ontem bebi muito na festa e foi um grande erro. Consegui chegar em casa, mas passei mal na rua e em casa quando cheguei. Hoje estou o dia inteiro com a cabeça doendo e estava com tontura de manhã. E agora a tarde quem veio me visitar? A ansiedade, com uma daquelas crises...Como ainda estou com efeito do alcool no meu corpo vou me esforçar ao máximo para não recorrer ao SOS, pois desconfio que pode piorar as coisas..

Ontem paguei a penúltima parcela do acordo que fiz e isso me fez começar o dia bem. A pessoa próxima que está tomando o antidepressivo já está bem melhor dos efeitos de início e estou quase fechando as tarefas acadêmicas. Faltam 4.

Acho que 2014 eu cuidei muito das minhas coisas e espero manter isso em 2015. Mas penso que em 2015 preciso realmente cuidar de mim, fisicamente e mentalmente, o que venho negligenciando para dar foco total as outras coisas. Um dos meus problemas (e minha psico sempre me lembrava isso) é que eu tento levar as coisas sempre ao extremo, me esquecendo que o que faz diferença é o equilíbrio. Não dá para focar a vida na carreira e esquecer do coração, da mesma forma que não dá para só pensar no coração e deixar a carreira de lado. Deve haver equilíbrio entre essas e todas as áreas da nossa vida. Mas que tarefa difícil, não?


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Fim de ano e pessoas

Eu nunca gostei de final de ano. Não sei mas acho que pareço o Grinch no quesito festas de fim de ano. Acabo ficando mais deprimido nessa época e fico torcendo para passar logo a virada e começar o novo ano.

Essa sensação de solidão que aumenta nessa época é uma coisa que eu ainda não consegui entender. Acho que passei o natal só apenas uma vez mas para mim o período entre natal e ano novo, sempre é a época que me sinto mais só, mesmo estando com gente. Uma questão para lidar no futuro...

Agora que estou em uma grande empresa, aparecem coisas que são novas para mim: aquelas infindáveis oportunidades de interação social, seja para aniversário de alguém ou as festas de fim de ano, de gerência, diretoria, empresa A, empresa B e por aí vai. Fico sem vontade para ir a essas coisas, até porque nem roupa eu tenho. Na vida simples que estou buscando levar não sobrou espaço para comprar roupas "de sair". Então fico pensando se apareço nesses eventos como a mesma roupa que o pessoal já me vê todo dia.. (por mais que a gente diga que não liga para certas convenções sociais, acho que no fundo todo mundo talvez se importe um pouco - até eu)

A coisa nova nesse fim de ano é que realmente tem muitos eventos para ir. Mas acho que meu problema não é a quantidade de pessoas em volta. Por dentro sempre me sinto só. Diariamente vejo dezenas de pessoas no trabalho (trabalho em uma grande empresa) mas por mais que eu interaja, bata papo, brinque, sempre me sinto só.

Não sei se é uma coisa que talvez leve um tempo para mudar mas, de certa forma, é bom ter essas "obrigações" de interação social no trabalho. Acho que se eu não fosse "forçado" a isso, provavelmente estaria no meu canto, como acho que sempre estive na vida...

Tenho feito colegas de trabalho, pessoas com quem possa tomar um chopp de vez em quando, e até conhecido mulheres, obviamente no ambiente de trabalho, mas não deixa de ser uma oportunidade de interagir com mulher sem morrer de medo de ser rejeitado.

O ponto é que é muito difícil se forçar a ser uma coisa que não sou. Já me disseram que sou carismático, mas interagir com pessoas acaba sendo um esforço tão grande para mim que vejo que a única forma de manter isso é me forçando mesmo, como estando em ambientes como o que estou, onde é impossível ficar isolado e sem falar com ninguém.

No entanto, hoje tive a certeza do que já sabia: minha estada nessa empresa tem data para acabar. De certa forma, eu sabia que esse momento ia chegar mas hoje, ao confirmar isso, me senti mal pensando que teria que ir para outro lugar onde terei que desenvolver tudo de novo, em termos de interações sociais, tema tão difícil para mim.

Ainda tem uns meses para essa mudança acontecer mas, como bom ansioso, já estou sofrendo por conta.

Pra completar a fase, ainda estou com tanta coisa para ocupar minha cabeça nessas últimas semanas: tarefas acadêmicas, trabalhos antigos, problemas de família, acertos de dívidas...

Talvez, como a minha médica me disse, eu precise mesmo me organizar. Porque do que jeito que anda, não sobra espaço para mim e aí só vou piorando, com pensamentos ruins me assombrando cada vez mais...

sábado, 22 de novembro de 2014

Terminando etapas

Acho que a minha ansiedade deu uma boa diminuída essa semana. Pode ser o fato de eu ter recomeçado com o Olcadil mas acho que é principalmente porque importantes etapas estão terminando nos próximos dias. Terminando assuntos acadêmicos (desse ano) e me preparando para os que virão em 2015.

Esse ano, apesar da volta da ansiedade, acho que fiz quase tudo certo. Estou resolvendo pendências e realizando sonhos antigos. Preciso é manter o pique e continuar o processo, porque são só algumas etapas vencidas. A estrada ainda é longa para o meu projeto de liberdade.

Comentei semana passada de uma colega de trabalho, que está solteira novamente. Não sei se é apenas carência e vontade de ter alguém, mas ando pensando nela de vez em quando, na risada que ela tem, que tem o poder de querermos contar mais coisas engraçadas só para ela rir de novo.

A coisa boa é que talvez o meu período sabático de relacionamentos esteja passando. Se eu vou namorar alguém no próximo ano, eu não sei. O que sei que o mais importante passo já está sendo dado: querer.

Como já comentei em outros posts ando mesmo sentindo falta de ter alguém. (nesse momento me peguei pensando no sorriso dela. vamos com calma...). Espero resolver o meu legado (ou diminuí-lo mais ainda) para poder estar mais disponível, em todos os sentidos, para alguém em minha vida de novo.

P.S: sem dúvida a mudança na carreira tem influência nisso. Parar de trabalhar sozinho para estar em um lugar com muitas pessoas te traz todas as coisas boas (e ruins) dos relacionamentos profissionais. Uma coisa boa é conhecer mais gente e ter alguma interação social ;-)

Ansiedade: Ajudando os outros

Quando comecei a ter as piores crises de ansiedade e entendi que se tratava de um transtorno, comecei a buscar informação na internet. Estava numa época que sentia dor de cabeça e ia procurar na internet sobre o que poderia ser. O lado racional sabe que existem n motivos para dor de cabeça mas quem disse que o lado racional manda sempre em um ansioso?

Então fui entender o que era ansiedade. E foi uma infinidade de sites que encontrei, de blogs como o meu (ok, melhores do que o meu) e listas de discussão. Até cheguei a participar de uma por um tempo, onde pude aprender muito sobre os transtornos. Era um grupo de ajuda na internet mesmo, com pessoas contando sobre si e tentando se ajudar da maneira que podiam.

O fato é que tive muita ajuda nessa época que me ajudou a entender muito do que sei hoje sobre esses transtornos. Se sei tudo? Tenho certeza que não. Mas aprendi mesmo bastante coisa.

Uma pessoa muito próxima começou a tomar um anti-depressivo nessa semana. O que o médico esqueceu de dizer a ela é que esse tipo de remédio pode ter efeitos bem desagradáveis no início. Essa pessoa em especial teve enjoos, ficou sem fome e pior: sem vontade de fazer nada, em um estado de letargia que assustou um outro parente próximo. Quando essa pessoa me descreveu o quadro ontem, eu sabia que era o remédio. Aconteceu comigo e é bem normal, infelizmente.

Hoje pude sentar com essa pessoa e tentei contar melhor (tinha falado por telefone) o que esses remédios podem fazer no início e o que se pode esperar deles nos dias seguintes. A droga é que para quem está em um estado ansioso e achando que qualquer coisa pode ser sinal de uma tragédia, os efeitos iniciais desses tipos de remédios são altamente nocivos e são a razão de muitas pessoas desistirem do mesmo antes dele fazer o efeito positivo (varia mas a média deve ser de 2 a 3 semanas).

Tudo o que li, o que ouvi e a minha experiência própria serviu para que eu conversasse longamente com essa pessoa e a ajudasse, explicando que são efeitos comuns e que tendem a passar com o tempo. Disse também que a tendência é que esses efeitos diminuam nos próximos dias e que caso nada disso aconteça, então deve voltar ao médico e relatar isso. O procedimento normal é o médico tentar outro tipo de remédio. E infelizmente é assim mesmo, tentativa e erro.

Uma coisa interessante sobre isso tudo é que o que deu certo no passado não é garantia de sucesso no futuro. Quando tomei a Fluoxetina pela primeira vez, quase não tive os efeitos adversos e me dei super bem com o remédio. Da segunda vez que voltei a tomar, ano passado, foi o contrário. Passei muito mal nos primeiros dias e não consegui continuar. Foi aí que o meu médico da época me apresentou um dos mais leves do time, o Olcadil (cloxazolam).

Enfim, eu acho que a tranquilizei com a minha história e com o que aprendi graças às várias pessoas que contam suas histórias com a ansiedade e outros transtornos.

Ah, o remédio em si que a pessoa está tomando é o Citalopram e uma ótima referência com histórias sobre ele é esse blog aqui que encontrei: http://www.diariodeumadismorfia.com.br/blog/larguei-o-citalopram-e-me-fu/ (vale muito a pena ler todos os depoimentos nos comentários). Se você está começando a tomar esse remédio, passe por lá. Garanto que vai te ajudar muito.








sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Ninguém é feliz sozinho?

Essa semana finalmente consegui comprar o Olcadil 2mg. É uma medida paliativa, eu sei, mas ao menos vai me ajudar a controlar essa ansiedade. Tem sido pior nessas semanas, tendo que recorrer ao Rivotril algumas vezes na semana.

Pode estar relacionado ao fato de tenho várias entregas nessas próximas semanas. Entrega de trabalhos finais, finalização da última disciplina de um curso que eu faço, fim do pagamento de uma dívida...

São acontecimentos que serão como etapas cumpridas em dois projetos grandes para esse ano: melhorar minha qualificação e começar a diminuir o imenso passivo, que são minhas dívidas. Não terei terminado esses projetos mas terei dado passos importantes para melhorar as coisas na minha vida.

Minha ex-psicóloga me dizia que talvez eu boicotasse minha vida, que não resolvesse os projetos inacabados, porque tinha medo do que poderia vir depois. Acho que em algumas sessões, chegamos a discutir o fato de que sem essas coisas todas, eu tivesse a consciência de que estou só. Como se os problemas que criei me ocupassem o tempo suficiente para que eu não pensasse nas minhas questões mais profundas. E talvez por isso eu nunca os resolvesse...

Tudo que tenho feito esse ano tem sido nesse sentido e tenho, de certa forma, sido bem sucedido. Vida acadêmica se encaminhando, dívidas sendo pagas e futuro profissional sendo construído.

Talvez por isso, inconscientemente, venha aquela pergunta que a psico fazia: "Do que vc tem medo de encontrar quando não tiver mais problemas para resolver?".

Não sei se o sentimento de solidão que me acompanha sempre...Lembrar que estou envelhecendo e as pessoas a minha volta também..O medo da morte, de morrer só... Pode ser isso tudo.. ou nada disso. Não sei.

No fim de semana passado estive nas salas de bate papo. Já fiz grande amizades e até namorei uma pessoa (duas, se contar aquela..). Um amigo me dizia que não entendia como eu conseguia conhecer gente via bate papo, já que pessoalmente só uma lástima. Mas não sei.. acho que talvez eu me mostre melhor numa tela de chat, sem as impressões e barreiras que o primeiro contato visual sempre colocam.

O fato é que conheci uma moça, com quem conversei o fim de semana inteiro. Foram papos muito agradáveis e certamente pela carência eu tenha ficado conversando com ela tantas horas, mesmo tendo tanta coisa pra fazer.

Mas, assim como falei em relação aos outros, eu também tenho o defeito de criar barreiras nos contatos visuais. Sendo mais claro: posso ter me amarrado no papo da pessoa, mas se visualmente não me agradar, aquela empolgação acaba se esvaindo..E em chat, estatisticamente falando, quase todas as mulheres que conheci não me agradam visualmente (como talvez eu não as agrade tb). Enfim, acho que como naquele filme do Jack Black, eu precise resolver minhas questões internas para poder enxergar a real beleza das pessoas.

Hoje no trabalho descobri que uma colega está solteira. Ela não é a pessoa que eu olharia na balada, mas tem tantas qualidades que a tornam muito atraente. Pelo menos para mim. Já me peguei pensando nela às vezes mas sempre procurei não alimentar isso porque ela era casada. E hoje, ao perceber que ela não estava mais - eu acho, fiquei feliz em saber ou pensar que ela esteja livre.

Sinto mesmo falta de ter alguém. Não alguém para ter relações sexuais apenas ou ficar por uma noite. Mas alguém com quem eu pudesse conversar, rir junto (ela tem uma risada que sempre me faz sorrir), ser parceiro mesmo. Sinto falta disso e talvez tenha materializado nela essa pessoa "ideal".

Bom, coisas para ir pensando. O que preciso é acabar essas pendências semanais que tenho (falta pouco) e poder ter tempo para cuidar de mim, seja fazendo os exercícios que a médica recomendou, seja procurando interagir com as pessoas ao vivo, conhecendo gente e talvez preenchendo os espaços que tenho na minha vida....




quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Ansiedade: por favor, dá um tempo...

Depois de mais um susto na sexta, comecei a pensar em porque minha ansiedade está muito pior esse ano do que nos últimos. Na prática não é um ano ruim. Certamente melhor do que os dois anteriores ou talvez três. Mas meus dias com medo de ter um treco e estar agitado só tem aumentado.

De fato estou desenvolvendo muitas atividades. Mas será que é as obrigações constantes que me deixam pior? Será que não sei lidar com pressão de prazos e horários?

Minha médica me disse hoje que preciso procurar algo que me ajude a lidar com isso tudo, como voltar a fazer exercícios ou fazer yoga. Pior que se parar para pensar, bastaria eu me organizar e conseguiria fazer uma caminhada ou alguns exercícios de yoga em casa, já que não posso pagar um lugar para fazer ou academia.

Mas sou desorganizado, como concluiu a minha médica ao ouvir as minhas desculpas para não fazer o que deve ser feito. Como ela disse sobre o olcadil, o remédio não vai resolver a minha ansiedade. No máximo vai me deixar com dias mais tranquilos. Mas dependerei deles para sempre?

Na lista sobre transtornos que participava, o pessoal sempre dizia que tem os transtornos causados unicamente por questões psicológicas mas também que existiam aqueles causados por questões fisiológicas. Eu, que sempre achei que estava no primeiro grupo, me questiono hoje se não estou no segundo.

Como se não bastasse ter que arrumar tempo para fazer as coisas que poderiam me ajudar, ainda ando preocupado com todos da minha família. Mãe, irmão e irmã com seus problemas de saúde. Só queria que fôssemos crianças de novo, onde ninguém ficava doente e nossas preocupações eram mais simples.

Além da questão de medo de morrer e medo de perdê-los, claramente não sei lidar com a questão do envelhecimento. Quando vejo minha mãe dando sinais claros da terceira idade (como esquecer coisas que ela não esquecia) meu coração dói muito. Sofro muito com isso. Mesma coisa quando vejo meus irmãos com seus problemas de saúde, coisas que talvez façam parte do processo de envelhecer mas que definitivamente eu não sei lidar.

Quando essas questões de envelhecimento vêm a tona, penso na frase do meu colega de trabalho sobre "quem vai empurrar sua cadeira de rodas quando vc precisar?". É muito duro ficar só. Sinto falta de alguém para chorar, rir junto, fazer planos...

São tantas coisas pra pensar... Preocupações com familiares, dívidas que vou demorar muito pra pagar, solidão, minha ansiedade que não me deixa, minhas questões sobre não conseguir me aproximar de mulher, esses medos...

Só queria que a vida fosse simples. Mas não é, infelizmente. Tenho pensado em voltar à igreja, para tentar buscar paz na minha vida e também para interagir com outras pessoas.

Me sinto perdido... mas alguma coisa preciso fazer, ou não chego aos 40, como me disseram uma vez,,,





















sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Como (não) funciona a cabeça do ansioso

Há pouco mais de um ano perdi um tio com uma doença (acho que foi meningite). Foi uma perda mas como nunca fomos próximos não foi uma coisa que senti muito.

No final do ano passado visitei vários familiares em São Paulo (inclusive os filhos dele) e numa dessas visitas me descreveram como foram as últimas horas dele. Falaram que ele ficou sem respirar, com a garganta trancada, entre outras coisas.

Além do choque pelo cenário descrito, essa história causou outro efeito em mim: toda vez que tenho qualquer coisa na garganta, já acho que estou tendo a mesma coisa que ele teve. E aí me vem os pensamentos de morte, etc.

Esse ano, como tenho trabalhado em um lugar com ar condicionado, não tem sido incomum eu ter algum tipo de incômodo na garganta. E quando a garganta, como agora há pouco, fica irritada, eu começo a tossir e achando que estou morrendo.

Estou com medo agora e já tomei meu rivotril (fazia uns dias q não tomava e estava feliz com isso). Pode ter sido qualquer coisa mas esses pensamentos de morte não saem da minha cabeça (além da garganta não passar).

Acho que o ansioso acaba sendo muito influenciável por más notícias e acha que tudo vai acontecer com ele. Vim aqui correndo escrever porque tem sido meu refúgio, onde tento organizar meus pensamentos e me convencer que o que estou sentindo não é nada demais e que não há motivo pra pânico.

Mas é tão duro. Essas coisas não me deixam mesmo eu tendo um dia difícil e podendo relaxar finalmente que chegou fim de semana. Espero ficar bem logo....

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Ansiedade que não me deixa em paz

Nesses últimos 5 anos, acho que o único ano que tive relativa tranquilidade em relação a ansiedade foi em 2012. E foi um ano bem difícil, com 3 mudanças de casa, quase sem dinheiro, etc. Talvez foi o momento nesse tempo todo que a ansiedade não deu muito as caras.

Ano passado tive algumas crises e esse ano tenho tido mais crises ainda. O que não entra na minha cabeça é porque isso vem acontecendo com tanta frequência. Tenho tido uma vida organizada, com emprego, ganhando em dia, realizando um sonho que era voltar pra vida acadêmica e as coisas prometem muito em termos de carreira.

Me dou bem com as pessoas do meu trabalho e acho até q isso me faz bem, pois o pessoal é muito divertido. Na vida acadêmica, perspectivas de grandes trabalhos e de um futuro promissor como pesquisador.

Ainda tenho dívidas imensas, mas elas estão sendo pagas. Analisando friamente, as coisas estão melhorando para mim.

Mas por que raios estou com muito mais crises de ansiedade que nos últimos anos, quase se comparando a 2009/2010?

Não tenha tido momentos diversão mas isso não é tão diferente dos últimos anos. Ando com a agenda bem apertada, é verdade. Mas é com coisas que são boas. Trabalho não é o trabalho dos sonhos mas me dá uma coisa que nunca tive desde que comecei a trabalhar: estabilidade financeira.

Me sinto só, na verdade, sem ninguém para contar minhas amarguras ou desabafar nesses momentos em que acontecem essas coisas. Hoje, por exemplo, durante a reunião com o orientador, comecei a ficar extremamente agitado e achando que ia ter uma coisa a qualquer momento. No meio da rua, a caminho de casa, tomei 10 gotas de rivotril. Apesar de estar menos agitado do que antes, ainda não estou "normal".

Será que é "só" a pressão de várias entregas de trabalho, cumprimento de horários e obrigações financeiras que me deixam assim? Será que a vida com múltiplas obrigações é uma vida que não serve para mim?

Acho que vou ter mesmo que voltar a terapia em novembro e ir mais devagar com a quitação das dívidas. Só queria que isso fosse resolvido logo e essa porcaria da ansiedade me deixasse ter uma vida normal, sem semanas com medo ou dependendo de remédios para ficar calmo. Sem pensamentos que vou ter um treco a cada momento. Por que isso se isso não estabilizar, logo não terei emprego ou vida acadêmica e estarei parado no tempo de novo, como estive nesses anos.

Ansiedade: me deixa em paz, só até eu arrumar minha vida, pelo menos!



sábado, 18 de outubro de 2014

Tá na hora, hein?

Em conversa com um colega de trabalho essa semana, quando me perguntou se eu tinha filhos, disse-me, ao saber que não tenho: "Tá na hora, hein?". Pois é, a maior parte das pessoas que conheço que tem a minha idade já tem filhos e são casados de bom tempo já.

Anos atrás, quando meu primeiro namoro chegou num ponto mais "sério", falávamos de planos de casamento e filhos. Já morávamos juntos e olhávamos o futuro. Se me lembro bem, 2007 era o ano que teríamos o primeiro. Acho que muito disso vinha do meu desejo grande de ser pai. Quando estava com essa moça, achava que iríamos casar e eu teria uma família, nos padrões tradicionais.

Dez anos depois do término, outras pessoas apareceram e saíram da minha vida. Em boa parte desses anos, esteve aquela que nunca consigo esquecer, com a qual eu também sonhava em ter família. Ela desapareceu (menos do meu coração) e apareceu uma outra que, apesar do pouco tempo juntos, tínhamos lá nossos momentos de "viagem" sobre família.

O que acontece é que minha vontade grande de ser pai arrefeceu. Não me vejo mais sendo pai, levando criança à escola, vendo filho sair de casa, essas coisas. Falando só de mim, apesar de gostar muito de criança, não tenho mais essas visões de ser pai. Não sei se um dia serei mas lamento, ao ver minha mãe envelhecendo, que possivelmente não darei a ela a alegria de ser vó.

Com a vida que levo hoje não me vejo nem namorando quanto mais tendo família, com esposa, filhos, casa, cachorro, etc. Não sei se um dia essa vontade irá voltar e se voltar, espero que não seja tarde demais.

Quando mais novo, me via tendo uma carreira profissional, família, casa, carro, essas coisas que meio que parecem um padrão de "vida arrumada". Hoje, com dívidas monstruosas, dormindo em uma cama quebrada, sem amigos para quem eu possa chamar pra sair no fim de semana e com as pessoas a minha volta envelhecendo, parece que estou apenas fazendo o tempo passar, convivendo com meus transtornos e pensamentos como os que escrevo aqui.

As dívidas estão diminuindo, claro. Talvez antes dos 40 eu já não deva a mais ninguém, se continuar nesse ritmo. Possivelmente, se minha ansiedade não estragar tudo, eu tenha uma carreira acadêmica sólida. São coisas boas, claro. São parte dos sonhos que tinha quando era mais novo, certamente não com o mesmo formato.

Comparando como andei perdido nos últimos 4 ou 5 anos, certamente as coisas estão melhores. Olhando de fora. Mas, intimamente, não consigo me sentir feliz. Talvez esteja apenas passando o tempo, até que chegue a minha hora de partir desse mundo.

Eu tenho consciência de como esses pensamentos são perigosos. Mas não consigo desligá-los. Estão simplesmente aí e vem para me assombrar nos momentos que estou mais só.

Fico olhando lá para o tempo que morava com a ex e fazíamos planos para o futuro. Por que tanta coisa deu errada de lá para cá? Como eu consegui destruir tanto a minha vida e a mim mesmo?

Tenho muito medo do futuro, muito mesmo. Como minha ex-terapeuta perguntava, do que eu tenho medo quando não tiver mais problemas a resolver, como a dívida grande e as pendências profissionais? Acho que tenho medo de não ter mais motivação para sair da cama.



quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Rivotril ganhou de novo

Por conta dos vários compromissos assumidos e das coisas que tenho que pensar/cuidar/resolver estou cada vez mais cansado e irritado. Tenho perdido a paciência com facilidade, sair da cama tem sido bem difícil e no trabalho não tenho produzido tanto quanto posso.

Hoje estava indo embora pra casa e comentando com um colega o quanto eu estava desgostoso com tudo e ele disse: "é verdade e isso não é de hoje". Despedimo-nos e ao me dirigir ao ponto de ônibus comecei a sentir umas dores que sinto bem de vez em quando (desde antes dos 18) na região anal. É uma dor q incomoda muito na hora mas sempre passa depois de uns minutos.

Mas de repente comecei a sentir (ou achar) minha pressão baixando e senti que ia desmaiar a qualquer momento. Fui a uma loja do Mundo Verde e comprei coisas energéticas, porque estava realmente achando que ia desmaiar (era noite e só estava com o almoço no estômago). Enfim, sentei num banco, comi o que tinha comprado e esperei normalizar as coisas.

Depois peguei as conduções para casa mas ainda estou ansioso. Eu penso que ansiedade e suas crises não são causadas por um fato isolado mas sim um acúmulo de coisas. No meu caso, além das várias tarefas, de estar dormindo pouco, ainda tem a falta de vida. Sim, não tenho feito nada que não seja trabalhar e estudar.

Como falei em posts anteriores, graças ao acordo que fiz para me livrar de um problema grande, estou sem dinheiro até dezembro. Então me divertir como? Não sei.. mas preciso achar uma forma porque a coisa está piorando.

Essa semana uma ex-namorada me escreveu dizendo que estava indo viajar para a Califórnia e passar uns meses lá. Ela foi a última pessoa que namorei e, apesar de não estarmos mais juntos tem 4 anos, nos falamos de vez em quando.

A gente tem uma afinidade muito grande mas não sei se tentaríamos algo. Uma porque acho que ela não quer, já que moramos perto agora e apesar das minhas indiretas sugerindo tomar um café, ela nunca disse sim (e nem não). E outra pq nem sei se posso me envolver de novo. Digo, seria tão bom namorar de novo.. especialmente ela, que reúne quase tudo que me atrai numa pessoa. Mas minha vida anda tão zoneada que acho que seria como foi da outra vez: meus problemas afetando nosso dia a dia de namorados.

Nesses dias que ando tão cansado e aborrecido com várias coisas, ter alguém para conversar e ter carinhos seria tudo que me tranquilizaria agora.

Mas, como tb já falei em outro post, que mulher vai querer se envolver com um cara que deve mais de 10x o que ganha (bruto), com crises de ansiedade o tempo todo, com agenda super complicada porque estou investindo na minha carreira acadêmica. Eu sou uma pessoa legal e até tenho meu charme. Mas a minha carga parece tão pesada pra mim mesmo que, lendo as declarações de mulheres nesses sites de relacionamentos, as mulheres irão querer distância de mim...

Fico pensando que não sei se superei o término com essa última. Talvez pelo fato de que ela sabia de tudo da minha vida e mesmo assim esteve comigo um ótimo tempo. Mas agora ela está lá, curtindo o sonho dela de passar um tempo fora.

E eu estou às voltas com meus problemas de ansiedade, contas, tarefas infinitas, família e tempo cada vez de menos.

A dívida está diminuindo e tenho alguma interação social, graças ao trabalho e ao mestrado Mas tenho me sentido até pior do que antes que nesses momentos de crise tenho vontade de parar tudo.

Por enquanto, vou me render a umas gotas do rivotril para essa agitação passar logo.


















sábado, 4 de outubro de 2014

Batalha perdida

Apesar de precisar muito, tive mesmo que parar com a terapia. Devido ao acordo financeiro que fiz com um dos credores, estou sem dinheiro até dezembro. Ou seja, tudo que receber, será para pagar as contas básicas e eliminar essa dívida. Ao menos estarei livre dessa em dezembro.

Esses dias recebi um mail do trabalho perguntando sobre planejamento de férias com relação a datas. Isso me lembrou o fato de que minhas férias não terão nada de especial, quero dizer, irei para a casa da minha mãe. Não que isso seja ruim (e não é) mas fico comparando com todas as pessoas que vi tirar férias nesses tempos e fizeram viagens super legais.

Eu não terei dinheiro para fazer isso e provavelmente estarei pagando outro acordo. É positivo tudo isso? Claro, com certeza. Ao final desse período nesse empresa, terei quitado boa parte das minhas dividas. Infelizmente não todas.

O meu receio, como disse outro dia, é não aguentar até lá. Estava conversando com minha irmã ontem. Não é normal não ter diversão, não ter prazer em nenhum momento da semana. Vendo seu dinheiro ir embora no mesmo dia que chega, dificuldades no transporte até o trabalho, chateações e tarefas múltiplas e nenhum momento para eu curtir, fazer algo diferente.

Acho que a partir de dezembro estarei bem menos ocupado. Terei ainda uma grande obrigação mas sem os compromissos e entregas semanais que tenho hoje, que me ocupam imensamente. Continuarei não tendo dinheiro mas acho que terei mais tempo. Preciso pensar numa maneira de me divertir, ter uma válvula de escape, sem que isso implique em gastos.

Pelo menos meu problema doméstico parece resolvido. Depois de longa conversa, onde ambos desabafamos, acho que chegamos a um acordo com relação às coisas daqui.

Essa conversa foi motivada porque estourei com essa pessoa um dia antes. Fiquei bravo com uma coisa que ouvi mas nada justificava minha reação grosseira. Pedi desculpas a ela. No mesmo dia no trabalho, eu também tinha perdido a calma, em outra situação que não precisava tanto.

Ando muito impaciente com tudo, aborrecido, me irritando com qualquer idiotice que vejo. E como estou cercado disso, seja no trabalho, nas redes sociais, na rua...Mas o fato é que os idiotas não vão deixar de ser idiotas e não estão nem aí se a imbecilidade humana me incomoda. Sou eu quem tem que lidar com isso da melhor maneira e não deixar essas coisas me afetarem.

Relatei tempos atrás que uma amiga atribuía a falta de sexo as minhas irritações. Bom, em maio eu fiz e isso não adiantou muita coisa. Quer dizer, no dia seguinte eu até estava me sentindo relaxado mas meses depois vejo que não é a falta de sexo que vai aliviar as coisas.

Talvez se praticar com mais frequência mas aí recaio no problema de não conseguir me aproximar de mulher e muito menos ter dinheiro para ir aos lugares onde se conhece mulher. Como disse um colega de república anos atrás, fulana não vai bater na minha porta.

Acho que com o fim das aulas as coisas estarão menos corridas e espero ter mais tranquilidade e tempo para pensar em mim. Hoje, por exemplo, estou pensando em algumas atividades que preciso fazer para essa semana que mal comecei, porque dormi muito nesse sábado e fiquei fazendo outras coisas. Sim, faltou foco. Fiz atividades interessantes, que vão me render frutos lá na frente, mas o momento talvez não tenha sido o melhor.

E como sinto falta de ter alguém para conversar. De namorada mesmo. Alguém que além de carinhos, possa escutar o tanto que tenho a falar e também possa preencher minha cabeça com o que tenha a falar, porque eu sempre gostei muito mais de ouvir do que falar.

Sinto falta de alguém para ligar só pra ter o prazer de ouvir a voz, de dar boa noite, de dormir junto, de fazer planos para o fim de semana, etc. Se isso iria resolver minhas crises de ansiedade? Acho que não, mas seria bem melhor do que recorrer ao rivotril, como fiz há pouco e foi a razão do título desse post.






















quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Dias tristes

Um mês depois de ter iniciado a terapia, não dá pra dizer que mudou algo. Ainda naquela fase de saber do meu histórico, contextualizar tudo, etc. Infelizmente não sei se continuarei.

Devido a erros do passado, recentemente um desses veio à tona antes do que tinha planejado resolver, o que vai impactar minhas finanças pelos próximos meses. E fico vendo que não sei como pagarei terapia, se preciso me livrar desse erro logo.

O ponto principal é que ando muito mal, com tantas coisas acontecendo que não sei se posso ficar sem a terapia.

Ando me sentindo muito só e fico morrendo de medo de que algo aconteça aquela que está comigo em todos os momentos: minha mãe. Fico desesperado em pensar como será a minha vida se algo acontecer a ela. Eu posso ir antes mas queria que minha mãe nunca envelhecesse e estivesse sempre comigo. Morro de medo de perdê-la. Além das razões óbvias, a certeza que estarei sozinho para o resto da minha vida.

Tenho colegas de trabalho, colegas de faculdade mas amigos? Nada. Ninguém para quem eu possa contar as minhas angústias, chorar quando preciso, pedir um conselho ou um "simples" abraço. Meus irmãos estão com seus próprios problemas e não consigo recorrer a eles.

Um colega de trabalho me perguntou sobre filhos. Complementou dizendo "quem vai empurrar sua cadeira de rodas quando precisar?". Ele tem razão, mas tenho tantos problemas financeiros para resolver que não me sobra dinheiro para nada. Além da minha incapacidade de me aproximar de mulher, eu simplesmente não tenho dinheiro para ir aos lugares onde se conhecem pessoas.

Para completar os dias ansiosos estão cada vez mais presentes. Menos por crises graves de ansiedades mas mais por pensamentos de morte, doenças, perdas.

Fico olhando a minha vida, trabalhando apenas para pagar dívidas, longe de um lugar que preferia estar, longe da minha mãe e penso qual o sentido de tudo isso? Tenho medo de que quando começar a trabalhar apenas para mim, esteja velho demais para qualquer coisa.

Queria tanto voltar ao tempo e não cometer esses erros grandes que me transformam em prisioneiro deles. Sei que não dá e só o que posso fazer é continuar trabalhando. Mas sem dinheiro para me divertir, dormindo mal e vivendo mal, até quando meu corpo e mente vai aguentar?

Sei que sou uma pessoa capaz profissionalmente. Mas só queria, nesse momento, voltar a morar com a minha mãe e pro lugar tranquilo que estava. De poder cuidar dela e cuidar de mim, não perder tempo no trânsito, comer direito, poder ir curtir a natureza, não estar preocupado se amanhã não terei uma crise.. tantas coisas que eu queria,,

Me sinto perdido... mto. sei que estou fazendo o que tem que ser feito: trabalhando, pagando dívidas e investindo no meu futuro acadêmico. Mas estou abrindo mão de tantas coisas e a minha liberdade está tão longe que não sei se aguento...












sábado, 23 de agosto de 2014

Nova terapia

Finalmente recomecei nessa semana a fazer terapia. Terapeuta com ar de intelectual, que me deixou falar bastante e perto de casa. Ah, e bem acima do que queria pagar. Mas paciência, vai se pagar rápido se eu conseguir controlar meus problemas comigo mesmo.

Cada semana tem sido na torcida para chegar logo sexta. Acho que não vai mudar nas próximas semanas, pois não vejo chefes me colocando em projetos, apenas em tarefas pontuais. Mas está valendo, visto que meu dia tem passado rápido.

Também comecei uma dieta essa semana, tomando aquele suco verde e maneirando bem nas refeições. Eu já estava dividindo as refeições direito, vamos ver se agora vai melhorar.

Além disso, por conta de problemas anais (sim, hemorroida) vi que preciso comer fibras. E seguindo recomendação materna, comecei a comer all bran. Li em vários lugares que realmente regula o intestino e ajuda a emagrecer, graças ao fato de ser de baixa calorias e por causa das fibras causar sensação de saciedade. O objetivo é o intestino mas se ajudar em outras coisas, ótimo.

Espero que na terapia eu consiga continuar o processo de autoconhecimento que comecei com a antiga terapeuta. Tenho muitas questões a resolver e sei que quanto mais demorar pra tratar, pior pode ficar.

Acho que nessa semana não recorri ao rivotril nenhuma vez. Tive pensamentos ruins, muitas vezes até, mas não cheguei ao ponto de apelar. Na torcida para a próxima semana ser ainda melhor.

Volto essa semana na minha cardio e vou pedir para renovar a receita do olcadil. Dizem que ele é apenas por pouco tempo mas como não estou curado (nem perto disso) da ansiedade, ou melhor, não estou em um estado normopata, não vejo porque deixar de tomar. E não queria ter ter passar a tomar outra coisa, especialmente pelos efeitos desagradáveis que sempre vem.

domingo, 17 de agosto de 2014

Medo de morrer

Se hoje me perguntassem qual a coisa que mais me aflige, mais me aterroriza é esse medo da morte constante.

Se sinto alguma coisa, uma dor qualquer, já é motivo para pensar que estou com algo grave. Muitas vezes penso que minha estada nesse mundo não vai ser longa. Agora, por exemplo, estou bem agitado, achando que posso estar com meu coração com problema e que posso ter um ataque cardíaco.

Fazia tempo que não tinha esses momentos tão agitados com uma frequência tão grande. Tem sido quase semanal (tudo bem, há 3 meses tinha isso 2/3 vezes por semana) e de novo recorri ao rivotril. Estava me sentindo um pouco agitado e o pavor de ter aquela crise de 2010 de novo me fez recorrer ao SOS. O duro é que depois disso comecei a ficar mais agitado ainda, sentindo algo no peito, uma espécie de aperto.

Felizmente marquei psicóloga pra essa semana. Será só na sexta mas espero que agora recomece um tratamento para esse transtorno que me incomoda tanto.

Fico tentando fazer aqueles exercícios de respiração (respira fundo, segura, e solta - tudo contando até 8) mas não consigo me concentrar quando estou nesses momentos de agitação. Eu tenho tanta coisa pra me ocupar, leituras, pendências de trabalho, aqueles projetos que fico adiando... Mas não consigo pegar nada disso nesses momentos de ansiedade e me ocupar.

Queria aprender a lidar com esses momentos e certamente vou perguntar isso a minha nova psicóloga. Preciso de um passo a passo do que fazer quanto estiver assim. Hoje, eu tomo rivotril, bebo uma quantidade grande de água e ultimamente tenho vindo escrever aqui.

Sei que a morte é o destino de todos nós, mas eu me assusto tanto com isso que esse medo me domina (talvez isso explique meu medo de voar).

As coisas parecem melhorar no campo profissional, mais responsabilidades, elogios vindo dos colegas e equipe me integrando cada vez mais. Nos estudos também parece que vou bem. No financeiro estou me organizando, embora ainda longe de resolver os meus problemas. Mas estou caminhando.

Sinto falta de ter alguém e sempre lembro da guria. Mas fico pensando como seria estranho estar alguém e ter uma crise de ansiedade. No pico das minhas crises eu estava iniciando um relacionamento. Nunca cheguei a ter uma crise na frente dela mas aconteceram algumas vezes durante nosso namoro (e ela sabia disso).

Toda vez que morre alguém eu sempre fico muito abalado. Nas últimas semanas têm morrido muitas pessoas famosas e possivelmente isso tem me afetado.

Eu deveria ser tão feliz por tudo que tenho hoje. Falta muita coisa, claro. Mas comparado a como estava ano passado minha vida está muito melhor. No entanto, esse medo constante de morrer está comigo todos os dias. Fico pensando se serei como aquele cara do filme que mesmo velho ainda via seus amigos imaginários. Será que é alguma coisa que terei que lidar pra sempre ou um dia serei curado?








domingo, 10 de agosto de 2014

Manter-se ocupado

Ainda acordo no domingo pensando em quão longe está o próximo fim de semana. O mundo ideal seria estarmos super animados com a segunda-feira que traz consigo a volta ao trabalho, ou no máximo indiferentes.

Mas já fazem muitos domingos que já acordo torcendo que chegue logo o fim de semana. Meu alento nessa semana é que retorno com as atividades acadêmicas e com isso a semana tenderá a passar mais rápido. Mas até quando isso? Isso é saudável? Acho que não...

No trabalho, além de ter buscado me ocupar (mesmo com tarefas chatas), parece que terei dias bem ocupados, pelo fato da equipe estar momentaneamente desfalcada. Dentro do que andei "reclamando" nas últimas semanas, isso pode ser uma coisa boa. Mas como eu sempre vejo os dois lados da moeda, não sei se será melhor ou pior com esse desfalque, que era responsável pela maior parte dos momentos descontraídos que eu tinha no trabalho. Vida que segue e mais um desafio pela frente.

Tenho uma infinidade de coisas que posso fazer no meu tempo fora do trabalho que preciso me organizar, porque corro o risco de não fazer nada e me meter em coisas demais de novo. Além disso, preciso mesmo tirar um tempo para o que as pessoas chamam de lazer. Sério, eu me divirto aprendendo coisas novas mas sei que isso não basta.

Já dizia o poeta que é impossível ser feliz sozinho. Há uns anos, eu sofria constantemente de refluxo. Para quem não sabe, na prática o efeito do refluxo é o alimento voltar do estômago e você acabar se engasgando. Não sei se é com todos mas comigo sempre aconteceu dormindo (mania de comer tarde) e acordava sem conseguir respirar direito. Além disso, depois de vomitar um líquido com gosto horrível e misturado com sangue, eu ficava muito assustado.

Por que comecei falando de poeta e terminei no refluxo? É porque nesses momentos eu pensava: "E se eu morrer aqui? Alguém vai me achar?"

Toda vez que fico mal de saúde, sempre penso em como será na velhice se eu não tiver alguém (e se chegar lá). Hoje eu sou uma pessoa relativamente independente e nessas horas, se não for nada grave, eu mesmo cuido de mim. Mas e lá na frente? Vejo pelas pessoas idosas que inevitavelmente precisam de alguém junto o tempo quase todo.

Eu ando tão ocupado cuidando da minha carreira e correndo atrás do dinheiro para pagar os meus erros do passado (impostos) que não tem me sobrado tempo para nada. Fico pensando como seria se eu tivesse namorando hoje. A última terminou dizendo que "você nunca está presente quando eu preciso de você". Isso não mudou de 2010 para cá e só piorou, pois além das tarefas já citadas, ainda tenho tentado ser um filho melhor e dar mais apoio a pessoa mais importante do mundo para mim.

Uns posts atrás eu estava me questionando (junto com o bot leitor do blog) o que eu teria a oferecer agora em um relacionamento. Sou uma pessoa divertida e tal, acho que sou uma pessoa boa e tenho cara de normal (como diria um amigo). Mas, pelas minhas experiências, sei que isso é muito pouco.

Preciso mesmo pensar nessas coisas e tentar achar um tempo para ao menos me divertir. Quem sabe eu não acho uma pessoa louca o suficiente para se divertir comigo no curto tempo que tenho livre?






sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Segurança é importante. Mas e a felicidade?

Essa semana me rendi ao rivotril mais uma vez. Dessa vez foi no trabalho, comecei a ficar nervoso do nada e ter pensamentos ruins. Tomei umas gotas e depois antecipei o meu olcadil da noite para a tarde. Até que funcionou pois pouco tempo depois estava calmo. Mas uma crise dessa não vem do nada... e por que ela aconteceu?

Profissionalmente estou numa situação que muitos poderia considerar perfeita. Estou numa grande empresa, não ganho mal (pelo menos para mim é suficiente), as pessoas em volta são legais no geral. Apesar de estar tendo mais atividades, ainda fica aquela sensação de que estou perdendo tempo lá.

Essa semana foi extremamente difícil sair da cama e ir para o trabalho. Cheguei depois das 9 hs quase todos os dias. Claro que houve uma evolução, pois pelo menos tive atividades. Mas nada que me agregasse grandes conhecimentos.

Em paralelo fico vendo, pelas newsletters de mercado que recebo, que estou investindo meu tempo em algo que não vai me abrir muitas possibilidades de trabalho no futuro. E como não tenho mais 20 anos, não tenho tanto tempo assim para desperdiçar em oportunidades erradas.

Por outro lado... a segurança. Estou em um trabalho que dificilmente serei demitido antes do fim do contrato (mais um ano), a cobrança é bem pequena e o ritmo é muito diferente do que eu tinha antes.

Essas coisas todas deveriam ser motivos para comemorar, não? Mas por que não consigo me sentir feliz lá? Por que fico torcendo para chegar logo 18 hs e ir embora? Por que tenho a impressão, às vezes, que apesar das pessoas gostarem de mim elas nunca me incluirão para nada?

A segurança que eu tenho hoje é muito boa por vários motivos. Necessidade de fazer um colchão para o futuro, poder cuidar da minha vida acadêmica de maneira tranquila, acertar dívidas antigas, entre outras coisas.

Mas não consigo entender porque não estou agradecendo por tudo que tenho e me sinto infeliz lá? Querendo que chegue logo o fim de semana, contando as horas para dar a hora de ir embora. Hoje o meu grande receio é: conseguirei suportar essas coisas que me deixam infelizes tempo suficiente para conseguir meu colchão?

Porque hoje isso me parece muito difícil. Não é normal ter pouca vontade de sair da cama para trabalhar, estar lá pensando na hora de ir embora, torcer loucamente pelo fim de semana e ficar extremamente deprimido no domingo. Isso não é normal.

Mudar de emprego? Poderia ser uma opção mas para meus planos a médio prazo, essa segurança é tão importante que preciso achar uma forma de me ocupar lá e não ter tempo para pensar em besteiras.. Sair da cama e ir para lá não pode ser tão difícil, porque nesse ritmo acho que não completo nem um ano de trabalho.

Muitas das coisas que me incomodam não dependem das pessoas que estão a minha volta. A empresa é tão grande que certas coisas não dependem mesmo dos meus colegas. Mas preciso encontrar em mim um ânimo para fazer essa jornada ser menos dolorida.

Um especialista em RH me disse anos atrás: as pessoas não te motivam. Motivação não é algo que alguém te dá. Ela existe dentro de vc.

Pois é... preciso encontrar a minha para manter essa segurança de modo que tenha melhores condições (poupança) de tomar decisões mais ousadas no futuro. Mas como encontrar essa motivação? Espero que eu encontre logo...







sexta-feira, 25 de julho de 2014

Batalha perdida

Toda vez que preciso recorrer ao rivotril sinto que perdi uma batalha na guerra contra a ansiedade. Fazia exatamente uma semana que não tinha tomado o rivotril e a última foi disparada porque senti um gosto estranho na garganta e já me imaginei com algo super sério.

Ao contrário da outra, essa semana até que não foi ruim. Não vou dizer maravilhosa, mas não foi ruim. Tive uma conversa animadora no trabalho e as coisas ficaram mais interessantes por lá. Longe de ser ótimo, mas muito melhor do que têm sido as últimas semanas. Tenho as mesmas preocupações de antes e devo ter pensado em morte todos os dias da semana, mas foi uma semana melhor, por conta do fator trabalho e por uma nova perspectiva nos estudos.

Mas hoje, ao chegar em casa e vir para a minha cama, liguei me computador e comecei a me inteirar das notícias do dia. Do nada comecei a ficar nervoso e agitado (ainda estou). Não me veio nada em especial mas comecei a me sentir agitado demais e recorri ao rivotril (dessa vez 10 gotas).

Não entendo porque mesmo isso aconteceu. Não teve nada em especial que me chateasse hoje e eu estava feliz porque tinha começado o tão sonhado fim de semana, com tanto para fazer (e dormir). Por isso não consigo entender como apareceu essa crise de ansiedade de agora.

Estou aqui escrevendo (possivelmente sem muita coesão entre os parágrafos) na expectativa que o SOS faça logo seu efeito e me deixe calmo. Fico me perguntando se isso não teria a ver com uma crise de pressão alta mas estou com os remédios em dia e o resultado do exame que pegarei amanhã (MAPA) deve mostrar bons números. Durante o uso do aparelho semana passada, olhei minha pressão por várias vezes e, ao contrário da outra vez, estava sempre normal. Logo, só consigo associar essa agitação a uma crise de ansiedade.

Estou em dia com o Olcadil 2 mg que estou tomando mas penso que meu nível de ansiedade esteja muito maior do que o olcadil pode me ajudar dessa vez (ano passado tomei e me dei muito bem com ele).

Essa semana não fui nenhum dia à academia e não corri atrás do assunto terapia. Vamos ver se semana que vem volto a malhar (semana não fui por vários motivos mas o principal foi: preguiça) e quem sabe isso me ajude.

Acho que tenho que buscar a terapia logo. Pedi uma indicação de uma aqui na cidade onde moro mas até agora nada. Talvez seja melhor correr atrás por conta própria. Duro que eu fiquei um bom tempo sem usar rivotril (até tinha ele na mochila mas não usava). Acho que em 2012 foi o ano quase todo. Ano passado voltei a usar de vez em quando e esse ano já devo ter usado em pelo menos 10% dos dias no ano, o que são muitas vezes.

É fato que estou melhor do que antes do olcadil, quando estava tomando de 2 a 3 vezes por semana em média. Mas me sinto tão derrotado quando ainda preciso recorrer a isso.

Não sei se essa característica é comum a outros ansiosos, mas quando estou agitado eu bebo muita água, mas muita água mesmo. Chego a virar 1,5 litro em menos de 30 minutos. Não sei qual relação da ansiedade com beber água mas sinto necessidade de beber água.

Assim como ano passado, nessa mesma época do ano, meu sistema respiratório parece diferente, como se estivesse com mais dificuldade pra respirar do que o normal. Engraçado que estou num lugar mais quente do que os outros anos, embora aqui seja bem mais úmido, pela proximidade com o mar. Mas outra coisa que me faz sentir meio "louco" é que nessas épocas, eu consumo vidrinhos de vicky. Consumo no sentido de colocar nas narinas constantemente à noite, de modo a melhorar a minha respiração.

Mas, apesar de ter tido problemas de bronquite quando criança, não penso que essa possível dificuldade de respirar seja alguma coisa do meu sistema respiratório e sim uma resposta dele a um estado de ansiedade.

Estou pensando aqui...planejo escrever um livro há mais de ano e até hoje mal consegui começar. Mas quando estou nessas crises de ansiedade, escrevo freneticamente. Acho que, como falei, estou tentando me ocupar enquanto a crise não passa.

Queria que ela passasse logo e estou ficando sem assunto para escrever (risos). Talvez deva buscar outra coisa pra fazer, tipo encher a garrafa de água que esvaziei rapidamente durante a crise.

Espero ter cada vez menos batalhas perdidas. Penso como seria se eu estivesse namorando alguém agora. Já namorei alguém quando estava na pior fase da ansiedade e acho que joguei uma carga pesada demais para ela. Ela foi ótima comigo, claro, mas não precisava passar por isso.

Como ter alguém se eu fico tendo essas coisas? Tipo, começa a namorar alguém (como se fosse fácil) e no meio de uma crise aviso: "olha, eu sofro de ansiedade e de vez em quando fico super agitado achando que estou tendo um ataque, e só me acalmo tomando um rivotril". Ou já tento passar que sofro disso antes de começar uma envolvimento?

Parece ridículo e talvez seja mesmo. Mas são pensamentos que passam pela minha cabeça e como estou aqui escrevendo esperando essa crise passar, vou escrevendo...

Cada vez que escrevo aqui fico lembrando que ninguém lê isso aqui. Até vejo uma visita em cada post meu mas sei que se refere ao bot do google para indexa as páginas. Ou seja, estou escrevendo para ninguém além de mim mesmo e o bot.

Será que o bot um dia vai parar de indexar as páginas e me dar uns conselhos? Seria legal algum tipo de comunicação..

Bem, já estou fazendo piadas (ruins). Bom sinal que a crise parece estar sendo dominada pelas santas gotas do rivotril.

Além dos meus projetos pessoais, estava com ideia de fazer um para vencer meu medo de me aproximar de mulheres: começar a praticar a receber uns nãos nas baladas por aí e publicar essas aventuras. pensei nisso na viagem de volta semana passada e me pareceu uma coisa legal para fazer. Tipo um diário de quem só toma "toco". Já vi leituras dos pegadores mas será que tem gente que conta as histórias de fracasso? (Deve ter sim, isso não é uma inovação e necessidade só minha).

Vou pensar no assunto. Agora me vou porque parece que estou mais ou menos controlado e preciso encher a garrafa de água. (e esvaziar a bexiga).

Até a próxima, bot do google!















sábado, 19 de julho de 2014

Dias de tédio

Essa semana teve seus altos e baixos. Tive bons momentos com os colegas de trabalho e acho que é o que tem me sustentado lá. As pessoas são legais e parecem gostar de mim. Apesar da dificuldade de me aproximar de mulheres quando há interesse, tenho relativa facilidade de me relacionar com as pessoas em geral. Acho que meu problema é "apenas" quando assuntos amorosos/sexuais são envolvidos.

No trabalho tenho estado no ponto de torcer para dar a hora de sair. Eu acho que isso é uma coisa muito ruim, pois o dia parece durar uma eternidade. A falta de atividades tem me deixado bem mal e em alguns dias chega a ser insuportável.

Em vários pontos a minha ocupação atual é ótima. Salário, benefícios, pessoas legais, estabilidade aparente, sem aquela correria louca de antes, etc. O ponto é que essa situação lá tem me atingido de uma forma que a balança  está pendendo mais para esse lado.

Semana que vem acho que vou conversar com quem me contratou para tentar ouvir dele sobre perspectivas. Talvez isso melhore as coisas ou talvez acenda uma luz clara para eles de que não estou satisfeito. E sempre fica aquela dúvida: "e se mudar para um lugar onde os problemas sejam outros?". Enfim, o desafio (acho que de todos) é buscar esse equilíbrio.

No meu caso, essas coisas afetam minha saúde mental. Por dos dias nessa semana recorri ao rivotril. Já fazem 3 que voltei a tomar o olcadil e apesar de estar mais tranquilo na média, ainda tenho uns picos de ansiedade e pensamentos ruins.

Os momentos em que não estou lá (fim de semana e à noite) eu tenho até que aproveitado bem. Academia, estada com a família, estudos de coisas novas. Hoje, até conversei com uma ex que não falava faz tempo.

O papo com ela me lembrou como é bom ter alguém para conversar e que tenha afinidade com você. Se isso é só uma carência de amigo ou de namorada eu não sei. Mas estava torcendo para ela não ter que sair enquanto conversávamos. Fazia tempo que não sentia isso...

Estou tentando preencher meu tempo da maneira que posso, com coisas que me agradam. Falta muita coisa ainda que gostaria de fazer e como disse semana passada, se no trabalho eu fico ocioso é mais tempo para pensamentos ruins.

Agora, por exemplo, por uma dor de garganta que voltou, estou tendo pensamentos ruins que tem algo errado aqui. Penso logo em um câncer de laringe, faringe ou sei lá o termo correto. Mas essa dor que vem e volta e o gosto ruim na boca de vez em quando tem despertado meus pensamentos de coisas que podem me matar.

Quando me vejo tendo esses pensamentos malucos, penso que nunca na vida terei alguém de novo. Não só pela impossibilidade de encontrar outra como aquela que desapareceu mas mais pelo o que tenho a oferecer: uma pessoa confusa, cheia de problemas financeiros, com pensamentos diários de coisas ruins que podem acontecer comigo. Eu sei que tenho coisas boas mas essas coisas tomam tanta conta de mim que acho que é isso que tenho a oferecer apenas...

Pelo menos escrever aqui tem me feito bem, pelo menos ajuda a me tirar de um sufoco momentâneo.



sábado, 12 de julho de 2014

Calmaria?

Esses últimos dias até que foram melhores. O trabalho esteve um pouco mais animado onde, por animado, entenda-se com tarefas que fizeram o dia passar rápido.

Estou hoje fazendo o último exame dos que minha cardio pediu e devo voltar com ela no fim do mês. Espero ter as confirmações do que tenho que cuidar e não encher a minha cabeça com mais preocupações. Mas vai dizer isso para um ansioso...

Em post passado, comentei da minha última experiência sexual. Taí uma coisa que gosto muito mas que tenho praticado pouco ou quase nada. Não sou muito de sair e de tanto mudar de casa/cidade meus círculos de amizades são sempre vazios ou compostos por pessoas já casadas, o que me impede de convidá-los para sair para conhecer mulher.

Sair sozinho e ir a luta? Seria uma opção. Mas isso parece tão estranho pra mim. Sair sem nenhum amigo/colega, ir para algum lugar onde tem mulheres e passar à noite tentando alguma coisa. Será que um dia conseguirei fazer isso? Como me disse um ex-colega de república, nenhuma mulher vai bater na porta da minha casa me procurando. Logo, se eu não sair daqui, não vou conhecer ninguém. Quem sabe não seja uma coisa que eu tome coragem de fazer num fim de semana desses.

Como sempre (essa é para os psicólogos) só ando me atraindo para mulheres que não posso ter = comprometidas. Tenho olhado com outros olhos uma colega de trabalho que se fosse uma pessoa que eu pensasse pra namorar, seria ela. Mas claro, que outra pessoa já enxergou isso e até onde eu sei eles têm um namoro bem estável. Bom para eles, eu é que preciso não alimentar isso e procurar mulheres disponíveis.

Tomei rivotril dia desses, acho que na quinta. Cheguei esbaforido no trabalho (sempre faço a mesma caminhada) e na hora já vieram vários pensamentos ruins. Esse é um dos grandes desafios que preciso vencer na minha vida. Fico pensando se isso vai me acompanhar para o resto da vida, como naquele filme sobre o John Nash que mesmo idoso ainda tinha os amigos imaginários dele. Será que serei assim até o fim da minha vida ou é uma coisa que poderei me curar? Espero que sim.

Nesse sentido, resolvi procurar terapia. Mesmo não podendo gastar, tem sido muito ruim ficar dependendo de remédios para manter o controle que perco em momentos diversos. Então resolvi procurar por um aqui na cidade onde moro mesmo. Vamos ver.

O início das aulas se aproximando e com isso a pressão pela busca de tema de pesquisa. Mas espero que esse segundo semestre seja menos corrido do que o primeiro e e eu consiga o tempo para cuidar de mim.











terça-feira, 8 de julho de 2014

Cabeça ou corpo?

Na minha experiência de 5 anos com a ansiedade, acho que foram poucos os momentos em que não tive pensamentos ruins. Se somar tudo, acho que dá um ano. Ultimamente, tenho tido diversos dias com  saúde ruim: seja incômodo nos olhos, gripe, garganta ruim, dor de cabeça, dor de barriga e por aí vai.

Acho que nas últimas semanas não teve um dia só em que eu não tivesse nada. E a droga é que para cada coisa dessa associo alguma coisa muito ruim. Se estou com dor de cabeça me vêm a cabeça um derrame, se minha garganta que está ruim há semanas não melhora, já me imagino com algum tipo de câncer.

Parece doido (e é) mas isso acontece sempre. Hoje, por exemplo, estou com dores de barriga. Já tomei o floratil, segui os cuidados básicos com alimentação mas claro que minha cabeça está pensando algo ruim, como se essa dor de barriga evoluísse para alguma coisa que me levasse para o hospital.

Já ouvi muitas vezes que muitas das coisas que nosso corpo sente tem a ver com o emocional. Estou com preguiça de buscar referências científicas disso, mas acredito piamente nessa relação. Eu mesmo já tive provas disso. Há 5 anos, no auge das minhas crises de ansiedade, eu estava para pedir demissão do lugar que trabalhava. Como sou péssimo em terminar relações, demorei muito para fazer isso (fiquei ensaiando um ano, mais ou menos). Quando chegou a hora de fazer, eu ainda protelei por mais um mês. Nesse mês, a minha cabeça doía todos os dias, acompanhada por dores nos olhos. Como bom ansioso, claro que procurei um neuro (é o certo, viu?) e felizmente não tinha nada.

No dia seguinte a meu pedido de demissão, eis que as dores sumiram. Sumiram mesmo. Era como se eu não tivesse tido nada. Não pode ser mera coincidência.

Enfim, tive outros exemplos desse na minha vida, o que para mim comprova a relação de muitas enfermidades que temos com nosso estado emocional.

Com esse monte de coisas que têm acontecido comigo nos últimos tempos, fico pensando: será minha cabeça causando tudo isso? Meus exames (sangue, esteira, eco, eletro) deram quase normais. Um colesterol um pouco alto mas nada que me mate de um dia para o outro. Meu ultrassom (barriga) deu normal também. Vou fazer o mapa 24 hs esses dias e vai confirmar o que já sei; sou hipertenso.

Mas esse monte de pequenas coisas acontecendo comigo sempre me levam a pensar que tem algo muito errado comigo, com meu corpo. Não é normal eu ter quase todo dia alguma coisa diferente. Mas se é "apenas" meu corpo refletindo meu estado emocional, o que posso fazer?

Procurar terapia? Tinha decidido não nesse momento ($) mas acho que vou reconsiderar. O ponto é que minha situação profissional não é estável atualmente e se eu ficar sem emprego, terei que parar terapia. Aí fica aquele trabalho que se demora semanas pra desenvolver e é interrompido.

Mudar a situação profissional? É uma mas como falei outro dia estou preso a parte boa do meu trabalho (salário e benefícios). E a parte ruim estou na expectativa que mude nesse segundo semestre. A desvantagem de não ser mais patrão é que não é você quem decide o rumo das coisas.

Sim, ando apostando que essa situação no trabalho seja a principal causa da minha instabilidade atual. Claro que eu tenho outras questões mas se lá estivesse legal, seriam 8 horas a menos para pensar em besteira.

Sou muito grato por tudo o que o trabalho me dá mas não sei se essa forma é a melhor para mim. Mudo eu ou procuro algo com que me adapte melhor? Talvez a segunda opção seja mais fácil mas era a opção que eu vivia até o início desse ano, cujo aperto financeiro era maior, entre outras coisas.

Bom, a semana (felizmente) está chegando ao seu meio. Que ótimo, porque infelizmente ando torcendo pelos fins de semana e quando estou no trabalho, fico contando as horas para ir embora. Espero que as coisas mudem por lá ou então, para meu próprio bem, vou ter que pensar em mudança mesmo sem atingir meus objetivos financeiros.












sábado, 5 de julho de 2014

De volta?

O que deveria ser motivo de alegria parece que não mudou nada. A velha ansiedade, em menor grau, parece estar de volta. Não entendo porque...

Conquistei coisas importantes (pelo menos eu julguei que eram) nesse ano: emprego estável, vida acadêmica, uma estabilidade financeira, uma vida quase normal. No entanto, ando irritado, chateado e pior: voltei a sentir medos diários de morrer.

Já faz uns meses que tenho recorrido ao rivotril, 3 a 4 vezes por semana, em média. E esses momentos de medo têm acontecido em qualquer hora: no meio do trabalho, na rua, à noite em casa.

Ano passado foi um ano difícil com pessoa doente na família, que veio a falecer. Certamente foi muito desgastante para mim e para as pessoas próximas. Mas com a virada de ano, as coisas prometiam; arrumei um emprego numa ótima empresa, retomei minha vida acadêmica e as coisas pareciam que iam melhorar.

No entanto, já fazem meses que venho piorando com relação a ansiedade e o medo de ter um treco a cada instante.

A vida familiar não anda tranquila, é verdade. Muitos momentos de tensão e preocupação com pessoas amadas. O trabalho, que se me garantiu aquela estabilidade que achei que seria a "cura", anda chato. Tem seus momentos bons, claro. Mas a falta de controle de quem gerencia as tarefas acarreta para mim momentos de completa ociosidade. E, não me sinto parte da equipe.

Por que não trocar? É uma opção mas está acontecendo comigo o que eu tinha medo que acontecesse quando eu voltasse pro mercado de trabalho: medo de perder a estabilidade que um emprego te traz.

Não sei dizer se é o trabalho chato ou os problemas familiares, ou os dois juntos. Mas o fato é que ando muito mais instável que ano passado, quando tinha uma pessoa doente em casa.

Tenho muito medo de voltar a ter aquelas crises, que me faziam procurar atendimento emergencial no meio da noite. Foi tão assustador que até hoje tenho esse trauma, se é que posso chamar assim.

No plano pessoal, nada mudou. Ando pensando muito naquela que desapareceu (quase 3 anos já). Sei que a situação que tínhamos não era nem de perto boa. Mas, hoje, eu aceitaria QUALQUER COISA que ela me oferecesse. Muito pouco? Sim, mas ao mesmo tempo era muito o que tínhamos. Ninguém nunca me entendeu como ela, nunca cuidou de mim como ela. Sinto imensa falta da companhia dela, mesmo que apenas por uma tela de msn.

Uma amiga me disse que eu precisava fazer sexo. Até fiz recentemente. Paguei por ele. Não sei dizer se isso é vergonhoso. Deve ser, porque não conto para ninguém. Enfim, não resolveu nada. Tive um ou dois dias com cara de bobo, lembrando dos momentos com a profissional (ao contrário de outra experiência, essa foi boa) mas nada resolveu.

Tentei voltar pra terapia mas a logística em cidade grande sempre é complicada. Preciso procurar alguma que seja perto de onde trabalho ou moro. Mas porque eu preciso economizar, isso vai ter que esperar.

A parte acadêmica é o que só tenho palavras positivas. Acho que fui muito bem nesse início e se eu mantiver esse pique, acho que farei um grande trabalho. Mas tenho medo de falhar, como falhei das outras vezes que eu tentei.

Tenho tantas atividades para fazer nessa parte que meus momentos de sentimentos/pensamentos ruins me fazem desperdiçar noites e fins de semana, que poderia usar para isso. "Tá mal? Vai ler/estudar!". Qual ansioso ou depressivo que nunca ouviu um conselho parecido desse. Queria mesmo que fosse fácil assim.

Nos dias como hoje, em que uma simples dor de garganta me traz o pensamento de que posso ter algo grave, falta aquela que deixou tanta saudade e que seria a pessoa que diria; "gordinho, vai ficar tudo bem". Como sinto a sua falta, guria... Todos os dias.

Como diria o saudoso Chorão, "difícil não lembrar do que nunca se esqueceu..."




Sei que preciso seguir em frente e superar. Mas é tão difícil, guria. Seu carinho era tudo  o que eu precisaria agora. Só pra me sentir forte, como só vc me fazia sentir....