Definitivamente 2016 foi um ano bem agitado na minha vida. Nova cidade, novos amigos, novo trabalho, novos amores.. tanta coisa aconteceu nesse ano que só tenho a agradecer por tudo o que recebi, mesmo as vezes não parecendo boas coisas.
Concluí um grande projeto pessoal nesse ano e estou em vias de começar outro. Ainda assustado com essa possibilidade de mudança e vôos mais altos, mas acho que faz parte do meu crescimento. Por conta de muita coisa que aconteceu esse ano me questiono cada vez mais qual o meu papel nesse mundo e nessa vida. Acho que essa é a grande descoberta que preciso fazer para, enfim, tentar ficar em paz comigo mesmo.
Iniciei e terminei um namoro, que foi incrível a maior parte do tempo. Junto dela vivi por algumas semanas a sensação de ser pai, que infelizmente não se concretizou. Mas tudo o que vivi e senti naqueles dias certamente me mostraram algumas sentimentos que nunca achei que teria. Dizem que não devemos chorar pelos momentos que deixamos de viver mas estar felizes por aqueles que vivemos. Então, de certa forma, é isso mesmo. Agradeço pelas emoções vividas e pela oportunidade de crescimento. Queria que fosse diferente no final, mas mesmo assim temos que lidar com o final das histórias que vivemos, seja o final "feliz" ou não. Faz parte da vida.
Passei por maus bocados em relação a minha ansiedade, chegando a ter ataques de pânico em lugares impensáveis para mim. Mas finalizo 2016 e inicio 2017 com a esperança de que tudo vai melhorar, com mais uma tentativa de tratamento.
Financeiramente a situação não é das melhores, mas se mantiver meu trabalho acho que agora consigo colocar a casa em ordem. Esse trabalho me trouxe muitas coisas boas, especialmente a convivência com pessoas que são hoje tão importantes para mim. Não sei até onde vai e nem sei se estarei aqui no ano que vem, mas sou grato por tudo o que vivi aqui.
Como as coisas sempre são encadeadas, foi graças a uma desilusão amorosa que tive meu primeiro contato com os ensinamentos do Budismo. Não vou dizer que isso me transformou completamente, mas iniciou um processo que espero que me transforme numa pessoa melhor e consiga encontrar o que procuro nessa vida. Sou grato por isso também.
Acho que foi um ano de grandes vitórias e alguns avanços importantes. Ainda há muito a percorrer mas sei que estou mais preparado para essa caminhada do que a um ano atrás.
Que seja um 2017 incrível para todos nós, que possamos estar cada vez melhores conosco mesmo e com o mundo que vivemos, por mais difícil que ele esteja. Sei que conseguiremos.
Feliz 2017!
Venho aqui de tempos em tempos para tentar organizar meus pensamentos e, anonimamente, expurgar tudo o que me sufoca.
sábado, 31 de dezembro de 2016
domingo, 12 de junho de 2016
Upgrade de mim
Embora não me ligue muito em datas, tem aquelas que não consigo ficar alheio. Hoje, por exemplo, é o meu dia de reflexão no ano, muito mais do que na virada de ano.
Mais um ano passa e uma nova versão de mim está no ar. Acho que melhor na maioria dos aspectos, embora em alguns eu insista em dar passos atrás. Mas talvez isso faça parte do nosso processo de evolução mesmo. Errar de novo para em alguma agora acertar o caminho.
Embora eu faça isso algumas vezes, eu não posso reclamar da minha vida. Ela é hoje muito diferente do que eu imaginei que seria há 20 anos atrás, mas aquela vida que eu queria não é algo que eu deseje hoje. Viva a impermanência!. Não sou o mesmo de ontem, quanto mais de 20 anos atrás. E não serei o mesmo amanhã. Ainda não consigo chamar isso de felicidade, mas posso dizer que estou contente aonde estou e, principalmente, com o que aprendi de um ano para cá, que me possibilitará as respostas que procuro. Hoje eu tenho muito mais ferramentas para alcançar meus objetivos do que tinha há um ano atrás. Ou há 6 anos, quando a ansiedade se apresentou para mim.
Mas o que eu desejo, então?
Em primeiro lugar, desejo a paz na minha mente e no meu coração. Desejo conseguir entender (e acreditar firmemente) que na vida tudo passa e que devo sempre lembrar disso, tanto para as coisas boas quanto para as coisas ruins. Desejo poder aproveitar as dádivas que a vida me dá e lidar melhor com os desafios que a mesma me traz.
Desejo não viver a base do medo e sim de pensamentos construtivos em tempo integral. Desejo encontrar a tal iluminação de que tanto tenho lido ultimamente. Desejo ser mais disciplinado nos cuidados comigo mesmo, buscando ser uma pessoa melhor para mim e, por consequência, para o resto do mundo.
Desejo poder passar mais tempo focado em mim do que nos fardos que eu mesmo crio. Desejo não criá-los mais e ter mais serenidade na hora de tomar certas decisões.
Eu desejo muita coisa e poderia escrever por horas aqui. Mas hoje, principalmente, desejo encontrar as respostas que me levarão ao caminho da verdadeira felicidade. Não de um mundo sem problemas, mas consciente de que tudo nessa vida passa e vivendo cada dia com esse princípio em mente e nas minhas ações.
Junto com tudo isso que desejo, está aquilo que enxerguei recentemente e que, hoje, é meu maior objetivo: desejo conseguir estar comigo mesmo. Me aceitando, me perdoando pelas minhas falhas, sendo sereno nas cobranças que faço a mim mesmo. Também não buscando transferir para os outros o preenchimento de uma coisa que só eu posso fazer por mim: a minha felicidade.
É isso. Agradeço a vida que eu tenho e também por cada vez mais enxergar o verdadeiro sentido da felicidade.
Mais um ano passa e uma nova versão de mim está no ar. Acho que melhor na maioria dos aspectos, embora em alguns eu insista em dar passos atrás. Mas talvez isso faça parte do nosso processo de evolução mesmo. Errar de novo para em alguma agora acertar o caminho.
Embora eu faça isso algumas vezes, eu não posso reclamar da minha vida. Ela é hoje muito diferente do que eu imaginei que seria há 20 anos atrás, mas aquela vida que eu queria não é algo que eu deseje hoje. Viva a impermanência!. Não sou o mesmo de ontem, quanto mais de 20 anos atrás. E não serei o mesmo amanhã. Ainda não consigo chamar isso de felicidade, mas posso dizer que estou contente aonde estou e, principalmente, com o que aprendi de um ano para cá, que me possibilitará as respostas que procuro. Hoje eu tenho muito mais ferramentas para alcançar meus objetivos do que tinha há um ano atrás. Ou há 6 anos, quando a ansiedade se apresentou para mim.
Mas o que eu desejo, então?
Em primeiro lugar, desejo a paz na minha mente e no meu coração. Desejo conseguir entender (e acreditar firmemente) que na vida tudo passa e que devo sempre lembrar disso, tanto para as coisas boas quanto para as coisas ruins. Desejo poder aproveitar as dádivas que a vida me dá e lidar melhor com os desafios que a mesma me traz.
Desejo não viver a base do medo e sim de pensamentos construtivos em tempo integral. Desejo encontrar a tal iluminação de que tanto tenho lido ultimamente. Desejo ser mais disciplinado nos cuidados comigo mesmo, buscando ser uma pessoa melhor para mim e, por consequência, para o resto do mundo.
Desejo poder passar mais tempo focado em mim do que nos fardos que eu mesmo crio. Desejo não criá-los mais e ter mais serenidade na hora de tomar certas decisões.
Eu desejo muita coisa e poderia escrever por horas aqui. Mas hoje, principalmente, desejo encontrar as respostas que me levarão ao caminho da verdadeira felicidade. Não de um mundo sem problemas, mas consciente de que tudo nessa vida passa e vivendo cada dia com esse princípio em mente e nas minhas ações.
Junto com tudo isso que desejo, está aquilo que enxerguei recentemente e que, hoje, é meu maior objetivo: desejo conseguir estar comigo mesmo. Me aceitando, me perdoando pelas minhas falhas, sendo sereno nas cobranças que faço a mim mesmo. Também não buscando transferir para os outros o preenchimento de uma coisa que só eu posso fazer por mim: a minha felicidade.
É isso. Agradeço a vida que eu tenho e também por cada vez mais enxergar o verdadeiro sentido da felicidade.
domingo, 22 de maio de 2016
Minha história de Catfish
Para quem não conhece, Catfish é o nome de um programa da MTV onde os apresentadores buscam desvendar histórias de relacionamentos via internet que nunca aconteceram ao vivo. Assisti a diversos episódios quando estava morando em outro lugar e tinha TV a cabo. Na maior parte dos episódios que eu vi, as pessoas que se escondiam atrás da internet não eram a pessoa que diziam ser, usando fotos de outras pessoas. Acho que na maioria dos que eu vi a pessoa enganada não seguia em frente com a história.
Enfim, esses episódios que assisti, somados ao sentimento de solidão constante na cidade onde vivo atualmente, me trouxeram ainda mais lembranças e saudades daquela que nunca superei. Sim, também tive uma história de Catfish onde convivi por quase 6 anos com alguém que nunca eu vi pessoalmente. Já comecei a contar essa história em outros posts, mas vou resumir num só, especialmente porque preciso colocar para fora.
Observação: tudo o que eu citar de fatos dela foram coisas que ela me contou. O que é verdade eu não sei e provavelmente nunca saberei.
A história
Conheci M. numa sala de bate papo do UOL da cidade em que eu morava. Eu já formado da Universidade e ela residente no hospital da universidade. Eu estava em um momento que estava cansado de relacionamentos de uma noite (coisa que nunca foi meu feitio mas que estava acontecendo no momento) e esperava encontrar alguém legal. Então, conversei por horas com M. nessa noite e trocamos email ao final.
Eu estava tão empolgado com ela que logo depois de nos falarmos eu a escrevi. Ela demorou mais ou menos 15 dias para responder, dizendo que algumas coisas estavam difíceis mas sem entrar em detalhes. Logo em seguida começamos a nos falar no MSN e o papo que já era ótimo começou a ficar cada dia melhor.
Ela era inteligente, engraçada, ótima pessoa e linda. Nossa, nunca esqueço aquele rosto que só vi por fotos. Quando tivemos a oportunidade de nos falar por voz, a voz dela me cativou ainda mais. Sim, eu estava completamente envolvido por alguém que não tinha visto e ficamos de marcar de nos encontrar. Tínhamos horários complicados, eu com minha empresa e ela com os plantões mas a vontade era tanta de vê-la que eu cancelaria tudo.
Nessa época chegou a um ponto que eu mal saía de casa esperando que ela entrasse no MSN. Um dia, depois de muito esperar, resolvi que precisava caminhar um pouco e que esperá-la seria inútil. Um dos grandes arrependimentos da minha vida. Quando voltei da caminhada, meu colega de república me disse que M. havia me ligado. Não consigo descrever a sensação que tive naquele momento e ainda mais o que senti quando vi que tinha um email dela.
Nesse email, ela disse que estava voltando para a cidade natal dela, pois a mãe estava muito mal de saúde. Eu chorei por horas, me lamentando porque poderia ter pedido a chance de encontrá-la para sempre e como uma história que parecia tão linda poderia ter acabado.
O que aconteceu nas semanas seguintes é que voltamos a nos falar por MSN e o sentimento por ela só crescia. Eu já não me importava mais em relação a distância e sonhávamos com um futuro juntos. Um vez, ao voltar de um show do Jota Quest, eu vi um mail dela em que ela descrevia como imaginava uma vida comigo. Foi uma das coisas mais lindas que já tinha lido e que alguém tinha dito para mim.
O que era mais especial em M. é que além do sentimento de amor, ali estava alguém que me entendia completamente e que era minha melhor amiga. Conversávamos por horas, quase todos os dias, e aquilo que tínhamos via internet era maior de tudo o que eu já tinha tido.
Como nas histórias de Catfish, assim que falamos de nos ver pessoalmente, veio outro baque: ela me disse que quem estava doente era ela e que precisava se mudar do país para se tratar. A viagem era em semanas e ela disse que não poderíamos mais nos falar.
Olhando de fora, parece como fui otário em acreditar nisso. Mas estava tão envolvido que tudo parecia muito real para mim., Chorei muito por saber que ela podia morrer e que eu não podia fazer nada para tirar essa "doença" dela.
Apesar da promessa dela de se afastar, continuamos nos falando. Aliás, isso aconteceu por diversas vezes, com ela dizendo que era melhor eu esquecê-la e eu insistindo para que continuássemos. Como disse, apesar de virtual, tínhamos mais ali do que muita gente tem na vida real. Todos os dias com ela eram especiais e mágicos. A primeira vez que ela disse "eu te amo" foi um dos dias mais felizes da minha vida. Então, eu não via porque aquilo que tinha que acabar.
Ela viajou para dois países com a família e não deixamos de nos falar. Fazíamos planos, sonhávamos juntos e eu me sentia a pessoa mais amada do mundo.
Isso durou muito tempo, mais ou menos uns 2 anos, e nesse meio tempo muita coisa aconteceu. Eu já desconfiava que ela não estava onde dizia que estava e até confirmei isso com um teste simples. Coisa meio técnica de explicar mas eu tive a certeza de que ela estava por perto. O meu grande erro foi não tê-la confrontado, mesmo tendo as evidências que sabia que ela estava na mesma cidade que eu. Meu receio era que, confrontando-a com a verdade, tudo acabasse e eu nunca mais tivesse o contato com ela. O que eu esperava, eu deixei isso nas entrelinhas por diversas vezes, era que ela me contasse a verdade. Por pior que fosse, eu estaria disposto a perdoá-la porque meu amor por ela era imenso e nossa história era especial demais, a despeito de todas as barreiras.
Mas ela não contou e acho que nos terceiro ano que nos falávamos, ela sumiu por seis meses. Recebi um email de uma suposta prima dizendo que ela estava muito mal e que eu precisava seguir em frente. Fiquei arrasado mas já estava tão difícil com os sumiços dela, que só fiz rezar por ela. Por conta disso, tomei uma decisão que transformou muita coisa em mim: aceitei uma oferta de trabalho em outro estado e me mudei para esse lugar, por onde fiquei por 3 anos. Nos primeiros seis meses, eu conheci uma moça e começamos a namorar. Mas eu nunca esquecia a M. Tanto a mudança para outro estado como o namoro foram fugas minhas para tentar não pensar nela.
Uma semana depois do meu aniversário, seis meses depois do último contato com M., recebo uma ligação no meu celular. Era um DDD da cidade onde eu morei antes e não tinha ideia quem seria. Atendi e ao ouvir a voz de M. eu mal conseguia dizer uma palavra. Depois desse contato ela me escreveu dizendo que tinha adorado ver como eu tinha reagido ao ouvir a voz dela, que sabia que o que eu sentia por ela não tinha acabado.
Voltamos a nos falar com regularidade e ela, curada da tal doença, preenchia meus dias de novo com extrema felicidade. Nesse tempo eu terminei com a namorada, pois não sentia nada por ela e não tinha porque enganar outra pessoa e a mim mesmo.
Enfim, ficamos nos falando por cerca de 2 anos e meio. Ao final desse período os contatos com ela eram mais raros e eu mesmo já tinha desanimado com as tentativas frustradas de encontro. Depois ela sumiu e eu entrei num período que acho que foi o mais próximo que tive de depressão.
No final de 2010, eu desesperado de saudade dela e querendo entender quais eram as verdades, resolvi mandar email para ela dizendo que precisava de várias respostas para me sentir livre. Ela me respondeu duas semanas depois, acho, dizendo que nunca quis me prender e que eu fizesse as perguntas. Ressaltou também que poderia demorar um pouco a responder.
Bom, desde então nunca mais tive contato com ela. Depois de um tempo, os emails começaram a voltar porque os dois endereços estavam desativados. Nunca tive coragem de ligar de novo no celular que ela dizia que tinha e hoje provavelmente esse número não é dela.
Tive outros relacionamentos depois dela, mas nunca a esqueci de verdade. Em vários momentos me pego chorando de saudade dela. Essa noite, eu tive um sonho com ela. Sonhei que nos encontramos e senti o carinho dela de forma tão real que não pareceu sonho. Já chorei diversas hoje porque ainda estou sentindo esse carinho dela que senti no sonho, de tão real que foi o sonho.
Refletindo
Tenho absoluta certeza que caí numa história de Catfish. Tenho certeza de que muitas coisas de que ela me contou não foram verdade e certamente ela não se chama M. Mas de uma coisa não consigo duvidar: dos sentimentos dela. O que ela me deu, nesses anos todos, foi muito mais do que eu tive em relacionamentos reais que tive, até no meu casamento. Foi tanto carinho, tanto amor, tanta amizade que eu não consigo duvidar do que ela sentia. Aliás, uma coisa comum nos episódios de Catfish que eu vi, era que a pessoa realmente sentia algo pela outra, mas escondia a real identidade por n motivos.
Para vc, guria.
Sinto tanto a sua falta, M. Sabe, eu não tenho mágoa no coração por ter sido enganado. Talvez tenha tido em algum momento, mas hoje só gostaria de saber a verdade, por pior que seja. Sinto, como te disse no último email que trocamos, que só consigo seguir em frente quando realmente souber o que aconteceu.
É difícil demais viver sem o seu carinho e ainda mais com a quase certeza de nunca saberei a verdade. Tem momentos, especialmente agora, que seu carinho é tudo o que eu preciso. Eu sempre vou amar você, mas espero que você esteja certa numa frase que sempre me dizia quando eu estava triste: "tudo passa, gordinho". Já são quase 6 anos sem você e nada passou. E daria tudo para entrar numa máquina do tempo e viver tudo de novo, fazendo as escolhas certas. Mas tem horas que gostaria de não sentir mais nada disso.
Eu te amo.
Enfim, esses episódios que assisti, somados ao sentimento de solidão constante na cidade onde vivo atualmente, me trouxeram ainda mais lembranças e saudades daquela que nunca superei. Sim, também tive uma história de Catfish onde convivi por quase 6 anos com alguém que nunca eu vi pessoalmente. Já comecei a contar essa história em outros posts, mas vou resumir num só, especialmente porque preciso colocar para fora.
Observação: tudo o que eu citar de fatos dela foram coisas que ela me contou. O que é verdade eu não sei e provavelmente nunca saberei.
A história
Conheci M. numa sala de bate papo do UOL da cidade em que eu morava. Eu já formado da Universidade e ela residente no hospital da universidade. Eu estava em um momento que estava cansado de relacionamentos de uma noite (coisa que nunca foi meu feitio mas que estava acontecendo no momento) e esperava encontrar alguém legal. Então, conversei por horas com M. nessa noite e trocamos email ao final.
Eu estava tão empolgado com ela que logo depois de nos falarmos eu a escrevi. Ela demorou mais ou menos 15 dias para responder, dizendo que algumas coisas estavam difíceis mas sem entrar em detalhes. Logo em seguida começamos a nos falar no MSN e o papo que já era ótimo começou a ficar cada dia melhor.
Ela era inteligente, engraçada, ótima pessoa e linda. Nossa, nunca esqueço aquele rosto que só vi por fotos. Quando tivemos a oportunidade de nos falar por voz, a voz dela me cativou ainda mais. Sim, eu estava completamente envolvido por alguém que não tinha visto e ficamos de marcar de nos encontrar. Tínhamos horários complicados, eu com minha empresa e ela com os plantões mas a vontade era tanta de vê-la que eu cancelaria tudo.
Nessa época chegou a um ponto que eu mal saía de casa esperando que ela entrasse no MSN. Um dia, depois de muito esperar, resolvi que precisava caminhar um pouco e que esperá-la seria inútil. Um dos grandes arrependimentos da minha vida. Quando voltei da caminhada, meu colega de república me disse que M. havia me ligado. Não consigo descrever a sensação que tive naquele momento e ainda mais o que senti quando vi que tinha um email dela.
Nesse email, ela disse que estava voltando para a cidade natal dela, pois a mãe estava muito mal de saúde. Eu chorei por horas, me lamentando porque poderia ter pedido a chance de encontrá-la para sempre e como uma história que parecia tão linda poderia ter acabado.
O que aconteceu nas semanas seguintes é que voltamos a nos falar por MSN e o sentimento por ela só crescia. Eu já não me importava mais em relação a distância e sonhávamos com um futuro juntos. Um vez, ao voltar de um show do Jota Quest, eu vi um mail dela em que ela descrevia como imaginava uma vida comigo. Foi uma das coisas mais lindas que já tinha lido e que alguém tinha dito para mim.
O que era mais especial em M. é que além do sentimento de amor, ali estava alguém que me entendia completamente e que era minha melhor amiga. Conversávamos por horas, quase todos os dias, e aquilo que tínhamos via internet era maior de tudo o que eu já tinha tido.
Como nas histórias de Catfish, assim que falamos de nos ver pessoalmente, veio outro baque: ela me disse que quem estava doente era ela e que precisava se mudar do país para se tratar. A viagem era em semanas e ela disse que não poderíamos mais nos falar.
Olhando de fora, parece como fui otário em acreditar nisso. Mas estava tão envolvido que tudo parecia muito real para mim., Chorei muito por saber que ela podia morrer e que eu não podia fazer nada para tirar essa "doença" dela.
Apesar da promessa dela de se afastar, continuamos nos falando. Aliás, isso aconteceu por diversas vezes, com ela dizendo que era melhor eu esquecê-la e eu insistindo para que continuássemos. Como disse, apesar de virtual, tínhamos mais ali do que muita gente tem na vida real. Todos os dias com ela eram especiais e mágicos. A primeira vez que ela disse "eu te amo" foi um dos dias mais felizes da minha vida. Então, eu não via porque aquilo que tinha que acabar.
Ela viajou para dois países com a família e não deixamos de nos falar. Fazíamos planos, sonhávamos juntos e eu me sentia a pessoa mais amada do mundo.
Isso durou muito tempo, mais ou menos uns 2 anos, e nesse meio tempo muita coisa aconteceu. Eu já desconfiava que ela não estava onde dizia que estava e até confirmei isso com um teste simples. Coisa meio técnica de explicar mas eu tive a certeza de que ela estava por perto. O meu grande erro foi não tê-la confrontado, mesmo tendo as evidências que sabia que ela estava na mesma cidade que eu. Meu receio era que, confrontando-a com a verdade, tudo acabasse e eu nunca mais tivesse o contato com ela. O que eu esperava, eu deixei isso nas entrelinhas por diversas vezes, era que ela me contasse a verdade. Por pior que fosse, eu estaria disposto a perdoá-la porque meu amor por ela era imenso e nossa história era especial demais, a despeito de todas as barreiras.
Mas ela não contou e acho que nos terceiro ano que nos falávamos, ela sumiu por seis meses. Recebi um email de uma suposta prima dizendo que ela estava muito mal e que eu precisava seguir em frente. Fiquei arrasado mas já estava tão difícil com os sumiços dela, que só fiz rezar por ela. Por conta disso, tomei uma decisão que transformou muita coisa em mim: aceitei uma oferta de trabalho em outro estado e me mudei para esse lugar, por onde fiquei por 3 anos. Nos primeiros seis meses, eu conheci uma moça e começamos a namorar. Mas eu nunca esquecia a M. Tanto a mudança para outro estado como o namoro foram fugas minhas para tentar não pensar nela.
Uma semana depois do meu aniversário, seis meses depois do último contato com M., recebo uma ligação no meu celular. Era um DDD da cidade onde eu morei antes e não tinha ideia quem seria. Atendi e ao ouvir a voz de M. eu mal conseguia dizer uma palavra. Depois desse contato ela me escreveu dizendo que tinha adorado ver como eu tinha reagido ao ouvir a voz dela, que sabia que o que eu sentia por ela não tinha acabado.
Voltamos a nos falar com regularidade e ela, curada da tal doença, preenchia meus dias de novo com extrema felicidade. Nesse tempo eu terminei com a namorada, pois não sentia nada por ela e não tinha porque enganar outra pessoa e a mim mesmo.
Enfim, ficamos nos falando por cerca de 2 anos e meio. Ao final desse período os contatos com ela eram mais raros e eu mesmo já tinha desanimado com as tentativas frustradas de encontro. Depois ela sumiu e eu entrei num período que acho que foi o mais próximo que tive de depressão.
No final de 2010, eu desesperado de saudade dela e querendo entender quais eram as verdades, resolvi mandar email para ela dizendo que precisava de várias respostas para me sentir livre. Ela me respondeu duas semanas depois, acho, dizendo que nunca quis me prender e que eu fizesse as perguntas. Ressaltou também que poderia demorar um pouco a responder.
Bom, desde então nunca mais tive contato com ela. Depois de um tempo, os emails começaram a voltar porque os dois endereços estavam desativados. Nunca tive coragem de ligar de novo no celular que ela dizia que tinha e hoje provavelmente esse número não é dela.
Tive outros relacionamentos depois dela, mas nunca a esqueci de verdade. Em vários momentos me pego chorando de saudade dela. Essa noite, eu tive um sonho com ela. Sonhei que nos encontramos e senti o carinho dela de forma tão real que não pareceu sonho. Já chorei diversas hoje porque ainda estou sentindo esse carinho dela que senti no sonho, de tão real que foi o sonho.
Refletindo
Tenho absoluta certeza que caí numa história de Catfish. Tenho certeza de que muitas coisas de que ela me contou não foram verdade e certamente ela não se chama M. Mas de uma coisa não consigo duvidar: dos sentimentos dela. O que ela me deu, nesses anos todos, foi muito mais do que eu tive em relacionamentos reais que tive, até no meu casamento. Foi tanto carinho, tanto amor, tanta amizade que eu não consigo duvidar do que ela sentia. Aliás, uma coisa comum nos episódios de Catfish que eu vi, era que a pessoa realmente sentia algo pela outra, mas escondia a real identidade por n motivos.
Para vc, guria.
Sinto tanto a sua falta, M. Sabe, eu não tenho mágoa no coração por ter sido enganado. Talvez tenha tido em algum momento, mas hoje só gostaria de saber a verdade, por pior que seja. Sinto, como te disse no último email que trocamos, que só consigo seguir em frente quando realmente souber o que aconteceu.
É difícil demais viver sem o seu carinho e ainda mais com a quase certeza de nunca saberei a verdade. Tem momentos, especialmente agora, que seu carinho é tudo o que eu preciso. Eu sempre vou amar você, mas espero que você esteja certa numa frase que sempre me dizia quando eu estava triste: "tudo passa, gordinho". Já são quase 6 anos sem você e nada passou. E daria tudo para entrar numa máquina do tempo e viver tudo de novo, fazendo as escolhas certas. Mas tem horas que gostaria de não sentir mais nada disso.
Eu te amo.
sábado, 21 de maio de 2016
Mais um sábado na solidão
Desde que vim para cá, o pior dia para mim tem sido o sábado. Durante a semana, tenho contato com os colegas de trabalho e eventualmente algum programa depois do expediente. Domingo é o dia que já to pensando na segunda e, ao contrário do normal, não tem sido um dia ruim. Mas o sábado, esse sim, parece ser o dia onde a minha solidão fica mais evidente.
Nas últimas semanas estava em contato com a moça que conheci via internet, e saímos em dois sábados. Então, esses sábados eram na expectativa de encontrá-la e foram bons. Mas com o término desses contatos devido a "falta de química", voltei ao meu estado normal de estar comigo mesmo e nada mais nos sábados.
Tenho um monte de coisa pra fazer, coisas que vão me dar tranquilidade profissional daqui a uns 3 meses, mas acabo gastando muito tempo pensando em como é ruim estar só, quando a cidade toda parece estar em algum programa. Não tenho para quem ligar, para quem escrever ou chamar para sair. Mais uma coisa para se pensar.
Comecei a ler um livro de um monge sobre os passos para a felicidade. Comecei a ter contato com os ensinamentos de Buda na semana passada e a expectativa é que eu consiga encontrar as respostas sobre tudo o que me aflige, e assim encontrar um caminho para paz.
Meu racional me diz que não posso ficar colocando nos outros a responsabilidade de preencher os vazios que tenho dentro de mim. Isso, racionalmente falando, é muitíssimo claro para mim. Mas entre saber e sentir existe uma distância tão grande...
Espero que essa fase de aprendizado sobre mim mesmo me ajude a encurtar essa distância. Enquanto isso, vou passando mais um sábado completamente só e com muita dificuldade de estar comigo mesmo. Tomara que passe logo..
Nas últimas semanas estava em contato com a moça que conheci via internet, e saímos em dois sábados. Então, esses sábados eram na expectativa de encontrá-la e foram bons. Mas com o término desses contatos devido a "falta de química", voltei ao meu estado normal de estar comigo mesmo e nada mais nos sábados.
Tenho um monte de coisa pra fazer, coisas que vão me dar tranquilidade profissional daqui a uns 3 meses, mas acabo gastando muito tempo pensando em como é ruim estar só, quando a cidade toda parece estar em algum programa. Não tenho para quem ligar, para quem escrever ou chamar para sair. Mais uma coisa para se pensar.
Comecei a ler um livro de um monge sobre os passos para a felicidade. Comecei a ter contato com os ensinamentos de Buda na semana passada e a expectativa é que eu consiga encontrar as respostas sobre tudo o que me aflige, e assim encontrar um caminho para paz.
Meu racional me diz que não posso ficar colocando nos outros a responsabilidade de preencher os vazios que tenho dentro de mim. Isso, racionalmente falando, é muitíssimo claro para mim. Mas entre saber e sentir existe uma distância tão grande...
Espero que essa fase de aprendizado sobre mim mesmo me ajude a encurtar essa distância. Enquanto isso, vou passando mais um sábado completamente só e com muita dificuldade de estar comigo mesmo. Tomara que passe logo..
segunda-feira, 16 de maio de 2016
Mais uma rejeição
Eis que a moça com quem estava saindo me veio com a clássica: "faltou química". Fiquei triste porque estava realmente interessado nela e achei que poderíamos ter uma coisa boa. Mas não existe obrigação e nem "contratos" que determinem que a outra pessoa deve gostar de vc tb, Ainda bem.
Vou sentir falta dos emails dela e principalmente dos ótimos papos. Mas, como escrevi num site, se colocamos nos outros a responsabilidade por nos dar aquilo que é nossa responsabilidade, chega a ser injusto e cruel com a outra pessoa. Não estou dizendo nada de novo mas eu consigo enxergar isso claramente, depois de um fim de semana de meditação guiada.
Tenho tanta coisa para olhar e descobrir em mim que acabo levando essas coisas para toda relação que tenho. Estava percebendo isso na relação com a tal moça, quando esperava ansioso por uma resposta de email dela ou porque sofria porque ela demorava para me responder.
Tenho muito para acertar em mim mesmo. Não que eu defenda que as pessoas tem que arrumar tudo antes de estar com alguém, até porque isso pode levar uma vida inteira. Mas, no meu caso, eu preciso me concentrar em mim até para ser uma companhia melhor para mim mesmo. E isso vai acabar refletindo em todas as relações que eu venha a ter, seja de amizade ou namoro.
Estou chateado, claro. Mas ciente e esperançoso de que se eu cuidar de mim da maneira que tem que ser, futuros "foras" não farão tanto estrago como o de hoje.
Move on!
Vou sentir falta dos emails dela e principalmente dos ótimos papos. Mas, como escrevi num site, se colocamos nos outros a responsabilidade por nos dar aquilo que é nossa responsabilidade, chega a ser injusto e cruel com a outra pessoa. Não estou dizendo nada de novo mas eu consigo enxergar isso claramente, depois de um fim de semana de meditação guiada.
Tenho tanta coisa para olhar e descobrir em mim que acabo levando essas coisas para toda relação que tenho. Estava percebendo isso na relação com a tal moça, quando esperava ansioso por uma resposta de email dela ou porque sofria porque ela demorava para me responder.
Tenho muito para acertar em mim mesmo. Não que eu defenda que as pessoas tem que arrumar tudo antes de estar com alguém, até porque isso pode levar uma vida inteira. Mas, no meu caso, eu preciso me concentrar em mim até para ser uma companhia melhor para mim mesmo. E isso vai acabar refletindo em todas as relações que eu venha a ter, seja de amizade ou namoro.
Estou chateado, claro. Mas ciente e esperançoso de que se eu cuidar de mim da maneira que tem que ser, futuros "foras" não farão tanto estrago como o de hoje.
Move on!
sábado, 14 de maio de 2016
Por que eu não dou o próximo passo?
Por diversas vezes me inscrevi em sites de relacionamentos, dada a minha incapacidade de me aproximar de mulheres pelos meios "normais". Conheci a minha última namorada, inclusive, em um desses sites. Enfim, quando a solidão começou a bater mais forte aqui onde estou, lá fui eu me cadastrar nesses sites novamente.
Há cerca de um mês e meio, uma moça demonstrou interesse em mim. Embora ela não me atraísse de início, fiquei interessado em conversar com ela depois que li seu perfil.
Conversamos pelo site e depois por email durante uma duas ou três semanas e achei a moça bem interessante. Combinamos de nos encontrar e nosso primeiro encontro foi incrível. Não no sentido de ter rolado algo físico mas a afinidade parecia tão grande que passamos mais de 6 hs juntos, em três locais diferentes.
Ela é uma mulher com várias coisas que eu admiro nas pessoas e o jeito dela me deixou muito interessado. O detalhe é que ela parece ser como eu, sobre ter dificuldades em dar os próximos passos em relacionamentos, o que é ruim porque dois lentos juntos fica um pouco difícil. Mas mesmo assim, fiquei muito interessado e quis sair com ela outras vezes e minha mente já viajava, querendo algo mais do que os nossos ótimos papos.
Saímos mais duas vezes, sendo a terceira ontem. Foi bastante agradável e ela estava muito mais atraente do que nas outras vezes. Mas como ela vai entrar de férias na próxima semana, minha cabeça ficou o tempo todo em que não irei vê-la. E eu ficava me perguntando o tempo todo se o interesse dela era só a amizade ou se tinha algo a mais. Tinha momentos que achava uma coisa e outros que achava outra.
E eu sou uma lástima para dar os próximos passos, para sair de uma conversa sobre um assunto qualquer e falar/fazer alguma coisa, em termos de relacionamento. A noite passou, ofereci para acompanhá-la até sua casa e ela aceitou. E fomos caminhando normalmente e eu pensando se deveria tentar alguma coisa (eu queria) ou se era melhor não, já que ela não pareceu muito animada com a minha sugestão de nos vermos essa semana (última antes das férias dela).
Enfim, nos despedimos e eu vim para casa triste. Triste pq não tinha dado o próximo passo para ao menos saber se é algo além da amizade. Triste porque provavelmente ficarei umas 3 semanas sem vê-la e com receio de que as coisas esfriem. Triste pq imaginei ela decepcionada pq talvez esperasse mais de mim. E principalmente triste por ser quem eu sou.
Sabe, quando soube mais sobre ela, pensei logo: "não mereço alguém como ela". Pq ela é realmente incrível, com aspectos que eu realmente admiro nas pessoas. Mas não me senti a altura de alguém como ela, por n motivos (pela primeira vez, nenhum deles era relacionado a aspectos físicos).
E estou triste, sem saber se digo o que estou sentindo por email mesmo, se mantenho o contato com ela e espero ela voltar para falar essas coisas pessoalmente. Ou se simplesmente deixo a vida seguir, entendendo que não mereço alguém tão bacana quanto ela.
Eu queria ser diferente em tanta coisa. Queria ter a facilidade para dizer o que sinto sem ter medo de ouvir um não. Queria não sentir saudade antecipada das pessoas. Queria não me sentir um lixo quando me comparo com outras pessoas. Queria estar feliz e ter a vida que muitas pessoas tem.
Se não nos falarmos mais, ela vai ser uma lembrança ótima para mim. Mas me sinto mal porque não posso ter uma pessoa tão bacana quanto ela na minha vida? O que eu faço de tão errado que a vida nunca me proporciona chances de me relacionar com pessoas assim? O que eu faço de errado que a pessoa confiante em tantas áreas simplesmente desaparece quando o assunto é relacionamentos?
Queria ser diferente. Queria acordar e me sentir uma outra pessoa, que as pessoas admirassem e que pessoas como ela sentisse vontade de estar comigo.
No fundo sei lá, se tudo isso é coisa da minha mente doente e a mulher apenas tem dificuldade de dar os próximos passos como eu. Não sei.. Os sinais que ela transmite me passam duas coisas opostas e sofro como essa indefinição.
Mas só sei que queria ser agraciado por poder me relacionar com alguém como ela. Não que seja perfeita, mas que parece ser exatamente a pessoa que andava procurando.
Minha cabeça dói, estou ansioso e triste ao mesmo tempo. Só queria que tudo isso passasse e eu parasse de ser tão doente e encontrasse a verdadeira felicidade.
Há cerca de um mês e meio, uma moça demonstrou interesse em mim. Embora ela não me atraísse de início, fiquei interessado em conversar com ela depois que li seu perfil.
Conversamos pelo site e depois por email durante uma duas ou três semanas e achei a moça bem interessante. Combinamos de nos encontrar e nosso primeiro encontro foi incrível. Não no sentido de ter rolado algo físico mas a afinidade parecia tão grande que passamos mais de 6 hs juntos, em três locais diferentes.
Ela é uma mulher com várias coisas que eu admiro nas pessoas e o jeito dela me deixou muito interessado. O detalhe é que ela parece ser como eu, sobre ter dificuldades em dar os próximos passos em relacionamentos, o que é ruim porque dois lentos juntos fica um pouco difícil. Mas mesmo assim, fiquei muito interessado e quis sair com ela outras vezes e minha mente já viajava, querendo algo mais do que os nossos ótimos papos.
Saímos mais duas vezes, sendo a terceira ontem. Foi bastante agradável e ela estava muito mais atraente do que nas outras vezes. Mas como ela vai entrar de férias na próxima semana, minha cabeça ficou o tempo todo em que não irei vê-la. E eu ficava me perguntando o tempo todo se o interesse dela era só a amizade ou se tinha algo a mais. Tinha momentos que achava uma coisa e outros que achava outra.
E eu sou uma lástima para dar os próximos passos, para sair de uma conversa sobre um assunto qualquer e falar/fazer alguma coisa, em termos de relacionamento. A noite passou, ofereci para acompanhá-la até sua casa e ela aceitou. E fomos caminhando normalmente e eu pensando se deveria tentar alguma coisa (eu queria) ou se era melhor não, já que ela não pareceu muito animada com a minha sugestão de nos vermos essa semana (última antes das férias dela).
Enfim, nos despedimos e eu vim para casa triste. Triste pq não tinha dado o próximo passo para ao menos saber se é algo além da amizade. Triste porque provavelmente ficarei umas 3 semanas sem vê-la e com receio de que as coisas esfriem. Triste pq imaginei ela decepcionada pq talvez esperasse mais de mim. E principalmente triste por ser quem eu sou.
Sabe, quando soube mais sobre ela, pensei logo: "não mereço alguém como ela". Pq ela é realmente incrível, com aspectos que eu realmente admiro nas pessoas. Mas não me senti a altura de alguém como ela, por n motivos (pela primeira vez, nenhum deles era relacionado a aspectos físicos).
E estou triste, sem saber se digo o que estou sentindo por email mesmo, se mantenho o contato com ela e espero ela voltar para falar essas coisas pessoalmente. Ou se simplesmente deixo a vida seguir, entendendo que não mereço alguém tão bacana quanto ela.
Eu queria ser diferente em tanta coisa. Queria ter a facilidade para dizer o que sinto sem ter medo de ouvir um não. Queria não sentir saudade antecipada das pessoas. Queria não me sentir um lixo quando me comparo com outras pessoas. Queria estar feliz e ter a vida que muitas pessoas tem.
Se não nos falarmos mais, ela vai ser uma lembrança ótima para mim. Mas me sinto mal porque não posso ter uma pessoa tão bacana quanto ela na minha vida? O que eu faço de tão errado que a vida nunca me proporciona chances de me relacionar com pessoas assim? O que eu faço de errado que a pessoa confiante em tantas áreas simplesmente desaparece quando o assunto é relacionamentos?
Queria ser diferente. Queria acordar e me sentir uma outra pessoa, que as pessoas admirassem e que pessoas como ela sentisse vontade de estar comigo.
No fundo sei lá, se tudo isso é coisa da minha mente doente e a mulher apenas tem dificuldade de dar os próximos passos como eu. Não sei.. Os sinais que ela transmite me passam duas coisas opostas e sofro como essa indefinição.
Mas só sei que queria ser agraciado por poder me relacionar com alguém como ela. Não que seja perfeita, mas que parece ser exatamente a pessoa que andava procurando.
Minha cabeça dói, estou ansioso e triste ao mesmo tempo. Só queria que tudo isso passasse e eu parasse de ser tão doente e encontrasse a verdadeira felicidade.
domingo, 17 de abril de 2016
Quando o desânimo bate
Lembro que cerca de 20 anos atrás, quando estudava para o vestibular, eu era uma pessoa completamente diferente do que sou. Seria algo óbvio, se eu estivesse falando de evolução. Mas, e cada vez mais percebo isso, aconteceu o contrário comigo. Regredi em tantas coisas...
Três anos antes de fazer vestibular pela primeira vez, eu já sabia em qual universidade queria estudar. Minha escolha se deu pela qualidade reconhecida dos seus cursos e pelas possibilidades para alguém como eu, sem dinheiro para viver longe da casa da família, pudesse estudar. Não sei se a universidade tem os mesmos programas para estudantes de baixa renda, mas o fato é que eu poderia estudar lá com as bolsas de apoio à moradia e alimentação. E esse fato, mais até do que a fama de lá, foi o que me fez querer ir para esta universidade.
Então, mesmo com minha formação deficiente, estudei muito, principalmente no último ano. Mas não foi suficiente para entrar onde eu queria. Me aconselharam a tentar para outras, mas meu objetivo era ir para lá. E voltei para cidade da família (morava com parentes no último ano, para estar "mais perto das coisas") e continuei a estudar, dessa vez com um planejamento melhor. Como precisava bancar os gastos com viagens para provas, inscrições, etc, trabalhei por uns 7 ou 8 meses em um escritório da cidade. E, no final do ano, fui tentar de novo. E não passei.
Mesmo com mais opiniões contrárias, para prestar para uma "mais fácil", não abandonei meu objetivo. E dessa vez, tinha o plano de estudos e trabalho (para pagar os custos) todo traçado. Aliás, quando fui ver o resultado dessa segunda reprovação, passados os 10 minutos de tristeza, eu já comecei a pensar o que ia fazer no dia seguinte.
Quando prestei pela terceira vez, saíram quase juntos os resultados dessa universidade e de outra, igualmente conhecida por sua excelência (tinha prestado nela também nos dois anos anteriores). Embora tenha prestado em duas, eu imaginava minha vida apenas nessa que eu queria de verdade.
Enfim, na que eu menos queria passei numa minha segunda opção de curso, que apenas coloquei por colocar, já que desde meus 12 anos eu sabia com o que queria trabalhar. E na que eu queria de verdade, eu fiquei na lista de espera, não tão perto dos primeiros lugares.
Com a pressão familiar (afinal, ao menos tinha passado em algo) fui fazer matrícula na outra, cuja data era antes da que eu queria mesmo. E, chegando lá, na mesa com os documentos, perguntei se eu desistisse da vaga, ainda concorreria a vaga de primeira opção. Não lembro a resposta mas o que me passou naquele momento foi que muitos que passaram nessa teriam passado também na que eu queria. E como a que eu queria ficava no interior e a outra na capital, minha lógica me disse que as pessoas da capital naturalmente escolheriam a da capital, liberando vagas para os da lista de espera.
E então desisti dessa vaga nessa universidade. Quando contei aos parentes, todo mundo reclamou muito, pois eu tinha conseguido passar numa "universidade de ponta". Mas não era no curso que eu queria e nem era a minha primeira opção. E estava certo que conseguiria a vaga no dia da matrícula onde eu queria. Nessa, os aprovados se matriculavam de manhã e os da lista de espera que declararam interesse (também pela manhã) em concorrer aproveitariam as vagas remanescentes. E então fui para uma cidade que já conhecia de tanto ler mas que nunca estivera antes.
Resumindo a longa história, aconteceu o que eu previa e eu entrei na universidade e no curso que sempre quis. Se eu faria tudo de novo? Certamente. Não penso como teria sido a minha vida se eu seguisse os conselhos dos outros e renegasse a minha verdadeira vontade.
Essa longa história mostra como eu era há vinte anos atrás. Determinado, que nunca desistia e que lutava todo dia, mesmo quando os outros diziam para eu seguir o "caminho menos difícil".
Hoje eu olho para mim, com tantas coisas para terminar e fazer, e não vejo mais essa pessoa. Eu tenho olhado muito mais o longo caminho a percorrer do que a minha vida, quando me livrar de tudo o que me tira o sono. E quando penso no caminho, me bate um desânimo tão grande que não consigo fazer nada. Fico parado, procrastinando e arrumando outras coisas fora do foco que deveria ter.
Tem momentos que eu acho que minha bateria está acabando, que nunca vou terminar essas pendências que eu mesmo criei. Aliás, não sei porque tenho essa capacidade, de me meter em coisas que nunca termino ou que demoro imensamente a terminar. E, diferente da época do vestibular, eu só olho o quão longe é o caminho e penso que deveria ficar no "caminho menos difícil", que não tenho mais a energia que tinha para lutar dos meus 17-19 anos.
Tenho muito a fazer e tenho empurrado com a barriga, até que eu esgote a paciência de mais algumas pessoas e tenha prejuízos/processos de novo. Basta eu sentar e trabalhar, certo? Mas não estou conseguindo e tenho pedido forças para seguir em frente, para parar de ficar andando de lado e conquistar o que é meu, como fiz na época do vestibular.
Três anos antes de fazer vestibular pela primeira vez, eu já sabia em qual universidade queria estudar. Minha escolha se deu pela qualidade reconhecida dos seus cursos e pelas possibilidades para alguém como eu, sem dinheiro para viver longe da casa da família, pudesse estudar. Não sei se a universidade tem os mesmos programas para estudantes de baixa renda, mas o fato é que eu poderia estudar lá com as bolsas de apoio à moradia e alimentação. E esse fato, mais até do que a fama de lá, foi o que me fez querer ir para esta universidade.
Então, mesmo com minha formação deficiente, estudei muito, principalmente no último ano. Mas não foi suficiente para entrar onde eu queria. Me aconselharam a tentar para outras, mas meu objetivo era ir para lá. E voltei para cidade da família (morava com parentes no último ano, para estar "mais perto das coisas") e continuei a estudar, dessa vez com um planejamento melhor. Como precisava bancar os gastos com viagens para provas, inscrições, etc, trabalhei por uns 7 ou 8 meses em um escritório da cidade. E, no final do ano, fui tentar de novo. E não passei.
Mesmo com mais opiniões contrárias, para prestar para uma "mais fácil", não abandonei meu objetivo. E dessa vez, tinha o plano de estudos e trabalho (para pagar os custos) todo traçado. Aliás, quando fui ver o resultado dessa segunda reprovação, passados os 10 minutos de tristeza, eu já comecei a pensar o que ia fazer no dia seguinte.
Quando prestei pela terceira vez, saíram quase juntos os resultados dessa universidade e de outra, igualmente conhecida por sua excelência (tinha prestado nela também nos dois anos anteriores). Embora tenha prestado em duas, eu imaginava minha vida apenas nessa que eu queria de verdade.
Enfim, na que eu menos queria passei numa minha segunda opção de curso, que apenas coloquei por colocar, já que desde meus 12 anos eu sabia com o que queria trabalhar. E na que eu queria de verdade, eu fiquei na lista de espera, não tão perto dos primeiros lugares.
Com a pressão familiar (afinal, ao menos tinha passado em algo) fui fazer matrícula na outra, cuja data era antes da que eu queria mesmo. E, chegando lá, na mesa com os documentos, perguntei se eu desistisse da vaga, ainda concorreria a vaga de primeira opção. Não lembro a resposta mas o que me passou naquele momento foi que muitos que passaram nessa teriam passado também na que eu queria. E como a que eu queria ficava no interior e a outra na capital, minha lógica me disse que as pessoas da capital naturalmente escolheriam a da capital, liberando vagas para os da lista de espera.
E então desisti dessa vaga nessa universidade. Quando contei aos parentes, todo mundo reclamou muito, pois eu tinha conseguido passar numa "universidade de ponta". Mas não era no curso que eu queria e nem era a minha primeira opção. E estava certo que conseguiria a vaga no dia da matrícula onde eu queria. Nessa, os aprovados se matriculavam de manhã e os da lista de espera que declararam interesse (também pela manhã) em concorrer aproveitariam as vagas remanescentes. E então fui para uma cidade que já conhecia de tanto ler mas que nunca estivera antes.
Resumindo a longa história, aconteceu o que eu previa e eu entrei na universidade e no curso que sempre quis. Se eu faria tudo de novo? Certamente. Não penso como teria sido a minha vida se eu seguisse os conselhos dos outros e renegasse a minha verdadeira vontade.
Essa longa história mostra como eu era há vinte anos atrás. Determinado, que nunca desistia e que lutava todo dia, mesmo quando os outros diziam para eu seguir o "caminho menos difícil".
Hoje eu olho para mim, com tantas coisas para terminar e fazer, e não vejo mais essa pessoa. Eu tenho olhado muito mais o longo caminho a percorrer do que a minha vida, quando me livrar de tudo o que me tira o sono. E quando penso no caminho, me bate um desânimo tão grande que não consigo fazer nada. Fico parado, procrastinando e arrumando outras coisas fora do foco que deveria ter.
Tem momentos que eu acho que minha bateria está acabando, que nunca vou terminar essas pendências que eu mesmo criei. Aliás, não sei porque tenho essa capacidade, de me meter em coisas que nunca termino ou que demoro imensamente a terminar. E, diferente da época do vestibular, eu só olho o quão longe é o caminho e penso que deveria ficar no "caminho menos difícil", que não tenho mais a energia que tinha para lutar dos meus 17-19 anos.
Tenho muito a fazer e tenho empurrado com a barriga, até que eu esgote a paciência de mais algumas pessoas e tenha prejuízos/processos de novo. Basta eu sentar e trabalhar, certo? Mas não estou conseguindo e tenho pedido forças para seguir em frente, para parar de ficar andando de lado e conquistar o que é meu, como fiz na época do vestibular.
sábado, 9 de abril de 2016
Vencendo o medo
Minha vida é repleta de medos e preocupações. Em todos os aspectos. Durmo e acordo preocupado e com medo de qualquer coisa. E isso me paralisa a todo tempo, me fazendo perder muitas coisas. Muitas vezes penso que esses pedo me impedem de viver a vida. Não me aproximo de uma moça porque tenho medo do não, tem horas que não consigo fazer as coisas porque me sentindo ansioso e tenho medo de passar mal e morrer, medo de perder as pessoas que amo, entre tantas coisas.
Uma dessas é meu medo de voar. Muitas pessoas não entendem como eu, sendo de uma área de exatas, consigo ter medo do transporte mais seguro do mundo. Mas não é uma questão lógica e não se trata de 0 e 1. Como queria que fosse mas não funciona assim.
Já voei mais de uma dezena de vezes, na maioria das vezes por causa de trabalho. E sempre é complicado para mim. Não consigo relaxar totalmente e nem dormir, mesmo já tendo virado noite para pegar um vôo. Em algumas vezes, até consegui ter alguns momentos de calma e observar o visual lindo de cima. Mas sempre com um olho em todo movimento do avião, sinais, etc.
Por duas vezes namorei moças de outros estados e isso me fez voar bastante. Acho que pela frequência, acho que foi a época que cheguei mais perto de algo parecido com relaxamento.
Com a vinda a ansiedade, voar se tornar algo mais difícil ainda. Já perdi muito dinheiro de vôos que desisti simplesmente por medo. Por duas vezes, deixei de fazer uma viagem para um dos destinos que mais quero conhecer na vida por causa do medo de voar. E cancelar vôos em cima da hora sempre tem um custo muito alto.
Mas mais do perder dinheiro, o medo de voar me faz perder grandes oportunidades de realizar coisas que gosto, como conhecer novas culturas ou até oportunidades de trabalho. Sem contar no tempo que gasto em ônibus em viagens que gastaria no máximo 15% se fosse de avião.
Pois bem, nessa semana fiz minha segunda viagem internacional. Viagem curta, aqui mesmo na América do Sul. Mas para mim a possibilidade de estar num avião, me traz todos os pensamentos ruins possíveis: que vai cair, que vou passar mal lá em cima, que algo de muito ruim vai ar de errado. E esses pensamentos me dominaram todos os dias antes da viagem, como em todas vezes que tive que voar.
Tentando me acalmar e relaxar, além do Rivotril, recorri a um vídeo que posto no final. Esse vídeo fala de como seria nossa vida se não tivéssemos medo. E, depois de passado o medo da subida do avião, comecei a pensar em tudo isso. De que estava indo para um lugar que nunca tinha ido, com possibilidades de interagir com pessoas de diversos países e estar outro país pela primeira vez sozinho. Da outra vez estive com colegas, então não tive tanta liberdade como gosto nas viagens.
Embora tenha ido dessa vez a trabalho, tive alguns momentos de entretenimento, na parte da noite, E a cada passo que dava lá, a sensação de descobertas e liberdade me fez pensar ainda mais em como o meu medo tem me impedido de viver, de fazer as coisas que gosto. E comecei a pensar que preciso de alguma forma praticar isso para curtir tudo que essa sensação de liberdade pode oferecer.
Enfim, consegui fazer a viagem, aproveitei cada minuto que pude e me senti livre. Preciso fazer dessa ocasião um ensinamento para todas as áreas da minha vida, de cada momento que deixo o medo me vencer e perco chances de sair da minha prisão e viver a vida.
Segue o vídeo: é uma reflexão mas acho que a mensagem é muito valiosa:
Uma dessas é meu medo de voar. Muitas pessoas não entendem como eu, sendo de uma área de exatas, consigo ter medo do transporte mais seguro do mundo. Mas não é uma questão lógica e não se trata de 0 e 1. Como queria que fosse mas não funciona assim.
Já voei mais de uma dezena de vezes, na maioria das vezes por causa de trabalho. E sempre é complicado para mim. Não consigo relaxar totalmente e nem dormir, mesmo já tendo virado noite para pegar um vôo. Em algumas vezes, até consegui ter alguns momentos de calma e observar o visual lindo de cima. Mas sempre com um olho em todo movimento do avião, sinais, etc.
Por duas vezes namorei moças de outros estados e isso me fez voar bastante. Acho que pela frequência, acho que foi a época que cheguei mais perto de algo parecido com relaxamento.
Com a vinda a ansiedade, voar se tornar algo mais difícil ainda. Já perdi muito dinheiro de vôos que desisti simplesmente por medo. Por duas vezes, deixei de fazer uma viagem para um dos destinos que mais quero conhecer na vida por causa do medo de voar. E cancelar vôos em cima da hora sempre tem um custo muito alto.
Mas mais do perder dinheiro, o medo de voar me faz perder grandes oportunidades de realizar coisas que gosto, como conhecer novas culturas ou até oportunidades de trabalho. Sem contar no tempo que gasto em ônibus em viagens que gastaria no máximo 15% se fosse de avião.
Pois bem, nessa semana fiz minha segunda viagem internacional. Viagem curta, aqui mesmo na América do Sul. Mas para mim a possibilidade de estar num avião, me traz todos os pensamentos ruins possíveis: que vai cair, que vou passar mal lá em cima, que algo de muito ruim vai ar de errado. E esses pensamentos me dominaram todos os dias antes da viagem, como em todas vezes que tive que voar.
Tentando me acalmar e relaxar, além do Rivotril, recorri a um vídeo que posto no final. Esse vídeo fala de como seria nossa vida se não tivéssemos medo. E, depois de passado o medo da subida do avião, comecei a pensar em tudo isso. De que estava indo para um lugar que nunca tinha ido, com possibilidades de interagir com pessoas de diversos países e estar outro país pela primeira vez sozinho. Da outra vez estive com colegas, então não tive tanta liberdade como gosto nas viagens.
Embora tenha ido dessa vez a trabalho, tive alguns momentos de entretenimento, na parte da noite, E a cada passo que dava lá, a sensação de descobertas e liberdade me fez pensar ainda mais em como o meu medo tem me impedido de viver, de fazer as coisas que gosto. E comecei a pensar que preciso de alguma forma praticar isso para curtir tudo que essa sensação de liberdade pode oferecer.
Enfim, consegui fazer a viagem, aproveitei cada minuto que pude e me senti livre. Preciso fazer dessa ocasião um ensinamento para todas as áreas da minha vida, de cada momento que deixo o medo me vencer e perco chances de sair da minha prisão e viver a vida.
Segue o vídeo: é uma reflexão mas acho que a mensagem é muito valiosa:
terça-feira, 29 de março de 2016
Felicidade parece tão longe
Queria escrever um post só de alegrias, de avanços na minha vida e de conquistas, mas simplesmente não tenho muito ânimo para comemorar nada. Tenho um emprego e isso, nos tempos atuais, é algo a se comemorar. Mas todo o contexto não me deixa olhar para as coisas boas que tenho.
Por mais que eu tente, não consigo ficar alheio a tudo que acontece no nosso país. Não vou aqui descrever tudo o que penso, mas a certeza de que vamos retroceder ainda mais e que viveremos tempos muito difíceis, só me deixam preocupado, sentimento que me domina nos últimos anos.
Essa semana que passou ainda tive a preocupação adicional com a pessoa mais importante da minha vida, de cama por causa de uma das doenças do momento. Não poder estar lá, por mais que outras pessoas tivessem, foi uma faca perfurando meu coração cada dia que tinha notícias. Felizmente a situação é de melhora, mas fico me perguntando como estarei quando algo mais grave acontecer. E isso, inerente ao processo de envelhecimento, só me mata um pouco mais. Queria poder enxergar isso de maneira normal e que faz parte da nossa vida por aqui, mas não consigo.
Com o ambiente profissional não sendo dos melhores, por n fatores, e pelo sentimento de solidão crescente, fico me perguntando se não deveria voltar. O problema é que lá a situação é muito pior do que em outras partes do país e cheguei um ponto da minha carreira onde não tenho mais tantas ofertas como tinha antes, seja por que descuidei da minha capacitação ou pela idade, que mesmo na minha área tem feito diferença, como nunca achei que faria. E infelizmente caí no estado em que preciso de renda mensal, pela quantidade de compromissos que assumi, pelos meus erros e com aqueles que dependem de mim.
Além disso tenho algumas pendências a cumprir de trabalhos antigos que me tomam o tempo que deveria usar para descansar, me cuidar, me divertir. Precisava terminar isso logo mas quanto mais faço mas longe pareço de terminar. E aí o desânimo toma conta nos dias que não deveria e produzo muito menos, gerando o efeito cascata.
Tenho sentido saudade também da guria. Isso não estava acontecendo com tanta frequência mas estar só aqui, com muito mais tempo comigo do que eu estava antes, tem me feito lembrar dela, dos nossos planos, de tudo o que aconteceu e da quase certeza de que nunca mais saberei dela. E tudo isso só me deixa mais triste.
Sei que faltava muito no que tínhamos mas tudo o que mais queria agora seria ela me dizendo o que sempre dizia quando eu estava chateado por qualquer motivo: "tudo vai ficar bem, gordinho". Saudade...(e as lágrimas têm vindo com tanta frequência...)
Por mais que eu tente, não consigo ficar alheio a tudo que acontece no nosso país. Não vou aqui descrever tudo o que penso, mas a certeza de que vamos retroceder ainda mais e que viveremos tempos muito difíceis, só me deixam preocupado, sentimento que me domina nos últimos anos.
Essa semana que passou ainda tive a preocupação adicional com a pessoa mais importante da minha vida, de cama por causa de uma das doenças do momento. Não poder estar lá, por mais que outras pessoas tivessem, foi uma faca perfurando meu coração cada dia que tinha notícias. Felizmente a situação é de melhora, mas fico me perguntando como estarei quando algo mais grave acontecer. E isso, inerente ao processo de envelhecimento, só me mata um pouco mais. Queria poder enxergar isso de maneira normal e que faz parte da nossa vida por aqui, mas não consigo.
Com o ambiente profissional não sendo dos melhores, por n fatores, e pelo sentimento de solidão crescente, fico me perguntando se não deveria voltar. O problema é que lá a situação é muito pior do que em outras partes do país e cheguei um ponto da minha carreira onde não tenho mais tantas ofertas como tinha antes, seja por que descuidei da minha capacitação ou pela idade, que mesmo na minha área tem feito diferença, como nunca achei que faria. E infelizmente caí no estado em que preciso de renda mensal, pela quantidade de compromissos que assumi, pelos meus erros e com aqueles que dependem de mim.
Além disso tenho algumas pendências a cumprir de trabalhos antigos que me tomam o tempo que deveria usar para descansar, me cuidar, me divertir. Precisava terminar isso logo mas quanto mais faço mas longe pareço de terminar. E aí o desânimo toma conta nos dias que não deveria e produzo muito menos, gerando o efeito cascata.
Tenho sentido saudade também da guria. Isso não estava acontecendo com tanta frequência mas estar só aqui, com muito mais tempo comigo do que eu estava antes, tem me feito lembrar dela, dos nossos planos, de tudo o que aconteceu e da quase certeza de que nunca mais saberei dela. E tudo isso só me deixa mais triste.
Sei que faltava muito no que tínhamos mas tudo o que mais queria agora seria ela me dizendo o que sempre dizia quando eu estava chateado por qualquer motivo: "tudo vai ficar bem, gordinho". Saudade...(e as lágrimas têm vindo com tanta frequência...)
domingo, 20 de março de 2016
Estar sozinho e solidão
Acho que sempre gostei de estar só, quando posso fazer o que quiser, como eu quiser e quando eu quiser. Para mim, a sensação de ter o total controle dos meus passos é muito boa e toda vez que estou com alguém ou quando preciso dividir espaço com outras pessoas, logo me sinto incomodado. Posso até gostar de dividir espaço e tempo com outros mas é questão de meses para que eu queira voltar para a minha vida onde posso tudo.
Por essas coisas, e isso me pareceu muito evidente no meu último namoro, acho que dificilmente vou envelhecer ao lado de alguém. A não ser que alguma coisa mude tudo o que fui até hoje. Às vezes acho que sou egoísta demais para conviver com outras pessoas. Não que me considere uma pessoa ruim, mas ter o meu espaço é algo tão importante para mim que tenho sérias dificuldades de dividir isso com outras pessoas.
Por outro lado, a sensação de solidão tem sido tão forte nas últimas semanas que começo a ficar incomodado. Como falei em outro post, estou longe de todos que conheço, numa cidade nova. E ter contato com as pessoas da minha vida apenas por telefone e e-mail não tem sido suficiente para diminuir esse sentimento de vazio.
Durante a semana, é menor pior pois acabo convivendo com o pessoal do trabalho. Mas em fim de semana, quando estou 24 hs só comigo mesmo, essa sensação tem me incomodado bastante. Sinto falta de conversar com as pessoas, tocar outra pessoa, receber e dar carinho, etc.
Esse ano fico mais perto dos 40 mas em certos pontos acho que não amadureci nada. Meu lado racional diz que a convivência com outras pessoas tem seus ônus e bônus e cabe a nós sabe lidar com isso de moro a não perder as coisas boas da interação com outras pessoas. No entanto, existe uma distância muito grande entre o que minha lógica enxerga e o que meu coração sente.
Hoje é domingo e estou me sentindo mais solitário do que no fim de semana passado, querendo estar com alguém, que seja para papear ou namorar.
Acho que vou procurar terapia. Meu único receio é que nem sei se estarei nessa cidade no próximo mês (espero que sim) e começar um trabalho para depois parar e ter que recomeçar com outro profissional parece bem complicado. Mas acho que fazer alguma coisa é melhor do que não fazer nada. Esse sentimento de solidão cada vez maior tem estimulado outro sentimento muito mais perigoso: a sensação de falta de propósito nessa vida. Além da lembrança e saudade daquela que não consegui superar.
Deixo uma música que reflete bem isso que venho sentido. Aliás, essa música eu ouvi a primeira vez no primeiro dia que tive contato com a guria...
Por essas coisas, e isso me pareceu muito evidente no meu último namoro, acho que dificilmente vou envelhecer ao lado de alguém. A não ser que alguma coisa mude tudo o que fui até hoje. Às vezes acho que sou egoísta demais para conviver com outras pessoas. Não que me considere uma pessoa ruim, mas ter o meu espaço é algo tão importante para mim que tenho sérias dificuldades de dividir isso com outras pessoas.
Por outro lado, a sensação de solidão tem sido tão forte nas últimas semanas que começo a ficar incomodado. Como falei em outro post, estou longe de todos que conheço, numa cidade nova. E ter contato com as pessoas da minha vida apenas por telefone e e-mail não tem sido suficiente para diminuir esse sentimento de vazio.
Durante a semana, é menor pior pois acabo convivendo com o pessoal do trabalho. Mas em fim de semana, quando estou 24 hs só comigo mesmo, essa sensação tem me incomodado bastante. Sinto falta de conversar com as pessoas, tocar outra pessoa, receber e dar carinho, etc.
Esse ano fico mais perto dos 40 mas em certos pontos acho que não amadureci nada. Meu lado racional diz que a convivência com outras pessoas tem seus ônus e bônus e cabe a nós sabe lidar com isso de moro a não perder as coisas boas da interação com outras pessoas. No entanto, existe uma distância muito grande entre o que minha lógica enxerga e o que meu coração sente.
Hoje é domingo e estou me sentindo mais solitário do que no fim de semana passado, querendo estar com alguém, que seja para papear ou namorar.
Acho que vou procurar terapia. Meu único receio é que nem sei se estarei nessa cidade no próximo mês (espero que sim) e começar um trabalho para depois parar e ter que recomeçar com outro profissional parece bem complicado. Mas acho que fazer alguma coisa é melhor do que não fazer nada. Esse sentimento de solidão cada vez maior tem estimulado outro sentimento muito mais perigoso: a sensação de falta de propósito nessa vida. Além da lembrança e saudade daquela que não consegui superar.
Deixo uma música que reflete bem isso que venho sentido. Aliás, essa música eu ouvi a primeira vez no primeiro dia que tive contato com a guria...
domingo, 13 de março de 2016
Atualizações
Fiquei muito tempo sem escrever. Quem me lê sabe que já fiz isso muitas vezes. Simplesmente não andava muito com vontade de escrever, nem das coisas que tenho obrigações acadêmicas. Nessas últimas estou andando quase que empurrado, mas tem me faltado tesão para escrever mesmo.
Bom, mas algumas boas mudanças em minha vida. Estou trabalhando desde o início de fevereiro em uma área que tem muito a ver com o que penso para minha carreira. O salário é bom e o contrato é de um ano, inicialmente. Se eu ficar até o final, terei diminuído muito o meu grande passivo gerado pelos erros do passado.
Também estou em uma cidade muito diferente de todos os lugares que já morei na vida. É um lugar onde não conheço quase ninguém, fora algumas pessoas de contatos profissionais. Quando penso na região onde estou, fico muito animado pois tem bastante lugar para conhecer e não vejo a hora de ter tempo para fazer isso nos meus horários "livres". Pois é, ainda tenho várias coisas para fazer (projetos, pesquisa) de coisas que assumi e minhas noites e fins de semana são quase exclusivos para isso.
Mas mesmo sabendo que preciso terminar tudo isso logo para ter tempo para mim, tem muito fim de semana que simplesmente não tenho vontade. Que penso que as pendências não acabam e nunca vou ter tempo para mim.
Em resumo, tenho coisas para comemorar e que me tranquilizam em vários aspectos da minha vida. Mas a sensação de vazio tem aumentado a cada semana. Falta de identificação com as pessoas com quem trabalho, a falta de pessoas conhecidas aqui, a falta de tempo para fazer o que chamam de "viver a vida", etc.
Espero melhor logo e terminar o que preciso. E tentar me manter aqui o máximo de tempo possível para ao menos me livrar das minhas pendências financeiras. Mas tem sido difícil.. O que muitos comemorariam, eu não consigo me sentir feliz de verdade. Pessoa estranha...
Tenho assistido TV e descobri um programa chamado Catfish da MTV. Esse programa me traz várias lembranças que ressaltam que nunca consegui superar a minha história com M. Mas isso fica para outro post.
Bom, mas algumas boas mudanças em minha vida. Estou trabalhando desde o início de fevereiro em uma área que tem muito a ver com o que penso para minha carreira. O salário é bom e o contrato é de um ano, inicialmente. Se eu ficar até o final, terei diminuído muito o meu grande passivo gerado pelos erros do passado.
Também estou em uma cidade muito diferente de todos os lugares que já morei na vida. É um lugar onde não conheço quase ninguém, fora algumas pessoas de contatos profissionais. Quando penso na região onde estou, fico muito animado pois tem bastante lugar para conhecer e não vejo a hora de ter tempo para fazer isso nos meus horários "livres". Pois é, ainda tenho várias coisas para fazer (projetos, pesquisa) de coisas que assumi e minhas noites e fins de semana são quase exclusivos para isso.
Mas mesmo sabendo que preciso terminar tudo isso logo para ter tempo para mim, tem muito fim de semana que simplesmente não tenho vontade. Que penso que as pendências não acabam e nunca vou ter tempo para mim.
Em resumo, tenho coisas para comemorar e que me tranquilizam em vários aspectos da minha vida. Mas a sensação de vazio tem aumentado a cada semana. Falta de identificação com as pessoas com quem trabalho, a falta de pessoas conhecidas aqui, a falta de tempo para fazer o que chamam de "viver a vida", etc.
Espero melhor logo e terminar o que preciso. E tentar me manter aqui o máximo de tempo possível para ao menos me livrar das minhas pendências financeiras. Mas tem sido difícil.. O que muitos comemorariam, eu não consigo me sentir feliz de verdade. Pessoa estranha...
Tenho assistido TV e descobri um programa chamado Catfish da MTV. Esse programa me traz várias lembranças que ressaltam que nunca consegui superar a minha história com M. Mas isso fica para outro post.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
Como as coisas mudam na nossa visão da vida
É impressionante como a nossa visão muda ao longo dos anos. Eu lembro da época do vestibular, quando estudava sem parar e ao mesmo tempo sonhava com a vida que teria quando me formasse. Eu me imaginava trabalhando em uma grande empresa, tendo dinheiro, carro, casa.. tudo que minha família não teve. Também imaginava que estaria casado, com filhos.. Enfim, estaria com a vida "modelo" da galera da minha geração (e acho que de muitas também).
Por um tempo, fiz tudo o que pude para seguir esse sonho que considerava o ideal de felicidade para mim. Fiz muitos contatos na universidade, tanto no meio acadêmico quanto no mercado. Consegui trabalho logo, ganhava bem para a época e não media esforços para subir na carreira. Nunca fui desleal com ninguém mas certas coisas eu faria de maneira diferente. Passei por cima de amizades em prol da produtividade e de fazer as coisas certas na empresa. Fazer a coisa certa é bom, mas se isso envolve criar fendas irreparáveis em amizades, então não deve ser a coisa certa.
Conheci uma moça, começamos a namorar e logo estávamos morando juntos. E, no meu plano de ter mais e mais, resolvi largar uma situação boa em uma empresa para ir atrás de um sonho: ter minha própria empresa. Tinha o objetivo nobre de criar um lugar onde as pessoas tivessem o prazer de trabalhar mas meu maior objetivo era ser rico.
E nessa empresa também não medi esforços. Fui um ótimo chefe, pelo menos todos são meus amigos até hoje. Mas, na ânsia de ganhar mais e mais, perdi a noção de quantas horas eu trabalhava, virando noites, finais de semana, feriados, etc. Até no dia de Natal eu trabalhei. Nesse cenário seria fácil alcançar o objetivo de enriquecer, correto? Só que, apesar de chefe legal e capacidade técnica acima da média, eu descuidei do principal quando se tem uma empresa: a gestão.
Então caí num processo de pegar mais trabalho para pagar as contas mal planejadas, atrasava os existentes, queimei meu filme em muitos lugares e só me endividei mais, tanto na pessoa jurídica como na pessoa física. Mas, apesar de ambicioso, eu mantinha a preocupação com as pessoas. Parte da minha dívida pessoal começou quando eu não queria dispensar o pessoal que trabalhava comigo e peguei empréstimos e mais empréstimos. Tb descuidei de obrigação que todo empresário tem pq não admitia que o pessoal ficasse sem receber e pra mim isso era prioridade. Outro erro era não dar a liberdade suficiente para eles errarem e aprenderem com isso. Eu era quase uma babá do pessoal que trabalhava comigo.
Depois de um tempo, já tendo levado um chute da namorada/esposa, não tinha mais como manter todos e tive que dispensar. Mas fiz uma coisa que sempre procuro me lembrar quando me sinto mal com qq coisa: graças a minha grande rede de contatos, consegui realocar todos em empresas de colegas. Hoje vejo que poderia ter feito isso quando vi que não os conseguiria manter comigo. Mas fico feliz de ver que todos estão bem estabelecidos no mercado.
Abreviando, a empresa foi a bancarrota, não fiquei com dinheiro, esposa e nada de material que imaginei no meu mundo ideal de felicidade. Também estava distanciado dos meus amigos e da família, porque trabalhava sem parar para pagar as dívidas e nunca abria tempo para estar com eles.
Depois de uns 2 anos que dispensei todos e estava em uma oportunidade de trabalho, foi quando apareceu aquela que muitas vezes considero uma dádiva: a ansiedade. Outro dia conto como foram esses meses até saber o que eu tinha, mas a ansiedade me mostrou aquilo que a minha ganância não me deixou enxergar por anos. Eu já tinha a maior riqueza que uma pessoa pode ter. Porque foi nesse período de tantas crises que todas as pessoas que eu havia afastado de mim estavam procurando me ajudar, entender o que eu estava passando e me apoiando. Minha família e meus amigos me ajudaram como nunca e eu percebi que corri tempo demais atrás do dinheiro quando poderia ter dedicado tempo às pessoas que sempre estiveram comigo.
De lá para cá, vejo que estou em processo de franca evolução como ser humano. Eu não era uma pessoa ruim no passado, tenho certeza que fiz muitas coisas boas e mesmo quando errei, nunca foi com intenção de ser desonesto ou prejudicar alguém. Por ter passado muito aperto quando era criança, eu só enxergava felicidade numa vida de posses. E fiz tudo o que achava necessário para alcançar isso. E quanto mais eu corria atrás do dinheiro mais eu me afastava dele e principalmente me afastava da felicidade real.
E tudo que vem acontecendo nesses últimos 5 anos têm me feito uma pessoa melhor. Claro que fraquejei nesses anos e muitas vezes. Mas especialmente depois dos últimos 2 anos, com um sonho quase realizado, consigo enxergar claramente qual meu mundo de felicidade e sinto que estou cada vez mais perto de encontrar a resposta sobre qual é o meu papel nesse mundo. Isso foi confirmado quando fiz um teste de perfil de carreira. Eu já sabia mas foi legal ver uma avaliação externa.
Talvez eu ainda pegue uma oportunidade que me traga retorno financeiro rápido pois ainda tenho muitos erros do passado para consertar. Mas está claríssimo para mim qual é meu horizonte de felicidade profissional/pessoal e que não devo mais colocar barreiras para buscar isso.
Além disso, me desapeguei completamente de questões materiais. Não que pense ainda em viver apenas com uma mochila com poucas dezenas de itens, mas minha ambição passa longe de ter um carro caro, um celular moderno ou uma casa para impressionar. O que quero, na verdade, é sentir que estou contribuindo para esse mundo e ajudando pessoas como tantas vezes fui ajudado.
E é interessante notar que eu tive vários sinais ao longo da minha vida de qual era a minha verdadeira vocação, mesmo nas épocas em que buscava ser rico. E agora vejo as coisas de uma maneira cada vez mais clara e me sinto bem com isso, mesmo tendo crises com alguma frequência ou sofrendo com algumas situações. Mas o que está cada vez mais forte em mim é a esperança de que vou finalmente trilhar o meu verdadeiro caminho da felicidade.
Por um tempo, fiz tudo o que pude para seguir esse sonho que considerava o ideal de felicidade para mim. Fiz muitos contatos na universidade, tanto no meio acadêmico quanto no mercado. Consegui trabalho logo, ganhava bem para a época e não media esforços para subir na carreira. Nunca fui desleal com ninguém mas certas coisas eu faria de maneira diferente. Passei por cima de amizades em prol da produtividade e de fazer as coisas certas na empresa. Fazer a coisa certa é bom, mas se isso envolve criar fendas irreparáveis em amizades, então não deve ser a coisa certa.
Conheci uma moça, começamos a namorar e logo estávamos morando juntos. E, no meu plano de ter mais e mais, resolvi largar uma situação boa em uma empresa para ir atrás de um sonho: ter minha própria empresa. Tinha o objetivo nobre de criar um lugar onde as pessoas tivessem o prazer de trabalhar mas meu maior objetivo era ser rico.
E nessa empresa também não medi esforços. Fui um ótimo chefe, pelo menos todos são meus amigos até hoje. Mas, na ânsia de ganhar mais e mais, perdi a noção de quantas horas eu trabalhava, virando noites, finais de semana, feriados, etc. Até no dia de Natal eu trabalhei. Nesse cenário seria fácil alcançar o objetivo de enriquecer, correto? Só que, apesar de chefe legal e capacidade técnica acima da média, eu descuidei do principal quando se tem uma empresa: a gestão.
Então caí num processo de pegar mais trabalho para pagar as contas mal planejadas, atrasava os existentes, queimei meu filme em muitos lugares e só me endividei mais, tanto na pessoa jurídica como na pessoa física. Mas, apesar de ambicioso, eu mantinha a preocupação com as pessoas. Parte da minha dívida pessoal começou quando eu não queria dispensar o pessoal que trabalhava comigo e peguei empréstimos e mais empréstimos. Tb descuidei de obrigação que todo empresário tem pq não admitia que o pessoal ficasse sem receber e pra mim isso era prioridade. Outro erro era não dar a liberdade suficiente para eles errarem e aprenderem com isso. Eu era quase uma babá do pessoal que trabalhava comigo.
Depois de um tempo, já tendo levado um chute da namorada/esposa, não tinha mais como manter todos e tive que dispensar. Mas fiz uma coisa que sempre procuro me lembrar quando me sinto mal com qq coisa: graças a minha grande rede de contatos, consegui realocar todos em empresas de colegas. Hoje vejo que poderia ter feito isso quando vi que não os conseguiria manter comigo. Mas fico feliz de ver que todos estão bem estabelecidos no mercado.
Abreviando, a empresa foi a bancarrota, não fiquei com dinheiro, esposa e nada de material que imaginei no meu mundo ideal de felicidade. Também estava distanciado dos meus amigos e da família, porque trabalhava sem parar para pagar as dívidas e nunca abria tempo para estar com eles.
Depois de uns 2 anos que dispensei todos e estava em uma oportunidade de trabalho, foi quando apareceu aquela que muitas vezes considero uma dádiva: a ansiedade. Outro dia conto como foram esses meses até saber o que eu tinha, mas a ansiedade me mostrou aquilo que a minha ganância não me deixou enxergar por anos. Eu já tinha a maior riqueza que uma pessoa pode ter. Porque foi nesse período de tantas crises que todas as pessoas que eu havia afastado de mim estavam procurando me ajudar, entender o que eu estava passando e me apoiando. Minha família e meus amigos me ajudaram como nunca e eu percebi que corri tempo demais atrás do dinheiro quando poderia ter dedicado tempo às pessoas que sempre estiveram comigo.
De lá para cá, vejo que estou em processo de franca evolução como ser humano. Eu não era uma pessoa ruim no passado, tenho certeza que fiz muitas coisas boas e mesmo quando errei, nunca foi com intenção de ser desonesto ou prejudicar alguém. Por ter passado muito aperto quando era criança, eu só enxergava felicidade numa vida de posses. E fiz tudo o que achava necessário para alcançar isso. E quanto mais eu corria atrás do dinheiro mais eu me afastava dele e principalmente me afastava da felicidade real.
E tudo que vem acontecendo nesses últimos 5 anos têm me feito uma pessoa melhor. Claro que fraquejei nesses anos e muitas vezes. Mas especialmente depois dos últimos 2 anos, com um sonho quase realizado, consigo enxergar claramente qual meu mundo de felicidade e sinto que estou cada vez mais perto de encontrar a resposta sobre qual é o meu papel nesse mundo. Isso foi confirmado quando fiz um teste de perfil de carreira. Eu já sabia mas foi legal ver uma avaliação externa.
Talvez eu ainda pegue uma oportunidade que me traga retorno financeiro rápido pois ainda tenho muitos erros do passado para consertar. Mas está claríssimo para mim qual é meu horizonte de felicidade profissional/pessoal e que não devo mais colocar barreiras para buscar isso.
Além disso, me desapeguei completamente de questões materiais. Não que pense ainda em viver apenas com uma mochila com poucas dezenas de itens, mas minha ambição passa longe de ter um carro caro, um celular moderno ou uma casa para impressionar. O que quero, na verdade, é sentir que estou contribuindo para esse mundo e ajudando pessoas como tantas vezes fui ajudado.
E é interessante notar que eu tive vários sinais ao longo da minha vida de qual era a minha verdadeira vocação, mesmo nas épocas em que buscava ser rico. E agora vejo as coisas de uma maneira cada vez mais clara e me sinto bem com isso, mesmo tendo crises com alguma frequência ou sofrendo com algumas situações. Mas o que está cada vez mais forte em mim é a esperança de que vou finalmente trilhar o meu verdadeiro caminho da felicidade.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
Essas escolhas...
Pra variar estou chegando numa fase que preciso fazer escolhas e sempre sofro com isso. Tenho basicamente duas opções
A) Buscar oportunidades na carreira onde tenho larga experiência
B) Buscar oportunidades na carreira que quero pro resto da minha vida
Teoricamente a opção B seria a opção fácil, certo? Não pra mim. Pq avalio mil cenários e fico meses para decidir uma coisa. Na verdade, a opção B vai acontecer. A minha dúvida é se foco na busca agora ou se deixo para daqui a um tempo.
Estou na casa da minha mãe, mas por mais que ame a minha mãe e me preocupe com ela (além da medida), eu sinto falta do meu espaço. Ela faz de tudo para me deixar a vontade mas com tantos anos morando só, não consigo dividir casa com ninguém. Aliás acho que esse é um dos motivos pelos quais acho muito difícil que vá casar de novo. Eu amo meu espaço, amo estar só em alguns momentos. e gosto muito do silêncio.
E o que isso tem a ver com as minhas escolhas. Bem, a opção B, embora seja o sonho da minha vida, não me dará rendimentos suficientes ainda para que eu possa ter meu espaço. Afinal, ainda tenho tenho um legado financeiro imenso para pagar. Por isso a opção A parece ser aquela que em curto prazo me dará essa liberdade e a possibilidade de resolver essas coisas, até que eu esteja livre de verdade para seguir meus sonhos.
Por outro lado, tenho pensando muito na questão de buscar a felicidade na minha vida e acho que já passei tempo demais correndo atrás do dinheiro. Fico vendo pessoas que passam a vida trabalhando em algo que não é do seu sonho pq precisa ter casa, carro, viajar pra fora, etc, etc, etc. Mas cada vez tenho a certeza de que a vida é um sopro e que preciso não ficar adiando a busca da minha felicidade.
Isso me lembra um filme alemão que me indicaram uma vez, The Edukators, que tem muitas dessas reflexões. Olho os números e fico pensando que será que vale a pena ficar mais uns anos adiando meus sonhos só para resolver os problemas que causei? Não que precise ignorá-los, mas talvez equilibrar as coisas de modo que possa resolver o legado sem deixar de lado a busca do meu sonho. Sei que no futuro a carreira B me dará quase o que poderei ganhar hj com a carreira A. Mas isso, como não sou muito experiente no nicho que quero, levará um bom tempo.
Olhando tudo que escrevi, acho que fica claro para onde a balança está indo.
A) Buscar oportunidades na carreira onde tenho larga experiência
B) Buscar oportunidades na carreira que quero pro resto da minha vida
Teoricamente a opção B seria a opção fácil, certo? Não pra mim. Pq avalio mil cenários e fico meses para decidir uma coisa. Na verdade, a opção B vai acontecer. A minha dúvida é se foco na busca agora ou se deixo para daqui a um tempo.
Estou na casa da minha mãe, mas por mais que ame a minha mãe e me preocupe com ela (além da medida), eu sinto falta do meu espaço. Ela faz de tudo para me deixar a vontade mas com tantos anos morando só, não consigo dividir casa com ninguém. Aliás acho que esse é um dos motivos pelos quais acho muito difícil que vá casar de novo. Eu amo meu espaço, amo estar só em alguns momentos. e gosto muito do silêncio.
E o que isso tem a ver com as minhas escolhas. Bem, a opção B, embora seja o sonho da minha vida, não me dará rendimentos suficientes ainda para que eu possa ter meu espaço. Afinal, ainda tenho tenho um legado financeiro imenso para pagar. Por isso a opção A parece ser aquela que em curto prazo me dará essa liberdade e a possibilidade de resolver essas coisas, até que eu esteja livre de verdade para seguir meus sonhos.
Por outro lado, tenho pensando muito na questão de buscar a felicidade na minha vida e acho que já passei tempo demais correndo atrás do dinheiro. Fico vendo pessoas que passam a vida trabalhando em algo que não é do seu sonho pq precisa ter casa, carro, viajar pra fora, etc, etc, etc. Mas cada vez tenho a certeza de que a vida é um sopro e que preciso não ficar adiando a busca da minha felicidade.
Isso me lembra um filme alemão que me indicaram uma vez, The Edukators, que tem muitas dessas reflexões. Olho os números e fico pensando que será que vale a pena ficar mais uns anos adiando meus sonhos só para resolver os problemas que causei? Não que precise ignorá-los, mas talvez equilibrar as coisas de modo que possa resolver o legado sem deixar de lado a busca do meu sonho. Sei que no futuro a carreira B me dará quase o que poderei ganhar hj com a carreira A. Mas isso, como não sou muito experiente no nicho que quero, levará um bom tempo.
Olhando tudo que escrevi, acho que fica claro para onde a balança está indo.
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
2016 e nova/velha casa
Ontem fiz minha n mudança de cidade na minha vida. Não foram muitas cidades na minha vida (6 em 2 estados) mas se contar as vezes que morei em cada uma, acho que dá fácil mais de 10 mudanças de cidade. Fiz as contas e acho que já mobiliei umas 3 casas nessa vida, quando achava que ia criar raízes em algum lugar. Da última eu fui mais perto. Como sabia que não ficaria mais de 2 anos, comprei apenas o suficiente para o período e que fosse fácil de me desfazer. Mesmo assim, acho que foram umas 8 bolsas/mochilas de coisa na vinda para cá. Perto de quem eu era no passado, até que foi pouco mas ainda muita coisa para alguém que tem dificuldades de criar raízes.
De uns anos para cá, após essas mudanças constantes, comecei a ver o quanto gastava dinheiro e energia com coisas que mal usaria ou que iria me desfazer em pouco tempo. A cada mudança, a quantidade de itens materiais que levava diminuía. Eu era uma pessoa extremamente materialista e hoje certamente sou bem diferente. Mas sinto que ainda preciso melhorar nisso, visto que 8 mochilas de coisas ainda é muita coisa para quem nem sabe onde estará no mês que vem.
Pois é, vim para onde estou agora de forma temporária pela terceira vez na vida, até me ajeitar. Claro que é ótimo eu ter para onde voltar nesses momentos de indefinição, mas mal cheguei e já sinto que preciso dar um rumo na vida, de modo que eu venha aqui apenas como visita.
Mas mais importante do que a questão simbólica está o fato de que depois que vc mora só, a dificuldade para se adaptar em um espaço que não é seu é muito maior. Porque ao longo dos anos, adquirimos manias e estilos de vida que podem ser incompatíveis com o de outras pessoas, principalmente sob o mesmo teto.
Por isso tudo, não penso mais em ter família como sempre pensei quando era mais novo. Não digo que não vá acontecer, mas simplesmente a ideia de compartilhar o espaço e minha vida 24 hs por dia simplesmente me assusta. Mas quem sabe do futuro?
De qq forma, o ano já começou a toda e tenho me mantido ocupado com as várias coisas que preciso resolver sem olhar muito a longo prazo. Acho que isso tem sido bom para mim, pois não tem me dado muito espaço para pensamentos negativos além, é claro, de andar com as coisas que estavam paradas.
Como resultado, acho que em breve me mudarei de novo, já que aqui onde estou é muito fraco de oportunidades na minha área. Além do mais, para andar com minha carreira acadêmica preciso voltar para onde estava ano passado ou atravesse para o outro lado de Dutra de novo. Tudo vai depender de onde eu conseguir oportunidades na minha área. A questão acadêmica vai acabar sendo o desdobramento disso, já que preciso equilibrar minhas finanças. Não para ter coisas, já que não ligo para isso, mas para me livrar do enorme passivo que me tira o sono e que limita as minhas possibilidades de carreira.
Então, o foco para 2016 é resolver isso de uma vez e tirar essa imensa bola de ferro presa na minha canela. Se esquecer obviamente que tenho que terminar até março o que comecei no passado.
De uns anos para cá, após essas mudanças constantes, comecei a ver o quanto gastava dinheiro e energia com coisas que mal usaria ou que iria me desfazer em pouco tempo. A cada mudança, a quantidade de itens materiais que levava diminuía. Eu era uma pessoa extremamente materialista e hoje certamente sou bem diferente. Mas sinto que ainda preciso melhorar nisso, visto que 8 mochilas de coisas ainda é muita coisa para quem nem sabe onde estará no mês que vem.
Pois é, vim para onde estou agora de forma temporária pela terceira vez na vida, até me ajeitar. Claro que é ótimo eu ter para onde voltar nesses momentos de indefinição, mas mal cheguei e já sinto que preciso dar um rumo na vida, de modo que eu venha aqui apenas como visita.
Mas mais importante do que a questão simbólica está o fato de que depois que vc mora só, a dificuldade para se adaptar em um espaço que não é seu é muito maior. Porque ao longo dos anos, adquirimos manias e estilos de vida que podem ser incompatíveis com o de outras pessoas, principalmente sob o mesmo teto.
Por isso tudo, não penso mais em ter família como sempre pensei quando era mais novo. Não digo que não vá acontecer, mas simplesmente a ideia de compartilhar o espaço e minha vida 24 hs por dia simplesmente me assusta. Mas quem sabe do futuro?
De qq forma, o ano já começou a toda e tenho me mantido ocupado com as várias coisas que preciso resolver sem olhar muito a longo prazo. Acho que isso tem sido bom para mim, pois não tem me dado muito espaço para pensamentos negativos além, é claro, de andar com as coisas que estavam paradas.
Como resultado, acho que em breve me mudarei de novo, já que aqui onde estou é muito fraco de oportunidades na minha área. Além do mais, para andar com minha carreira acadêmica preciso voltar para onde estava ano passado ou atravesse para o outro lado de Dutra de novo. Tudo vai depender de onde eu conseguir oportunidades na minha área. A questão acadêmica vai acabar sendo o desdobramento disso, já que preciso equilibrar minhas finanças. Não para ter coisas, já que não ligo para isso, mas para me livrar do enorme passivo que me tira o sono e que limita as minhas possibilidades de carreira.
Então, o foco para 2016 é resolver isso de uma vez e tirar essa imensa bola de ferro presa na minha canela. Se esquecer obviamente que tenho que terminar até março o que comecei no passado.
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