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terça-feira, 8 de julho de 2014

Cabeça ou corpo?

Na minha experiência de 5 anos com a ansiedade, acho que foram poucos os momentos em que não tive pensamentos ruins. Se somar tudo, acho que dá um ano. Ultimamente, tenho tido diversos dias com  saúde ruim: seja incômodo nos olhos, gripe, garganta ruim, dor de cabeça, dor de barriga e por aí vai.

Acho que nas últimas semanas não teve um dia só em que eu não tivesse nada. E a droga é que para cada coisa dessa associo alguma coisa muito ruim. Se estou com dor de cabeça me vêm a cabeça um derrame, se minha garganta que está ruim há semanas não melhora, já me imagino com algum tipo de câncer.

Parece doido (e é) mas isso acontece sempre. Hoje, por exemplo, estou com dores de barriga. Já tomei o floratil, segui os cuidados básicos com alimentação mas claro que minha cabeça está pensando algo ruim, como se essa dor de barriga evoluísse para alguma coisa que me levasse para o hospital.

Já ouvi muitas vezes que muitas das coisas que nosso corpo sente tem a ver com o emocional. Estou com preguiça de buscar referências científicas disso, mas acredito piamente nessa relação. Eu mesmo já tive provas disso. Há 5 anos, no auge das minhas crises de ansiedade, eu estava para pedir demissão do lugar que trabalhava. Como sou péssimo em terminar relações, demorei muito para fazer isso (fiquei ensaiando um ano, mais ou menos). Quando chegou a hora de fazer, eu ainda protelei por mais um mês. Nesse mês, a minha cabeça doía todos os dias, acompanhada por dores nos olhos. Como bom ansioso, claro que procurei um neuro (é o certo, viu?) e felizmente não tinha nada.

No dia seguinte a meu pedido de demissão, eis que as dores sumiram. Sumiram mesmo. Era como se eu não tivesse tido nada. Não pode ser mera coincidência.

Enfim, tive outros exemplos desse na minha vida, o que para mim comprova a relação de muitas enfermidades que temos com nosso estado emocional.

Com esse monte de coisas que têm acontecido comigo nos últimos tempos, fico pensando: será minha cabeça causando tudo isso? Meus exames (sangue, esteira, eco, eletro) deram quase normais. Um colesterol um pouco alto mas nada que me mate de um dia para o outro. Meu ultrassom (barriga) deu normal também. Vou fazer o mapa 24 hs esses dias e vai confirmar o que já sei; sou hipertenso.

Mas esse monte de pequenas coisas acontecendo comigo sempre me levam a pensar que tem algo muito errado comigo, com meu corpo. Não é normal eu ter quase todo dia alguma coisa diferente. Mas se é "apenas" meu corpo refletindo meu estado emocional, o que posso fazer?

Procurar terapia? Tinha decidido não nesse momento ($) mas acho que vou reconsiderar. O ponto é que minha situação profissional não é estável atualmente e se eu ficar sem emprego, terei que parar terapia. Aí fica aquele trabalho que se demora semanas pra desenvolver e é interrompido.

Mudar a situação profissional? É uma mas como falei outro dia estou preso a parte boa do meu trabalho (salário e benefícios). E a parte ruim estou na expectativa que mude nesse segundo semestre. A desvantagem de não ser mais patrão é que não é você quem decide o rumo das coisas.

Sim, ando apostando que essa situação no trabalho seja a principal causa da minha instabilidade atual. Claro que eu tenho outras questões mas se lá estivesse legal, seriam 8 horas a menos para pensar em besteira.

Sou muito grato por tudo o que o trabalho me dá mas não sei se essa forma é a melhor para mim. Mudo eu ou procuro algo com que me adapte melhor? Talvez a segunda opção seja mais fácil mas era a opção que eu vivia até o início desse ano, cujo aperto financeiro era maior, entre outras coisas.

Bom, a semana (felizmente) está chegando ao seu meio. Que ótimo, porque infelizmente ando torcendo pelos fins de semana e quando estou no trabalho, fico contando as horas para ir embora. Espero que as coisas mudem por lá ou então, para meu próprio bem, vou ter que pensar em mudança mesmo sem atingir meus objetivos financeiros.












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