Falei numa postagem o quanto eu gostaria de estar no presente. Eu vou passando meus dias apenas empurrando com a barriga e acho que isso acontece porque não consigo seguir em frente. Seguir em frente, na minha opinião, significa desapegar e isso para mim é muito difícil. Eu esqueço às vezes, mas não desapego.
Acho que culpa tem muito a ver com isso. A gente não consegue se perdoar e continua a carregar essa bagagem por muito tempo. Às vezes essa bagagem é tão pesada que nos impede de ir em frente e aí ficamos no mesmo lugar. Assim parece que sou eu e sou lembrado disso a cada vez que vejo como minha vida é anormal. Me questionei sobre isso em postagens anteriores sobre a relação entre não ser normal e eventuais castigos do Universo.
Semanas atrás estava vendo vídeos sobre culpa, sobre se perdoar, porque estava buscando orientação sobre isso. Tem horas que fica impossível ignorar a culpa e me bate uma angústia tão grande. Não há remédio que cure isso, no máximo me desligar por algumas horas para não sentir isso.
Essa pandemia é um inferno e para pessoas como eu tem sido mais difícil ainda. Por outro lado, estar tanto tempo isolado tem me colocado ainda mais em contato com toda essa bagagem e isso talvez possa ter seus benefícios. Ter contato com essas reflexões talvez seja uma forma de finalmente me tratar.
Não sei se foi Chico Xavier que disse, mas penso naquela frase mais ou menos assim: "não se pode fazer um novo começo, mas se pode fazer um novo fim".
Independente do contexto em que foi dita, a frase tem muito a ver com a questão da culpa e se perdoar. Infelizmente minha vida não é aqueles filmes que você acorda e vê que estava num pesadelo, tendo a chance de fazer a escolha certa dessa vez. Logo, não consigo apagar todas as escolhas erradas que fiz, isso é claro para mim. O que gostaria é de poder seguir em frente e trabalhar no "novo fim".
Sofro tanto por causa das escolhas erradas e não consigo me perdoar. Essas bagagens alugam tanto espaço na minha mente que talvez o meu verdadeiro castigo seja conviver com elas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário