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segunda-feira, 12 de agosto de 2019

6 meses sem alprazolam

Como sou muito ligado em números, estava contando o tempo sem o alprazolam. Até como meta mesmo, para ver quanto tempo eu ficaria sem recorrer ao SOS. E cheguei aos 6 meses!

Não vou dizer que não tive momentos ansiosos nesse período. Tive, mas nada que chegasse a ponto de precisar do remédio. Isso me deixa feliz, porque me dá a sensação que estou conseguindo lidar de alguma forma com a ansiedade.

Os pensamentos ruins vem, é claro, quase todo dia. Qualquer dor já é motivo pra pensar em alguma doença grave. De tempos em tempos vem também aquela sensação de "o que eu fiz da minha vida?", como se eu já caminhasse para o final dela e não tivesse muito mais a viver. Mas tenho procurado não alimentar esses pensamentos e me ocupar com algo.

O que fiz nesses seis meses então?

A primeira coisa é em relação a exercícios. Tenho ido com alguma regularidade, com alguns buracos semanais, mas posso dizer que faço exercícios sempre. E sempre saio da academia melhor do que entrei, não importa quanto de exercício tenho feito lá.

A outra coisa, e faz dois meses nessa semana, é em relação ao café. Eu adoro tomar café, mas resolvi cortar da minha vida, imaginando que isso pode afetar meu estado. Acho que quando comecei a ter a ansiedade, eu tomava muito café e vivia num ambiente estressante. Sei que não é resultado de um fator só, mas inegavelmente o excesso de café afeta o cérebro. Então resolvi simplesmente cortar e ver como me saio. Até agora indo bem.

Tenho procurado sempre estar com alguém, visitando parentes, vendo amigos ou não recusando convites de almoço com colegas de universidade. Mesmo que eu queira ficar só ou esteja com preguiça de sair de casa, me esforço para não ficar muito tempo sem interagir com alguém. Isso deveria ser algo normal mas para mim é sempre um esforço.

Sempre me disseram que sou muito acelerado, eu mesmo sinto isso. Então, coloquei um freio até nas coisas mais banais. Na hora de comer, fico contando mastigadas e não ficar engolindo a comida. Para andar de um lugar ao outro, vigio as minhas passadas (todo mundo fala que eu ando muito rápido). Em pequenas coisas tento ir mais devagar.

O que tem funcionado para mim não necessariamente funcionará para outras pessoas. Mas tenho experimentado essas mudanças e vendo resultados, ajustando sempre que achar necessário. Espero que cada um descubra suas formas de lidar com a ansiedade, lembrando que é um dia de cada vez.


3 comentários:

  1. Olha, meus parabéns. Sério, meus parabéns mesmo. Considero os benzodiazepínicos as piores drogas que já consumi na minha vida. Alprazolam/bromazepam e afins foram verdadeiros lixos na minha vida, vício total. Sobre os exercícios físicos, é verdade mesmo que eles ajudam. Aliás, ajudam muito. Nada melhor do que fazer seu corpo cansar e entrar num estado natural de sonolência ao invés de tomar um remédio que te coloca num transe totalmente artificial. Não sei você, mas eu nunca acordava me sentindo bem, nunca acordava relaxado.

    Só uma pergunta: você tá morando sozinho?

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    1. Puxa, muito obrigado por suas palavras. Quando estava escrevendo sobre os exercícios físicos, lembrei de um post seu em que você fala de como isso fez bem pra ti. Aliás, lembrei dele em diversas vezes em que me sentia com preguiça de ir à academia. Então, obrigado de novo por compartilhar.

      Eu moro sozinho sim, já faz muito tempo rss.

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    2. Cada pessoa vai reagir de um jeito às medicações, né? No meu caso foi coisa de doido mesmo, me peguei completamente viciado. Meu corpo pedia, minha mente cansada de ter vivido a vida toda com ansiedade pedia. Coisa doida. É estranho, mas todas as vezes que vejo pessoas dizendo que conseguiram se livrar desse tipo de medicação, me sinto, de certa forma, aliviado, feliz pela pessoa porque é uma luta muito grande. O negócio não é tarja preta por acaso.

      Como se sente morando sozinho?

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