Tentando lembrar de mim antes de sair da casa da família para fazer faculdade, há 21 anos atrás percebo várias diferenças entre quem eu era e planejava ser e em quem me transformei. Financeiramente falando, eu tinha planos bem detalhados e todo o meu processo de vestibular-viagem-moradia fora foi bancado por mim mesmo, com preparação durante um ano para que não causasse despesas à minha mãe. Fui extremamente bem sucedido nisso, pois tudo o que tinha que gastar um ano antes estava no meu planejamento e eu me preparei para isso. Ao longo dos anos, me transformei alguém que gerou grandes dívidas e mal consigo me bancar hoje, com um passivo muito grande. Colocando em números, considerando dívidas pessoais e empresarias, devo cerca entre 40 e 60 mil reais. Não sei o número exato, já que isso depende de muitos cálculos. E pensar nisso me incomoda tanto, porque sinto que nada fiz depois adiantou, mesmo tendo empregos em que recebia bem. Ou seja, aquela pessoa bem organizada financeiramente virou alguém que não tem controle das suas finanças. Como cheguei nisso e por que não consigo sair? Não sei, ainda. Vamos a outro ponto.
Sempre tive dificuldades em relacionamentos, desde a fase que os adolescentes começam a namorar. Para se ter uma ideia, sempre fui muito tímido e, mesmo gostando de algumas meninas, nunca consegui me aproximar de fato. Meu primeiro beijo foi aos 22 anos de idade. Desconsidero "selinhos" com prima, quando eu estava com 16 anos. A primeira namorada foi aos 23 anos, que foi aquela com quem fiquei por quase 4 anos. Ela também foi a primeira com quem tive relação sexual. De lá para cá, outras 4 namoradas, com nenhuma passando de meses. Fiquei com algumas outras, mas nada significativo. Tinha certa facilidade de me envolver com mulheres através de salas de bate papo, conhecendo algumas pessoalmente e outras nunca. Aquela que foi a que mais amei, e que nunca vi pessoalmente, foi através de uma sala no bate papo do UOL.
No período entre a primeira namorada e hoje, tive vários momentos sem nenhum envolvimento amoroso. Hoje, por exemplo, fazem mais ou menos 2 anos e meio que não fico com ninguém. Existem outros vazios históricos desse. E me quando penso nisso e que não estou desesperado para beijar alguém, vejo que tem algo bem anormal comigo.
Ainda sobre relacionamentos amorosos, sempre fui muito inseguro. Seja quanto a minha aparência ou quanto achar que as mulheres não gostavam de mim o suficiente. Por conta disso, sempre tive problemas e pensamentos como "ela vai me trair", "ela acha ele melhor do que eu", "ela vai me largar", e assim vai. É muito ruim estar num relacionamento e esses pensamentos te acompanhando. E, como tem a ver com outros problemas meus em outros tipos de relacionamentos, isso tem relação total com autoaceitação.
Aproveitando o gancho, com amigos a mesma coisa. Acho que sempre me senti o menos legal, o menos bonito, o menos descolado, etc. A única coisa que eu tinha total confiança em mim mesmo era quanto a inteligência. Sempre fui muito acima da média onde estudei (antes da faculdade) e era o único ponto em que eu me sentia "bom" de verdade. Na faculdade isso mudou completamente, onde eu era o aluno das piores notas. Novamente, uma grande mudança entre o cara antes da faculdade e o durante/depois da faculdade, tal como na questão das finanças pessoais. Vou voltar nisso em outros posts.
Ainda sempre os amigos, como tenho escrito bastante ultimamente, nunca fui muito de cuidar bem das amizades. Desde novo, eu sempre recusava os convites para fazer alguma coisa. Ainda hoje acontece isso, embora eu tenha me esforçado para mudar isso, aceitando convites mesmo não estão com vontade. Ao longo dos anos, o que isso gerou: raramente sou lembrado para alguma coisa e não tenho um "grupo de amigos" com os quais sempre fazemos alguma coisa. Não os culpo, já que isso deve-se a minha construção de isolamento longo dos anos. Isso acontece desde a minha adolescência. Sei que tenho que fazer amigos e manter as amizades mas, na prática, não me esforço para isso.
Nunca criei raízes, o que explica a quantidade de cidades que morei. Sempre que comecei a ficar muito tempo em algum lugar, logo eu mudava para outro. Não acho que isso seja fruto apenas de oportunidades profissionais e acadêmicas, já que a decisão de mudar sempre foi minha. Então, embora eu tenha o desejo de ter raízes, alguma coisa em mim me impede de criar e estabelecer vínculo com locais.
Em relação a trabalhos, tenho um vasto histórico de projetos inacabados. Normalmente porque eu perdia o foco e prazos de meses viraram projetos de anos. Estou em um projeto, por exemplo, que era para terminar no meio de 2017 e não acho que termine nesse semestre. Minha ex-psicóloga tinha uma teoria que eu nunca terminava as minhas pendências porque eu tinha medo de ter contato comigo mesmo e as pendências ocuparam minha mente o suficiente.
Olhando para mim mesmo hoje, a imagem que tenho de mim é:
Algumas dessas imagens eu já tinha desde a minha adolescência, outras foram surgindo depois (como a de não ser inteligente ou de ter problemas com dinheiro).
E por que estou escrevendo tudo isso? Porque entendo perfeitamente que a minha ansiedade e angústia é também decorrente de conflitos internos e de questões mal resolvidas, e não apenas de questões químicas do meu cérebro. Por isso, penso que o uso de remédios, embora possa ajudar, não vai resolver de fato. E como não aguento mais viver assim, preciso expurgar de mim tudo o que me faz mal e de fato resolver meus problemas. Existem conflitos entre aquilo que desejo e as minhas ações que me levam à direção contrária. Por que isso acontece? Preciso fazer essa análise.
Como repassar a minha vida leva muito tempo, vou dividir essas postagens em várias partes:
Certamente, as áreas acima têm relações entre si e compartilham muitos dos problemas internos que tenho. Um exemplo disso é o fato de eu não me aceitar, que deve ter influência em tudo que descrevi acima. Mas, ao organizar as reflexões por tópicos, penso que eu possa chegar a algum lugar.
No período entre a primeira namorada e hoje, tive vários momentos sem nenhum envolvimento amoroso. Hoje, por exemplo, fazem mais ou menos 2 anos e meio que não fico com ninguém. Existem outros vazios históricos desse. E me quando penso nisso e que não estou desesperado para beijar alguém, vejo que tem algo bem anormal comigo.
Ainda sobre relacionamentos amorosos, sempre fui muito inseguro. Seja quanto a minha aparência ou quanto achar que as mulheres não gostavam de mim o suficiente. Por conta disso, sempre tive problemas e pensamentos como "ela vai me trair", "ela acha ele melhor do que eu", "ela vai me largar", e assim vai. É muito ruim estar num relacionamento e esses pensamentos te acompanhando. E, como tem a ver com outros problemas meus em outros tipos de relacionamentos, isso tem relação total com autoaceitação.
Aproveitando o gancho, com amigos a mesma coisa. Acho que sempre me senti o menos legal, o menos bonito, o menos descolado, etc. A única coisa que eu tinha total confiança em mim mesmo era quanto a inteligência. Sempre fui muito acima da média onde estudei (antes da faculdade) e era o único ponto em que eu me sentia "bom" de verdade. Na faculdade isso mudou completamente, onde eu era o aluno das piores notas. Novamente, uma grande mudança entre o cara antes da faculdade e o durante/depois da faculdade, tal como na questão das finanças pessoais. Vou voltar nisso em outros posts.
Ainda sempre os amigos, como tenho escrito bastante ultimamente, nunca fui muito de cuidar bem das amizades. Desde novo, eu sempre recusava os convites para fazer alguma coisa. Ainda hoje acontece isso, embora eu tenha me esforçado para mudar isso, aceitando convites mesmo não estão com vontade. Ao longo dos anos, o que isso gerou: raramente sou lembrado para alguma coisa e não tenho um "grupo de amigos" com os quais sempre fazemos alguma coisa. Não os culpo, já que isso deve-se a minha construção de isolamento longo dos anos. Isso acontece desde a minha adolescência. Sei que tenho que fazer amigos e manter as amizades mas, na prática, não me esforço para isso.
Nunca criei raízes, o que explica a quantidade de cidades que morei. Sempre que comecei a ficar muito tempo em algum lugar, logo eu mudava para outro. Não acho que isso seja fruto apenas de oportunidades profissionais e acadêmicas, já que a decisão de mudar sempre foi minha. Então, embora eu tenha o desejo de ter raízes, alguma coisa em mim me impede de criar e estabelecer vínculo com locais.
Em relação a trabalhos, tenho um vasto histórico de projetos inacabados. Normalmente porque eu perdia o foco e prazos de meses viraram projetos de anos. Estou em um projeto, por exemplo, que era para terminar no meio de 2017 e não acho que termine nesse semestre. Minha ex-psicóloga tinha uma teoria que eu nunca terminava as minhas pendências porque eu tinha medo de ter contato comigo mesmo e as pendências ocuparam minha mente o suficiente.
Olhando para mim mesmo hoje, a imagem que tenho de mim é:
- feio
- não atraente
- não interessante
- não inteligente
- fracassado
- enrolado com dinheiro
- incompetente
- doente mentalmente
Algumas dessas imagens eu já tinha desde a minha adolescência, outras foram surgindo depois (como a de não ser inteligente ou de ter problemas com dinheiro).
E por que estou escrevendo tudo isso? Porque entendo perfeitamente que a minha ansiedade e angústia é também decorrente de conflitos internos e de questões mal resolvidas, e não apenas de questões químicas do meu cérebro. Por isso, penso que o uso de remédios, embora possa ajudar, não vai resolver de fato. E como não aguento mais viver assim, preciso expurgar de mim tudo o que me faz mal e de fato resolver meus problemas. Existem conflitos entre aquilo que desejo e as minhas ações que me levam à direção contrária. Por que isso acontece? Preciso fazer essa análise.
Como repassar a minha vida leva muito tempo, vou dividir essas postagens em várias partes:
- Família
- Amigos
- Namoradas
- Dinheiro
- Projetos
- Raízes
- E o que mais eu achar relevante
Certamente, as áreas acima têm relações entre si e compartilham muitos dos problemas internos que tenho. Um exemplo disso é o fato de eu não me aceitar, que deve ter influência em tudo que descrevi acima. Mas, ao organizar as reflexões por tópicos, penso que eu possa chegar a algum lugar.
Gostei bastante da postagem e vou ler outras. Me identifiquei bastante com algumas coisas que vc escreveu.
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