Estava pensando e relendo o que escrevi sobre os meus desejos para esse ano de 2015 e por mais que tenha avançado em algumas coisas, não consigo deixar de me sentir frustrado. Um amigo me diz que tenho o que olhar as vitórias que já obtive mas tenho a sensação de que retrocedi.
Comecei o ano bem adiantado no meu principal projeto acadêmico e termino esse com atraso, sem uma data para finalização. Tive boas conquistas esse ano nesse campo mas na reta final perdi o gás que me moveu até mais ou menos a metade do ano. De lá para cá, andei muito pouco e não cumprirei a meta que programei. E não posso atribuir isso a fatores externos mas unicamente a mim mesmo. Simplesmente não tenho conseguido andar com as atividades e nessa fase, qualquer semana sem produzir nada pode ser fundamental. Ainda há tempo de salvar e cumprir as coisas no prazo oficial mas confesso que não consigo seguir em frente, mesmo esse prazo estando cada vez mais perto.
No lado financeiro andei bem até certo ponto mas escolhas erradas me fizeram perder o que tinha conquistado até aqui. E consegui piorar, trazendo mais obrigações para a minha vida financeira. Definitivamente não sei lidar com abundância, em todos os sentidos.
Em relação a relacionamentos até que o ano começou bem mas, quando confrontado com o que realmente quero, também voltei ao ponto onde estava no final do ano passado. A diferença marcante agora é que não sinto falta de estar com alguém. Ando remoendo histórias do passado e sentindo saudade dos tempos alegres, mas não estou com disposição para encontrar novas pessoas.
No plano familiar acho que as coisas até que fecharam o ano bem mas sinto que estou gastando energia demais e assumindo compromissos que não podem ser só meus. Além disso, na ânsia de ver as cosias bem, tenho errado na medida com que trato as coisas, muitas vezes traduzindo isso de forma verbal, machucando as pessoas.
E na minha principal meta para 2015, dei passos atrás. Me sinto muito pior do que no final do ano passado. O SOS está virando quase um remédio de uso contínuo. Me sinto derrotado toda vez que recorro a ele e isso tem sido frequente.
Se eu fosse resumir meu estado em três palavras seria: desanimado, preocupado e assustado. Desanimado porque todo dia tenho a chance de fazer diferente e simplesmente não consigo, usando qualquer desculpa para não fazer o que é preciso. O reflexo disso é que ando maltratando meu corpo e mente. Pelo menos na questão da mente, tenho buscado forma de afastar os pensamentos negativos que me perseguem todo santo dia.
Também ando preocupado com tudo e com todos. Com a situação do país, com a saúde das pessoas que amo, com a minha saúde, física e mental. Fico analisando e vejo que gasto uma energia gigante pensando nos problemas de todos. Não que seja ruim se preocupar com quem vc ama, mas andar preocupado e vivendo mentalmente em cenários que talvez nem existam, só tem feito muito mal para mim.
E, principalmente, ando com muito medo. Medo de perder pessoas amadas, medo de enlouquecer de vez, medo de perder a vida, medo dos pensamentos em dar fim a minha vida, medo de não conseguir enxergar qual meu papel nesse mundo, medo de ir novamente à bancarrota.
É incrível como saber e sentir não estão tão ligados em mim. Eu sei tenho muitas coisas a comemorar, sei que tenho apoio sempre que precisar, sei que muitas pessoas ainda acreditam em mim. Mas não sinto essas coisas como se fossem grandes tesouros ou que deva comemorar por isso, embora meu lado racional diga que devesse. Mas sei que não funciona assim.
Acho que a principal coisa nesse ano foi meu reencontro com as questões espirituais, que tentei renegar por muito tempo, desde a primeira experiência. Tenho lido bastante sobre isso e sei que tudo o que acontece comigo são coisas que preciso vencer, que a chave para meu desânimo, preocupação e medo está dentro de mim e que faz parte da minha evolução. Acho que o fio de esperança que ainda resta em mim só existe devido a esses estudos.
Por isso, a minha lista para esse ano de 2016 é praticamente a mesma do final do ano passado. A única e fundamental diferença é que não vou conseguir sozinho. Preciso de ajuda e, após voltar ao mercado de trabalho, retornarei para a terapia. Como uma coisa depende de outra, tentarei até lá me esforçar ao máximo para lidar com tudo isso e parar de viver no medo. O medo, como muitos dizem, é paralisante e não traz nada de bom na minha vida. Talvez essa seja a maior conquista que preciso nesse ano.
Espero que o ano de 2016 seja um ano de muitas vitórias para todos nós, que tenhamos força para recomeçar sempre que retrocedermos. Que possamos não perder a fé em nós mesmos e acreditar que podemos vencer tudo. Que seja o ano do início das nossas novas vidas nessa vida.
É realmente incrível como fazer a ligação entre o que vc sabe e o que vc sente é difícil; vc também tem a sensação de que é enlouquecedor ter consciência das coisas, e conseguir enxergar elas, mas simplesmente não conseguir internaliza-las? Eu me sinto muito frustrada, pois parece que essas coisas das quais eu sou consciente são peças que pertencem a mim, mas por algum motivo eu não consigo encaixar elas em mim. Como se eu estivesse quebrada, e por isso essas coisas boas não ficam mais ali onde elas deveriam se encaixar, e por isso eu não consigo sentir elas... Enfim, desculpe pelo desabafo, mas me identifiquei muito com essa dificuldade. Espero que vc consiga suas vitórias em 2016.
ResponderExcluirÉ realmente incrível como fazer a ligação entre o que vc sabe e o que vc sente é difícil; vc também tem a sensação de que é enlouquecedor ter consciência das coisas, e conseguir enxergar elas, mas simplesmente não conseguir internaliza-las? Eu me sinto muito frustrada, pois parece que essas coisas das quais eu sou consciente são peças que pertencem a mim, mas por algum motivo eu não consigo encaixar elas em mim. Como se eu estivesse quebrada, e por isso essas coisas boas não ficam mais ali onde elas deveriam se encaixar, e por isso eu não consigo sentir elas... Enfim, desculpe pelo desabafo, mas me identifiquei muito com essa dificuldade. Espero que vc consiga suas vitórias em 2016.
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