Conquistei coisas importantes (pelo menos eu julguei que eram) nesse ano: emprego estável, vida acadêmica, uma estabilidade financeira, uma vida quase normal. No entanto, ando irritado, chateado e pior: voltei a sentir medos diários de morrer.
Já faz uns meses que tenho recorrido ao rivotril, 3 a 4 vezes por semana, em média. E esses momentos de medo têm acontecido em qualquer hora: no meio do trabalho, na rua, à noite em casa.
Ano passado foi um ano difícil com pessoa doente na família, que veio a falecer. Certamente foi muito desgastante para mim e para as pessoas próximas. Mas com a virada de ano, as coisas prometiam; arrumei um emprego numa ótima empresa, retomei minha vida acadêmica e as coisas pareciam que iam melhorar.
No entanto, já fazem meses que venho piorando com relação a ansiedade e o medo de ter um treco a cada instante.
A vida familiar não anda tranquila, é verdade. Muitos momentos de tensão e preocupação com pessoas amadas. O trabalho, que se me garantiu aquela estabilidade que achei que seria a "cura", anda chato. Tem seus momentos bons, claro. Mas a falta de controle de quem gerencia as tarefas acarreta para mim momentos de completa ociosidade. E, não me sinto parte da equipe.
Por que não trocar? É uma opção mas está acontecendo comigo o que eu tinha medo que acontecesse quando eu voltasse pro mercado de trabalho: medo de perder a estabilidade que um emprego te traz.
Não sei dizer se é o trabalho chato ou os problemas familiares, ou os dois juntos. Mas o fato é que ando muito mais instável que ano passado, quando tinha uma pessoa doente em casa.
Tenho muito medo de voltar a ter aquelas crises, que me faziam procurar atendimento emergencial no meio da noite. Foi tão assustador que até hoje tenho esse trauma, se é que posso chamar assim.
No plano pessoal, nada mudou. Ando pensando muito naquela que desapareceu (quase 3 anos já). Sei que a situação que tínhamos não era nem de perto boa. Mas, hoje, eu aceitaria QUALQUER COISA que ela me oferecesse. Muito pouco? Sim, mas ao mesmo tempo era muito o que tínhamos. Ninguém nunca me entendeu como ela, nunca cuidou de mim como ela. Sinto imensa falta da companhia dela, mesmo que apenas por uma tela de msn.
Uma amiga me disse que eu precisava fazer sexo. Até fiz recentemente. Paguei por ele. Não sei dizer se isso é vergonhoso. Deve ser, porque não conto para ninguém. Enfim, não resolveu nada. Tive um ou dois dias com cara de bobo, lembrando dos momentos com a profissional (ao contrário de outra experiência, essa foi boa) mas nada resolveu.
Tentei voltar pra terapia mas a logística em cidade grande sempre é complicada. Preciso procurar alguma que seja perto de onde trabalho ou moro. Mas porque eu preciso economizar, isso vai ter que esperar.
A parte acadêmica é o que só tenho palavras positivas. Acho que fui muito bem nesse início e se eu mantiver esse pique, acho que farei um grande trabalho. Mas tenho medo de falhar, como falhei das outras vezes que eu tentei.
Tenho tantas atividades para fazer nessa parte que meus momentos de sentimentos/pensamentos ruins me fazem desperdiçar noites e fins de semana, que poderia usar para isso. "Tá mal? Vai ler/estudar!". Qual ansioso ou depressivo que nunca ouviu um conselho parecido desse. Queria mesmo que fosse fácil assim.
Nos dias como hoje, em que uma simples dor de garganta me traz o pensamento de que posso ter algo grave, falta aquela que deixou tanta saudade e que seria a pessoa que diria; "gordinho, vai ficar tudo bem". Como sinto a sua falta, guria... Todos os dias.
Como diria o saudoso Chorão, "difícil não lembrar do que nunca se esqueceu..."
Sei que preciso seguir em frente e superar. Mas é tão difícil, guria. Seu carinho era tudo o que eu precisaria agora. Só pra me sentir forte, como só vc me fazia sentir....
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